quinta-feira, 6 de maio de 2010

Cortem a cabeça!

Posso garantir que qualquer pessoa que aprecia a 7ª arte observa tudo em torno das produções cinematográficas, desde quando surge a idéia para um novo filme até durante a produção do mesmo.

Além disso, todo cinéfilo possui suas figuras favoritas no meio. Diretores, atores, produtores, etc., sempre conquistam os corações de quem baba nas grandes telas.

Eu, como uma mera iniciante neste meio (pois ainda me falta muito estudo para me julgar como cinéfila), desde pequena me encanto com os filmes de um certo diretor conhecido como um dos mais excêntricos e lunáticos. Com estas duas últimas descrições não fica difícil notar que falo de Tim Burton.

A mais recente obra de Burton foi tida como o mais esperado lançamento de 2010, além de ter batido recordes de bilheteria pelo mundo ultrapassando até o aclado Avatar. Aqui no Brasil, “Alice no País das Maravilhas” estreiou há duas semanas atrás, no dia 23 de abril.


Desde 2008 acompanho passo a passo o nascimento deste filme, o qual tinha como principal objetivo a releitura do livro de mesmo título, do autor inglês Lewis Carroll.

Bem antes da estréia da versão de Tim Burton, “devorei” o livro e sua continuação (“Alice No País do Espelho”),pois só havia me deparado com a loirinha de 7 anos de idade ao assistir a versão em desenho da Disney e em uma peça de teatro quando eu tinha mais ou menos a idade de Alice nos livros.

Ok. Está tudo correndo bem,as primeiras informações sobre o elenco apareceram (nada de novidades espantosas, pois Johnny Depp, Helena Bohan Carter e Christopher Lee mais uma vez o integra), as primeiras fotos surgem e deixam todos de boca aberta pelo figurino e pela maquiagem. A empolgação aumentava a cada dia junto com a minha ansiedade pela estréia.

Enfim chegada a hora. Dois torturantes dias após a estréia,consegui ingressos e o coração já não cabia mais no peito. Exagerada eu? Admito que sim, principalmente no que diz respeito ao Tim e ao Johnny Depp.

Lugares bons, óculos 3D já no rosto, os traillers começam. Detalhe, foi minha primeira vez em um cinema 3D, imaginem a farra da criança aqui querendo pegar os bichinhos no ar e se assustando com movimentos bruscos dos personagens a todo instante!

Ah! Então começa o filme e meu sorriso já vai de orelha a orelha antecipadamente, tamanha a alegria em assistir a mais uma obra prima de quem, para mim, é o melhor diretor e produtor de cinema que existe até o momento.

Mas, esperem aí. Terminou o filme. E aí? Pairou um vazio no ar e alguns buracos maiores do que Alice entrou ficaram claramente expostos ao decorrer da trama.

Como já havia sido anunciado, Tim Burton criaria uma versão diferente da original de Lewis Carroll. Até aí tudo certo.

Porém, podemos dizer que nesta “3ª história” que não espantaria se o próprio Carrol a tivesse escrito, o roteiro se apresentou pobre, sem muitas complicações, tensões e reviravoltas, o que é atípico do misterioso e lunático diretor e da obra original, repleta de enigmas e poesia.

A personagem principal interpretada por Mia Wasikowska (saúde!), acabou por se apresentar sem expressão tampouco sentimento. Muito do encanto de Alice, a menininha que passou por experiências lúdicas e conflitos existenciais na infância, foi tirado a partir do desempenho apático de Mia.


Com 19 anos, a já adulta Alice que fugiu de um noivado,foi ofuscada por Johnny Depp e seu Chapeleiro Maluco, e por Helena Bohan Carter e sua Rainha Vermelha de cabeça avantajada.

Depp, na verdade, se tornou o maior herói da trama. Com maquiagem extremamente colorida e olhos um tanto quanto psicóticos, seu personagem ganhou prestígio desde o início, tendo destaque até nos materiais de divulgaçãos e nos créditos. Felizmente, no longa metragem sua atuação não decepcionou em nada.


A senhora Burton e sua crise existencial mediante um crânio de proporções enormes surpreendeu,e como Tim gosta de finais mais extravagantes, o destino da vilã poderia ter sido mais original. Mesmo assim,a atriz soube conduzir o papel e provou que não está ali só por ser casada com quem realmente manda. Aliás, seu marido poderia ter abusado do principal bordão da personagem original. O “cortem-lhe a cabeça” apareceu poucas vezes.

Falando em usar bordões, onde foi parar o exaustivo porém característico “tô atrasado! Tô atrasado!” do medroso Coelho Branco? Mais um que vai pra lista de pecados.

Outra crítica vai para os trejeitos da Rainha Branca interpretada por Anne Hathaway. Cada movimento da bondosa e pálida era acompanhado de danças flutuantes que, no bom português , encheram a paciência. Sinceramente, foi só para isso que o personagem serviu, pois o que era pra ser uma mulher graciosa e deslumbrante se tornou alguém insoso.

Chesire Cat, o risonho peludo de olhos verdes, teve seus méritos. O felino fofinho e sagaz chamou atenção por sua sagacidade e por sua capacidade em escapar de confusões. Mesmo assim, o bichano de sorriso amarelo e por vezes psicótico poderia ter ganho um destaque maior.

As surpresas do filme foram os gêmeos Twedledee e Twedledum, que só com suas expressões e seus corpinhos roliços já arrancavam gargalhadas do cinema inteiro, assim como a Lebre de Março, totalmente insandecida jogando e quebrando coisas por onde passa.


Uma das principais cenas do filme foi a Batalha do Tabuleiro de Xadrez, onde faltou aquela tensão para quem sabe surpreender no fim. Que os mocinhos geralmente ganham todos sabem, mas dessa vez tudo ficou muito fácil. Também era o momento para um possível embate entre o “fiel” Valete de Copas da Rainha Vermelha e o Chapeleiro Maluco, coisa que não aconteceu. Alice também não teve muito trabalho para derrotar o imenso dragão com a voz de Christopher Lee. Uma menina, de 19 anos, que nunca sequer havia tocado em uma espada, matou a fera de uma maneira muito fácil e sem sair com nenhum arranhão.

Para finalizar esta crítica, devo ressaltar que os efeitos visuais e a trilha sonora instrumental de Danny Elfman estão impecáveis, e só por isso pode-se dizer que o filme deve sim ser visto e que cada centavo gasto no ingresso do cinema 3D é compensado na sala do cinema. Contudo não deve-se criar expectativas quanto ao enredo, que se tornou banal e um pouco desinteressante por sua falta de detalhes e de simbolismos.

Mesmo assim, não cortem a cabeça de Tim Burton, apenas assistam Alice no País das Maravilhas preparados de uma forma que eu não estava.

PêEsse: para ver o filme, fui pela primeira vez ao cinema Marabá. O local fica próximo à Praça da República, e foi reformado e reinaugurado no fim de 2009. A estrutura antiga foi preservada, dando um ar clássico ao ambiente com vigas, piso, lustres e portas antigas. O melhor é que as salas da Playarte são extremamente confortáveis, amplas e inclinadas na medida certa. Vale a pena conferir!

E o que muitos esperavam não aconteceu...

O Pacaembu não ruiu!

Não foi uma reação “argentina”, mas a torcida aplaudiu o time, cantou moderadamente e quando o canto flamenguista ficou mais alto o “maloqueiro, sofredor, graças a Deus” abafou os rubro-negros.

O elenco deve perceber que 2010 não acabou. Domingo começa o Campeonato Brasileiro, onde temos condições de brigar pela ponta e depois da Copa tem a Sul-Americana. Que dá vaga pra onde?

Libertadores! Aí sim vamos disputá-la com 100 anos. Afinal, o centenário vai de 01/09/10 até 01/09/11 – perdemos essa com 99 anos.

Para isso a permanência de Mano Menezes é fundamental. E uma enxugadinha no elenco também. De resto, vamos tocando o bonde.

Ontem saí triste do Pacaembu, mas hoje acordei de boa. Foi mais um jogo.

O Pacaembu está de pé. O Corinthians não acabou. E na vitória ou na derrota eu grito forte: corintiano eu serei até a morte.

E vai Corinthians!

PêEsse: 40 minutos para atravessar a Praça Charles Miller, sitiada pela tropa de choque graças a meia-dúzia de babacas que resolveram tacar pedra na polícia. Esses imbecis saíram correndo e sobrou bomba de fumaça pro torcedor comum. Uma lástima.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Inimigos declarados

Muita gente ainda me pergunta se eu fui ao show do Megadeth dia 24/04 aqui em SP.

Quero deixar uma coisa muito bem clara: eu sou fã do Metallica, portanto, o Megadeth é meu inimigo!

Perguntar para um fã do Metallica se ele iria a um show do Megadeth é a mesma coisa que perguntar para um fã da Britney se ele gosta da Christina Aguilera!!

Não rola, é treta na certa!!