sábado, 17 de novembro de 2007

Democracia na América Latina


O Estudo Latinobarómetro, uma ONG chilena, fez uma pesquisa sobre o que pensam os latino-americanos sobre a democracia, o Estado e seus políticos.

Apesar de perder pontos a democracia continua sendo o regime preferido por 72% dos entrevistados. Na Costa Rica este índice chega a 83%.

Entre os que mais confiam no Estado para resolver seus problemas estão os venezuelanos, como 67%. Os peruanos são os mais desconfiados, apenas 22%. Para 40% dos brasileiros o Estado é capaz de resolver os problemas da sociedade. Será efeito da retórica Chávez?

Numa escala de 0 a 10, Lula é o presidente mais admirado pelos latino-americanos: 5,7.

Em seguida a presidente do Chile, Michele Bachellet, com 5,5. Kirchner tem 4,8 e Chávez, 4,5.
O último colocado é Fidel Castro, com 4,3.

Sobre o apoio da população em seu próprio país, o presidente do Equador, Rafael Corrêa, com 74% de aprovação. Neste mesmo país os partidos políticos têm apoio de apenas 8% da população.

Analisando os números podemos concluir um forte efeito dos discursos presidenciais e a aceitação popular. O caso do Equador, em que o presidente mais popular foi eleito sem apoio de partido e depois convocou eleições parlamentares é um caso. A crença do venezuelano no Estado está associado ao papel daquele sob as ordens de Chávez. O presidente mais impopular, o paraguaio Nicanor Duarte, com apenas 17% de popularidade, está em fim de mandato.

Uma coerência: o lugar de Fidel na lista coincide com a premissa de valorização da democracia.

Um dos pontos mais interessantes é a declaração política da população – direita e esquerda. Apesar da chamada “onda de esquerda”, os latino-americanos estão no “centro” (5,3). A escala vai de 0 (esquerda) a 10 (direita).


A pesquisa foi realizada entre os dias 07 de setembro e 09 de outubro. Foram ouvidas mais de 20 mil pessoas em 18 países.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Ficção

Era noite de sábado e o clima estava agradável. Eles voltaram para a casa por volta das 02h20 da madrugada de uma festa um tanto quanto chata, de legal, apenas os goles a mais de Caliterra, Arboleda Carménère.

Ele usava um terno escuro e camisa branca, informal. Ela de vestido preto, nem colado nem folgado, apenas o suficiente para demarcar as curvas de seu corpo. De fundo ouvia-se The BellRays, versão ao vivo para Have a Little Faith in Me*.

Ela parou de costas, involuntariamente, apenas para prender o cabelo. Ele a abraçou por trás e beijou seu pescoço. Na mesma hora ela reagiu colando o corpo contra o dele, passando as mãos por cima dos ombros e agarrando-o pelos cabelos. Às cegas, ele apertou seus seios, parcialmente cobertos pelo vestido, parcialmente expostos pelo decote, virou-a lentamente e pôs-se de joelhos.

As pernas dela eram fortes e grossas, mas isso não tirava sua maciez. Ele acariciou e beijou, subindo do tornozelo para a canela, da canela para o joelho. As mãos subiram mais e foram parar no quadril. Num único gesto, forte e rápido, arrancou a calcinha, causando arrepios na moça. O monte de Vênus era coberto apenas por uma coluna fina de pelos que descia até o interior de suas coxas. Ainda não era hora. O vestido subia, a barriga, alva e doce, ganhou algumas mordidas. Apenas o sutiã resistiu, e mesmo assim ele pode perceber os mamilos duros e excitados.

Novamente a altura dos olhos, ele ganhou um beijo molhado, as línguas varriam as bocas como se procurassem algo. Sem parar, ela foi do pescoço para a orelha. A cada lambida ele pulsava mais e mais. Ela percebeu e enfiou a mão por dentro da calça e segurou firme, ele gemeu, e como numa súplica, quase que implorando, ela sussurrou: - Me come de quatro!!

Ela não ficou exatamente de quatro, mas apoiada nos cotovelos, empinando a bunda para cima (ainda calçando as sandálias de salto alto). Seus grandes lábios brotavam entre suas coxas. Ele tirou o cinto, abriu a braguilha e se colocou atrás dela. Soltou-lhe os cabelos e puxou. Como uma passista de escola de samba, uma odalisca, ou uma serpente ela começou a rebolar. Seu quadril desenhava S’s no ar.

Não suportando mais aquela tortura, ele finalmente tirou, rijo como uma tora e, como que por magnetismo, como se os dois fossem feitos sob medida um para outro, enfiou. Choque! Começaram a trepar num ritmo forte e frenético, sem parar um segundo sequer. Suas mãos seguravam a cintura dela com tanta força que lhe saltavam as veias do braço. Os corpos vermelhos, roxos. Meteram tão forte que pau e boceta estavam inchados de tanto prazer. Gozaram juntos!

O corpo dele caiu sobre o dela. Tirou o cabelo que cobria o rosto e beijou-a na face. Ele passou o braço por baixo, ela se encolheu pedindo proteção. O melado escorria quente pelo lençol. Volta e meia um dos dois se manifestava provocando o outro. Ficaram assim a noite toda, esperando o tempo passar e o sono vencê-los.
***
*Clipe da semana: The BellRays, Have a Little Faith in Me.

O Sertão de Guimarães na telona


O filme "Mutum", dirigido por Sandra Kogut, estreou esta semana. A obra, premiada em diversas mostras como o Festival de Cinema do Rio e exibido na mostra de realizadores de Cannes, é baseado na obra "Campos Gerais" de Guimarães Rosa.

O protagonista, o garoto Tiago, é encantador. A personagem tem uma densidade que, entre silêncios, crenças e dores, transmite um olhar intenso sobre as grandes questões da vida.

Por muitos momentos a imagem do cerrado, com suas árvores retorcidas e com raízes que não se extirpam com facilidade, era suficiente para transportar a um mundo próximo/distante de todo interiorano que tem suas origens na zona do cerrado.

A infância, mesmo dolorida, tem uma força que dialoga com as mazelas da vida adulta.

Enfim, um filme tocante, com uma questão que me desperta indagações: se o sertão é o mundo, como escreveu Guimarães, por que ele nos empurra para fora dele?


quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Os críticos (e ainda os blogs)

Parece que o tema do final de semana passado foi mesmo o dos blogs. Além dos debates específicos sobre o assunto, citados pelo Zé Alves (ver post abaixo), o Daniel Piza, do Estadão, escreveu um texto interessante sobre o exercício da crítica (“Ah, esses críticos”), inclusive nesse novo espaço: a blogosfera (isso me lembra as aulas de ciência à época do ginásio).

Um trecho do texto de Piza:

Um efeito claro do padrão histórico personalista ou pseudoliberal é a noção que se tem de crítica no Brasil. Como se via nos botequins e hoje se vê nos blogs, a troca de idéias logo vira acúmulo de adjetivos e a opinião emana sem argumentos, emotivamente polarizada. Tudo se precipita em lados opostos e, no fundo, semelhantes em sua falta de distanciamento, como o sujeito que só fala mal do Brasil e não consegue pensar em nada além do Brasil. O “construtivo” e o “destrutivo”, ao final, abdicam da análise, tomados pelo orgulho pueril. E aí vem o “centrão” e diz que escolher não é importante, como se a capacidade seletiva não fosse fundamental nesta era de caos informativo. Não à toa tantos artistas se crêem no direito de proibir críticos em locais públicos ou então tentam ignorá-los e se bastam no sucesso comercial.

Para quem quiser conferir o texto na íntegra, é só clicar aqui.

Mais uma do Liberati

Qualquer texto seria redundante!

Bom feriado!


Fonte: Charges do Liberati (http://liberatinews.blogspot.com/)

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Metablog

No domingo a Folha de S. Paulo fez uma matéria sobre o mundo dos blogs. Jornalistas políticos que deixaram editorias de grandes jornais e revistas produzem, no mundo dos blogs, textos mais polêmicos e virulentos. Segundo a reportagem, é uma verdadeira reedição dos confrontos ideológicos do passado.

Melhor do que a matéria foi a charge de Angeli na edição de hoje.
O nosso blog, que não é raivoso, recomenda muita calma aos nossos colegas. Muitos dos pittbulls blogueiros estão indicados na seção "Outras Praças".

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Nova Enquete

Encerrou-se a enquete sobre o assunto que você gostaria de enterrar, passado o dia de finados. O resultado final foi o seguinte:

53% responderam que gostariam de enterrar o tema do terceiro mandato de Lula;
23% não querem mais saber de falar em rebaixamento do Corinthians;
14% não agüentam mais ouvir os políticos saracoteando em torno da CPMF;
14% disseram que enterrariam as notícias sobre o caso do Pe. Júlio.

Já está no ar a nova enquete, aqui na barra lateral. Agora queremos saber: qual é o “programa ideal” para o feriado da Proclamação da República?

1. Ir com a sua sogra no museu e ouvi-la falar sobre história.

2. Ficar em casa assistindo à TV, vidrado na Sessão da Tarde, no Leão Lobo e na Márcia Goldschmidt.

3. Fazer caminhada no parque com o seu cachorro.

4. Aventurar-se numa rave que começará na quinta-feira e terminará só na quarta da semana que vem.

5. Colocar um maiô e ir ao clube exibir toda a sua forma física.

6. Outras opções (é só mencionar num comentário em qualquer post).

Fiquem à vontade para votar! Boa semana a todos!

domingo, 11 de novembro de 2007

Chávez, o rei e uma cúpula

A cúpula ibero-americana que se encerrou ontem no Chile terminou com a temperatura elevada. O que inicialmente era mais um convescote de autoridades teve seu epílogo com um grande bate-boca.

Hugo Chávez, sempre ele, atacou o ex-primeiro-ministro espanhol José Maria Aznar (direita e apoiador da guerra no Iraque), chamando-o de fascista. Zapatero, atual presidente do governo espanhol, divergiu imediatamente. Mesmo sendo opositores, Zapatero reiterou que um mandatário escolhido pelo povo espanhol deveria ser respeitado.


O rei Juan Carlos, diante do episódio, irritou-se com Chávez e disse: ¿Por qué no te callas?

Na seqüência o presidente da Nicarágua defendeu Chávez e continuou atacando a Espanha. Inesperadamente o rei retirou-se da reunião de cúpula.

Na Espanha a repercussão é muito semelhante aos processos políticos brasileiros. Mesmo que Aznar tenha agradecido às defesas de Zapatero e do monarca, o seu partido, o PP, acusou Zapatero dizendo que seu governo havia feito a Espanha perder liderança e o respeito de outros países. Os socialistas, de Zapatero, defenderam a elegância do primeiro-ministro e seu compromisso com as instituições espanholas. O rei foi criticado pelos comunistas. O mundo gira...

Depois da cúpula Chávez falou diretamente com Fidel, que reiterou apoio ao venezuelano. Chávez, em entrevista, ainda desafiou Juan Carlos: por acaso ele sabe que houve uma tentativa de golpe na Venezuela? O rei foi eleito? Eu fui 3 vezes. Enfim, Chávez.

Será que Chávez está um pouco mais preocupado por causa do crescimento dos protestos contra sua proposta de reforma constitucional? Ou tudo é apenas um despiste para alimentar o sentimento nacionalista de povos explorados pela Espanha?

PêEsse1: o convescote parecia animado. Chávez que fez suspense até a última hora chegou fazendo graça com Lula e as descobertas recentes de petróleo, chamando-o de “magnata do petróleo”. Alguma coisa saiu dos eixos.

PêEsse2: D. Bachelet teve que intermediar para acalmar os ânimos.

PêEsse3: De Lula a principal ação foi ter pulado do palco onde posaram para fotos de uma altura de mais de um metro. O petróleo deu novo gás ao nosso presidente. Kirchner foi imitá-lo e quase caiu. Já pensou se Cristina fica viúva agora?