quinta-feira, 1 de maio de 2008

Saudades

21 de março de 1960 – 01 de maio de 1994
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Os críticos diziam que em Donington Park não haviam pontos de ultrapassagem

Porque hoje é dia do trabalho


quarta-feira, 30 de abril de 2008

Da série "Criatividade"


terça-feira, 29 de abril de 2008

Do lugar da desculpa na política

Qual é o lugar da desculpa na política?

Foi essa a pergunta que me fiz após ouvir Cid Gomes, governador do Ceará, pedir desculpas por ter levado sua sogra para passear de avião até a Europa.

Em tempos de cartão corporativo, chamou a atenção vê-lo pedir desculpas. O interessante é por que ele pediu desculpas: pelo constrangimento e não por ter cometido algum delito!

Como os demais políticos e reitores que protagonizaram gastos com carros alugados, tapiocas e lixeiras, Cid Gomes alegou não ter agido de má-fé e afirmou, ainda, não ter desrespeitado nenhuma lei. Afinal de contas, a sua sogra não custou nada aos cofres do Estado.

Talvez Cid Gomes não tenha infringido nenhuma lei; apenas confundiu o público com o privado, mesmo sem causar ônus para o erário.

Mas voltemos ao tema da desculpa na política! Há lugar para a desculpa na política? Qual?

Se tomar o caso do tal governador como exemplo para a reflexão, digo que há lugar sim. O pedido de desculpas público, dirigido às pessoas que o elegeram, é, a rigor, o atestado de que Cid errou e que – se esse pedido não for irônico e revestir-se de sinceridade – reconhece seu erro.

Portanto, nesses termos, pedir desculpa significa reconhecer que houve um erro – na política: sem dolo, de preferência – e submeter-se, humilde, aos outros, ao público, esperando o perdão! Pedir desculpa significa, antes de tudo, conhecer a norma.

Aí entra o artifício retórico de Cid Gomes: pediu desculpas por quê? Não houve, segundo o governador, delito algum.

Então por quê? Por ter se envolvido em um episódio que causou constrangimento. A quem? Sobretudo a ele próprio! Que coisa mais narcisista: vir a público pedir desculpas por um constrangimento que ele próprio causou a si mesmo.

Recuperando a concepção psicanalítica, ao narciso não importa necessariamente o que ele vê no espelho, mas sim como os outros o vêem. E, neste caso, pedir desculpas é uma forma de recolocar-se diante dos outros, mesmo sem admitir que errou!

Pedir desculpas na política, parece-me, é um artifício retórico que, aplicado às circunstâncias brasileiras onde a moral e a política se tocam de modo sui generis, se mostra bastante eficiente, ainda que se peça desculpas sem que exista algum erro.

Ou alega-se que não se sabe de nada; ou grita-se que não houve má-fé (portanto, outra forma de “não saber de nada”); ou então, pede-se uma “auto-desculpa”, a rigor vazia, mas eficaz no discurso político.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Como podes Mangueira cantar?

Mangueira teu cenário é uma beleza, que a natureza criou

No morro com seus barracões de zinco

Quando amanhece que esplendor

Todo mundo te conhece ao longe,

pelo som dos teus tamborins e o rufar do seu tambor

Chegou, a Mangueira chegou”

(Enéas Brites da Silva e Aloísio Augusto da Costa)



Hoje a escola de samba mais popular do Brasil comemora mais um aniversário. Mangueira, de tantos mestres e tantos sambas, chega aos 80 anos de fundação lutando para manter as tradições dos velhos tempos de glória.


Para os que torcem por alguma escola e até mesmo para os que não gostam de carnaval. Mangueira acaba sendo uma referência quando o assunto é desfile de escolas de samba e é sem dúvida a agremiação mais querida e lembrada do Brasil no mundo.


Mangueira de Cartola, Carlos Cachaça, Dona Zica e Dona Neuma. Figuras que já nos deixaram, mas que tem seus nomes e histórias misturadas à trajetória da escola e merecem o reconhecimento eterno pela luta em prol da Estação Primeira e do carnaval.


O carnaval há muito virou comércio e já não sustenta a mesma glória e tradições de outrora. Certamente essas figuras citadas acima não concordariam com o tipo de administração que é feita hoje em dia e talvez só sustentem prestígio porque não podem mais palpitar nas decisões da presidência. Exemplo disso é que no ano do centenário (2008) do mestre maior de Mangueira, o poeta Cartola, a escola não tenha feito o desfile em sua homenagem, optando por um enredo patrocinado por uma prefeitura do Nordeste.


Com certeza a data é pra ser lembrada e comemorada. Mas não podemos esquecer de todas as falcatruas e guerra de interesses que existem dentro da agremiação, que usa a paixão do povo em benefício de meia dúzia de espertos.


Cartola, com toda sua sabedoria, já cantava nos versos de Sala de Recepção as amarguras de um povo que além do sol, só tinham de legítimo, o amor e o orgulho por Mangueira.


“Habitada por gente simples e tão pobre

Que só tem o sol que a todos cobre

Como podes Mangueira cantar?

Pois então saiba que não desejamos mais nada

A noite, a lua prateada

Silenciosa ouve as nossas canções

Tem lá no alto o Cruzeiro, onde fazemos nossas orações

e temos orgulho de ser os primeiros campeões”




Porque essa semana tem feriadão