No último sábado, 10 de abril, o programa Legendários encabeçado pelo apresentador, produtor, criador e outros "or's" Marcos Mion deu o ar de sua graça na TV Record.
Mion recrutou personalidades de peso (não é uma piadinha para o João Gordo, eu juro) para acompanhá-lo ao decorrer do programa, os quais já foram seus companheiros de trabalho em sua ex-patroa MTV. Dentre eles estão Mionzinho, os ex-Hermes & Renato, e João Gordo. Além destes rostos já conhecidos, completam o time dos Legendários: Gui Pádua, Marcelo Marrom, Elcio Coronato, Jacke Khury, Felipe Solari e Miá Mello.
O programa apresentado ao vivo já estava sendo comentado nas grandes mídias há algumas semanas, principalmente questionando se o punk desbocado João Gordo iria poder soltar alguns palavrões no horário nobre de uma tv propriedade de evangélicos. Pois bem, até levaram esta discussão ao ar com o humor, e ainda "presentearam" o vocalista do Ratos de Porão com o Homem Biiiiiiip, para o caso de ele soltar algum palavrão. E não deu muito certo, acabou escapando do mesmo jeito.
A matéria de João Gordo iniciou o programa com um tema até interessante (a arrecadação de dinheiro mediante as multas no trânsito da cidade de São Paulo), onde até o prefeito Gilberto Kassab foi abordado. Molde do CQC, é evidente, e com um saldo final a desejar, principalmente no que se refere ao João, que pelo visto terá um espaço irrisório no programa. Conhecendo a personalidade do mesmo, duvido que ele continue lá por muito tempo.
Ao meu ver, apenas dois momentos do programa trouxeram boas abordagens, a matéria sobre meio ambiente de Felipe Solari, que ainda teve "atrativos" com mulheres seminuas durante a matéria (desnecessário), mas com um apelo inteligente, e a reportagem de Elcio Coronato sobre preconceito, promovendo vários testes com pessoas comuns em vários ambientes. Mas também não trouxe nada muito inovador.
Outra parte dos Legendários que chamou minha atenção, talvez não por sua extrema qualidade, mas por motivos pessoais foi a paródia do Shop Tour com os ex-Hermes & Renato. Eles ainda não retomaram a velha forma, mas ainda acredito que eles consigam, se assim permitirem. Estranho vai ser quando escolherem outro nome para eles.
Quadros menores como o antigo "micon" sempre me agradaram desde a MTV, e o formato pelo menos permaneceu o mesmo, e Mion sabe levá-lo como ninguém.
Já a matéria de Gui Pádua é interessante pela adrenalina do famoso paraquedista, que já quebrou vários recordes mundiais e é conhecido por seus saltos proibidos. Porém, não consegui ainda julgar se coube no formato do programa, ainda tive a impressão de que ela ficou muito deslocada, e me fez pensar nos próximos saltos.
Agora, o pior quadro de humor sem sombra de dúvidas, não só deste programa mas me arrisco a dizer, da televisão aberta brasileira foi de Miá Mello, que deu vida à apresentadora Teena. Sem sentindo, sem graça, sem conteúdo, só é irritante, e penso que Chitãozinho e Xororó se arrependeram de participar deste momento. Ainda mais com os gritos de doer da humorista.
O segundo quadro mais fraco foi o da gostosona Jaque Khury. Nele, perguntas "polêmicas" são levantadas e tentam ser explicadas. Ontem a escolhida foi "qual música é mais brochante"? Bom, para os homens este momento vale a pena, já que todo o material de Jaque foi exibido, mas tanto sua interpretação como as explicações dos profissionais foram muito fracas. Vale um pouco pelas caretas do Mionzinho, que aliás faz o mesmo trabalho de sombra do Mion de sempre.
Por último, Marcelo Marrom irá encarar um anti-herói, o Super Tição. No programa de ontem ele apenas foi apresentado, mas promete ser mais um personagem repetitivo do herói brasileiro que sofre com as injustiças típicas do nosso país. E o antigo Anão Tosco está de volta com o papel de Nestor, escudeiro de Super-Tição.
Como balanço final eu daria uma nota 6,5 para o programa, mais pela produção, cenário e figurino. Fizeram muito barulho por algo que não tem um grande diferencial mediante outros programas de formato similar, como o CQC e o Pânico. Além da música de abertura do Charlie Brown Jr., mais uma das enjoativas composições de Chorão que falam sempre as mesmas coisas, com o mesmo ritmo e os mesmos trejeitos de sempre.
Particularmente, eu não duvido do talento de Marcos Mion e seu modo de apresentar, além do que a maioria de seus programas sempre estiveram na minha tv, mas o primeiro Legendários se apresentou como tedioso, enjoativo e nada criativo.
Além disso, falar palavrão não pode, mas um monte de mulher quase pelada esfregando a bunda e os peitos na tela sim. Falso moralismo de sempre.