Entretanto, na maioria das vezes há momentos extremamente chatos, sobretudo quando nos deparamos com aquelas mesmas justificativas e argumentos que, para dizer pouco, ofendem a inteligência da sociedade. Esquemáticas e previsíveis, essas “saídas estratégicas” recorrem a velhas certezas que são enlatadas em frases de efeito vazias.
O caso mais recente é o que envolve o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o famoso Paulinho da Força. Ele está sendo investigado pela Polícia Federal por ter tido seu nome (“Paulinho”) citado no esquema de desvios de recursos do BNDES. Obviamente, ele negou e afirmou ser vítima de um engano e que existem vários Paulinhos por aí.
Em sua última manifestação, porém, ele embasou sua argumentação: disse que não há provas e que a relação entre o Paulinho citado nas escutas e ele é uma armação.
Agora, vamos ver, amigos blogueiros, se vocês estão afiados com o mantra político de um líder sindicalista acusado de qualquer coisa. Quem tá armando contra o Paulinho, sendo ele um sindicalista que se elegeu deputado com o voto dos trabalhadores? Sim, claro e evidente: o grande empresariado!
O grande empresariado, essa entidade abstrata - talvez com sede no Império, é o responsável pela relação e pela investigação. Paulinho não precisou quem estaria por trás do esquema, nem quem seria esse “grande empresariado”; apenas tem afirmado com certeza que sua atuação como parlamentar incomoda os “poderosos do país”.
Se é ele ou não quem está envolvido na maracutaia do BNDES não sabemos ao certo. Sabemos com certeza apenas as respostas dadas em tais circunstâncias: é tudo culpa do grande empresariado, das elites!
Ou estamos todos uns 30, 40 anos estagnados no tempo e, de fato, o aparelho do Estado, a serviço do capital estrangeiro, continua a perseguir os valentes líderes que representam o povo, os trabalhadores; ou então, os “representantes do povo” precisam atualizar a sua retórica. A luta continua!