Era fim da década de 70 e, numa quadra no bairro do Cacique de Ramos, Rio de Janeiro, depois do futebol, acontecia uma animada roda de samba, que juntava músicos e compositores oriundos de diversas escolas e blocos do carnaval carioca.
Nascia, assim, um movimento cultural ímpar na história da música e do samba no Brasil.
Aquela roda tinha algo de especial, algo diferente de tudo o que já havia sido feito até então. Eles faziam samba porque gostavam, sabiam e representavam com propriedade compositores do quilate de: Candeia, Nelson Cavaquinho, Cartola, Heitor dos Prazeres, Ismael Silva, Wilson Moreira, Nei Lopes, Paulinho da Viola, Noel Rosa, Geraldo Filme e tantos outros.
Tornou-se hábito a roda ser freqüentada por jogadores de futebol, personalidades da sociedade e da televisão. Artistas do samba, ao gravarem seus discos, iam procurar novas inspirações na roda do Cacique, dando crédito, assim, à qualidade dos sambas que surgiam desse novo movimento.
O movimento ganhou o apadrinhamento de Beth Carvalho, e dali saíram: Almir Guineto, Jorge Aragão, Sombrinha, Bira Presidente, Ubirany, Sereno e Neocy, que juntos integraram a primeira formação do Grupo Fundo de Quintal. Depois ainda vieram Arlindo Cruz (que também fez parte do grupo), Zeca Pagodinho, Luis Carlos da Vila, Mauro Diniz, e muitos outros.
Pagode – que tem no seu verdadeiro significado o sentido de reunião (ou baile) onde se toca ritmos populares acompanhados por percussão, violão e cavaquinho – no Cacique de Ramos era feito na sua mais primitiva essência, o que também, por muito tempo, foi levado adiante pelo Grupo Fundo de Quintal.
Nos anos 90 houve um grande “boom” de grupos do gênero e o que já era popular, tornou-se ainda mais freqüente nas FM’s. Com isso, obviamente as tradições não foram mantidas e o que passou a valer foi o interesse comercial das gravadoras e da mídia.
O pagode ficou, então, estigmatizado com aquela imagem dos óculos na cabeça, mustangs amarelos, exames de DNA, passinhos ridículos e letras melosas. Estigma que talvez nunca seja revertido.
O Grupo Fundo de Quintal, assim como muitos de seus ex-integrantes também não conseguiram manter sua essência e, há pelo menos 10 anos, vivem de regravações dos sucessos das longínquas rodas do Cacique.
As verdadeiras rodas de samba e de pagode, hoje, vivem na cena alternativa, principalmente no Rio de Janeiro e em alguns bairros de São Paulo. Na mídia o samba virou sinônimo de elite, e artistas populares como Zeca Pagodinho, Paulinho da Viola, Martinho da Vila e Beth Carvalho se apresentam em casas luxuosas, onde uma latinha de cerveja custa R$ 6,00 e a entrada não sai por menos de 50 (e pra ficar lá de longe).
Para homenagear a boa e velha roda de samba, o clipe da semana traz os paulistanos do Quinteto em Branco e Preto com o samba Patrimônio da Humanidade.
“O samba me traz tanta recordação / Enche a minha alma de inspiração / Patrimônio da humanidade / Brasileiro de verdade, que mora no meu coração”
Nascia, assim, um movimento cultural ímpar na história da música e do samba no Brasil.
Aquela roda tinha algo de especial, algo diferente de tudo o que já havia sido feito até então. Eles faziam samba porque gostavam, sabiam e representavam com propriedade compositores do quilate de: Candeia, Nelson Cavaquinho, Cartola, Heitor dos Prazeres, Ismael Silva, Wilson Moreira, Nei Lopes, Paulinho da Viola, Noel Rosa, Geraldo Filme e tantos outros.
Tornou-se hábito a roda ser freqüentada por jogadores de futebol, personalidades da sociedade e da televisão. Artistas do samba, ao gravarem seus discos, iam procurar novas inspirações na roda do Cacique, dando crédito, assim, à qualidade dos sambas que surgiam desse novo movimento.
O movimento ganhou o apadrinhamento de Beth Carvalho, e dali saíram: Almir Guineto, Jorge Aragão, Sombrinha, Bira Presidente, Ubirany, Sereno e Neocy, que juntos integraram a primeira formação do Grupo Fundo de Quintal. Depois ainda vieram Arlindo Cruz (que também fez parte do grupo), Zeca Pagodinho, Luis Carlos da Vila, Mauro Diniz, e muitos outros.
Pagode – que tem no seu verdadeiro significado o sentido de reunião (ou baile) onde se toca ritmos populares acompanhados por percussão, violão e cavaquinho – no Cacique de Ramos era feito na sua mais primitiva essência, o que também, por muito tempo, foi levado adiante pelo Grupo Fundo de Quintal.
Nos anos 90 houve um grande “boom” de grupos do gênero e o que já era popular, tornou-se ainda mais freqüente nas FM’s. Com isso, obviamente as tradições não foram mantidas e o que passou a valer foi o interesse comercial das gravadoras e da mídia.
O pagode ficou, então, estigmatizado com aquela imagem dos óculos na cabeça, mustangs amarelos, exames de DNA, passinhos ridículos e letras melosas. Estigma que talvez nunca seja revertido.
O Grupo Fundo de Quintal, assim como muitos de seus ex-integrantes também não conseguiram manter sua essência e, há pelo menos 10 anos, vivem de regravações dos sucessos das longínquas rodas do Cacique.
As verdadeiras rodas de samba e de pagode, hoje, vivem na cena alternativa, principalmente no Rio de Janeiro e em alguns bairros de São Paulo. Na mídia o samba virou sinônimo de elite, e artistas populares como Zeca Pagodinho, Paulinho da Viola, Martinho da Vila e Beth Carvalho se apresentam em casas luxuosas, onde uma latinha de cerveja custa R$ 6,00 e a entrada não sai por menos de 50 (e pra ficar lá de longe).
Para homenagear a boa e velha roda de samba, o clipe da semana traz os paulistanos do Quinteto em Branco e Preto com o samba Patrimônio da Humanidade.
“O samba me traz tanta recordação / Enche a minha alma de inspiração / Patrimônio da humanidade / Brasileiro de verdade, que mora no meu coração”
4 comentários:
Dúvida cruel: Lecy Brandão fez parte do Fundo de Quintal ou apenas frequentava (e foi descoberta) no mesmo pagode?
A Lecy frequentava a roda, mas ela já era conhecida por pertencer a ala de compositores da mangueira. Porém, ficou conhecida nacionalmente gravando o samba "Isso é fundo de quintal"
Acho que poderia ter falado de outros grupos que também fizeram samba de verdade na década de 90, não foi só o fundo de quintal. mas o quinteto é muito bom. representa a periferia . abraço
marcinho
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