sábado, 31 de maio de 2008

Porque hoje é sábado! (frio)

"Desce macio e reanima"

sexta-feira, 30 de maio de 2008

STF liberou as pesquisas com embriões!

E não é que já temos algo a comemorar?

Ontem, por volta das 19h, o STF concluiu o julgamento que se "arrastava" por 3 anos a respeito das pesquisas com células-tronco embrionárias. Por 6x5 (há quem diga que foi 8x3, posto que dois ministros foram a favor da pesquisa, mas com ressalvas), o texto da Lei de Biossegurança foi mantido e considerado constitucional.

Os ministros que votaram contra as pesquisas são os seguintes: Ricardo Lewandowiski, Eros Grau, Gilmar Mendes, Cezar Peluso e Menezes Direito (responsável pelo pedido de vista em março último).

Foi engraçado ver o Direito tendo de reafirmar constantemente que sua decisão não tinha relação alguma com sua condição, notória na corte, de “católico fervoroso”. Ora, ministro, nem se fazia necessária essa observação!

Espero que essas pesquisas, talvez a grande promessa da medicina atualmente, dêem frutos por aqui!

Hoje é dia de Santa Joana d'Arc

Então, um pouco de hagiografia...

A donzela suscitada por Deus para libertar a França dos ingleses, depois de vencer as resistências dos que não queriam reconhecer a sua missão, conseguiu obter vitórias espantosas sobre os invasores e obteve a coroação do rei Carlos VII em Reims. Sua obra parecia terminada, mas Deus ainda queria dela um sacrifício supremo. Traída e entregue aos ingleses, foi julgada iniquamente e queimada como feiticeira. Mais tarde a Igreja a reabilitou e reconheceu a heroicidade de suas virtudes. Foi beatificada em 1909, pelo Papa São Pio X, e canonizada por Bento XV em 1920. [Extraído do Lepanto]


Joana d’Arc na Batalha de Orléans, tela de Jules Eugène Lenepveu (1890).

quinta-feira, 29 de maio de 2008

O ovo ou a galinha

Não sei se vocês já tiveram a estranha sensação de que, repentinamente, um fato inusitado se torna comum e passa a se repetir com uma freqüência indesejada.

Por exemplo: há coisa de um ano, era o lance dos aviões que caíam. Todo dia uma notícia informava que em algum lugar do mundo houvera uma pane ou acidente aéreo. Ora grandes aviões que tiveram de voar com uma única turbina; ora helicóptero que caía sobre um conjunto de casas; ora ultraleve que pousava em plena Fernão Dias!

Lembro-me de ter perguntado aqui no CGC se ocorrera alguma mudança brusca nas leis do universo ou se esses acidentes sempre aconteceram e nós é que não os percebêramos! Fiquei sem resposta!

Agora, a nova moda: dirigir na contramão! Ah, e de preferência numa rodovia ou grande avenida e em alta velocidade! Em pouco tempo, três casos. Um rapaz se matou na Castelo Branco; uma mulher quase na Imigrantes; outra também ficou no quase na Vinte e Três de Maio.

O que acontece?

Dos casos, sabe-se que as mulheres tinham alguns transtornos. Ok! Mas por que só agora resolveram dirigir na contramão?

Será alguma lei da natureza que coordena essas coincidências?

Será que isso sempre aconteceu e só agora está sendo noticiado? (De repente pode aparecer algum levantamento dizendo que todos os dias várias pessoas dirigem na contramão em estradas e grandes avenidas)

Ou será que tem acontecido porque está sendo noticiado?

Dúvidas cruéis!

A impressão é de um efeito em cascata: informa-se sobre algo estranho, extraordinário, e aquilo deixa de ser estranho, extraordinário, tornando-se, infelizmente, cotidiano, comum!

A partir de hoje, prestarei (bastante) a atenção quando estiver dirigindo nas Marginais ou na Vinte e Três!

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Da série "Criatividade"

Um bate-papo fortuito!

terça-feira, 27 de maio de 2008

Gota do Pessoa

Leve, leve, muito leve
Um vento muito leve passa,
E vai-se, sempre muito leve.
E eu não sei o que penso
Nem procuro sabê-lo.

Alberto Caeiro, O Guardador de Rebanhos

Fala por si só

“Ele era um bom brasileiro
Não pensava só em dinheiro
Conhecia o bairro inteiro
Fazia charme pra usar o isqueiro

A arte de amar
A cachaça do bar
E a cabeça cansada de pensar

As partidas de futebol
Iluminadas pelo pôr do Sol
E o amigo lá do morro
Pra quem pode pedir socorro

A arte de amar
A cachaça do bar
E a cabeça cansada de pensar”

Simples assim...

No clipe da semana, Cachorro Grande, Bom Brasileiro (Marcelo Gross).

Tudo o que eu queria...


De Bichinhos de Jardim, por Clara Gomes.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

O adeus de Guga

Ontem, o tenista Gustavo Kuerten, nosso querido Guga, fez seu último jogo como profissional. Foi uma despedida merecida na quadra de Roland Garros, palco que o consagrou mundialmente.

É uma pena esse término de carreira prematuro, após muitas tentativas de voltar a jogar em alto nível e uma luta incessante contra as dores no quadril, nosso maior tenista deixa as quadras, mas com a certeza do dever cumprido.

Marcou seu nome entre os grandes esportistas mundiais e no Brasil entra para o seleto clube de Pelé, Oscar, Hortência, Senna, como ídolo e referência do esporte nacional.

Sentiremos saudades do atleta Guga, mas principalmente da sua alegria e irreverência dentro de quadra.

Valeu, “véio”! As ondas e as praias de Floripa te aguardam!



João Pereira Coutinho impagável!

A cada coluna, JP-Coutinho se torna melhor. Vejam seu artigo de 20 de maio último na Folha de São Paulo. Vale a pena!

Uma miss à minha porta

FORAM ANOS e anos e anos em busca das mulheres mais belas. Não fui caso único. E poderia dizer, como um escritor beat decadente, que vi as melhores mentes da minha geração destruídas por ruivas de olhos verdes e morenas de cabelo negro. Mas uma loira genuína com a pele pintada a ouro? À minha porta? Ah, isso não é justo. Nem real.

Tudo começou com uma oferta da senhoria. Eu, rapaz solteiro, com vida dissoluta, estaria interessado nos serviços de uma empregada doméstica três vezes por semana?

Contemplei as camisas por passar. Lembrei, com repulsa, a louça em forma de Everest na cozinha. Disse que sim. Sem entusiasmo. No dia seguinte, a empregada chegou. E antes de eu chegar a ela, um pouco de história, por favor.Leitores, o que aconteceu em 1991? Eu respondo: em 1991, a antiga União Soviética era sepultada. Ficaram apenas herdeiros festivos: russos, ucranianos, armênios, moldavos, lituanos. Uma salada. Os anos seguintes não foram fáceis: com o capitalismo à solta em solo virgem, as antigas repúblicas soviéticas caíram na inflação e na escassez e começaram a exportar gente para os quatro cantos da Europa.

Não falo apenas de gente pobre. Falo de gente que ficou pobre de um dia para o outro. Em qualquer cidade da Europa ocidental era possível encontrar advogados servindo em cafés ou antigos ministros trabalhando na construção civil. Cheguei a conhecer um médico moscovita que, depois da derrocada, era motoboy em Portugal.

Já tinha visto de tudo. Mas nunca vira uma antiga candidata a miss fazendo limpezas. Chama-se Emma e, na década de 90, ela concorria ao título ucraniano. Perdeu, não me perguntem como. Depois, a família não agüentou a crise, Emma partiu com a irmã para Madri e finalmente aterrou em Portugal. Aterrou em minha casa.

Era Proust, creio, quem dizia que as mulheres bonitas eram para homens sem imaginação. Se Proust estava certo, então eu sou uma pedra em forma humana. Não, ela não é bonita. Ela transforma a capela Sistina em grafite urbano. Ela reduz qualquer escultura de Rodin a um monte de sucata.

Os cabelos, longos, terminam onde começa um pescoço que faria as delícias de Bela Lugosi. Os olhos, de um azul como já não existe nos céus de Lisboa, sorriem mesmo quando ela não sorri. E, quando o sorriso acontece em lábios generosos e de um vermelho que dispensa qualquer pintura, o rosto ganha uma luz que pode levar qualquer homem à cegueira. O corpo é perfeito. Como sei? Pelos pés: pequenos, esguios, ligeiramente ruborizados. Ela trabalha descalça e gosta de caminhar como as bailarinas. Ou como os gatos. Silenciosa e nas pontas.

Começou no mês passado. Segundas, quartas e sextas. Achei melhor incluir também as terças. E as quintas. E depois o sábado. E o domingo. E o dobro do salário nos dias feriados. Oito horas por dia? Não. Doze. Na impossibilidade de serem 24. E nada de limpezas. Limpezas, princesa? Com essas mãos tão delicadas?

Eu limpo, ela existe. E amigos vários, incrédulos ao início, já começaram a fazer excursões à casa como certos peregrinos a lugares sagrados. Chegam, acampam. Alguns pedem para levar uma relíquia da santa: um fio de cabelo, uma unha, um dente. (Um dente?) Eu sou como um policial em filme de Hollywood, depois de selar o local do crime. "Dispersem, por favor. Não há nada para ver."

Mas há tudo para ver. Imagens do concurso de miss, que ela mostrou em fotos da época. Algumas canções ucranianas, que aprendo a balbuciar com a atenção cirúrgica de um aluno aplicado.

Troquei o uísque pela vodca. Experimentei arenque (que delícia! como foi possível acreditar que o bacalhau era o supremo peixe?). Também sou capaz de reproduzir os passos mais elementares de uma dança típica. E sem qualquer esforço, apesar das cãibras permanentes que me fazem gemer a noite toda. E já digo "bom dia", "boa tarde" e "boa noite" na língua retorcida dos nativos. Quando chegar a um nível mais profissional, resolvo tudo com um "casa comigo" e depois parto com ela para a lua-de-mel em Kiev.

Anos e anos e anos em busca das mulheres mais belas. Mas foi o fim do comunismo e a entrada arrasadora do capitalismo que trouxe uma miss à minha porta. E logo agora, que eu começava a ficar um pouquinho mais esquerdista.

Desculpem, camaradas. Mas, como diria o velho Karl, a cada um segundo suas necessidades.

domingo, 25 de maio de 2008

Revolvendo o baú da memória

Para o domingão, uma entrevista com Zeca Pagodinho, há 20 e poucos anos. Reparem nas canelinhas do cidadão: calça dobrada, tênis vermelhos e meias esticadas. Magrinho, magrinho e um tanto assustado.