Breves notas, antes de partir da Espanha.
1- Assunto recorrente nos jornais: a crise econômica. A desaceleração prostrou o país em seu maior índice de desemprego e previsão de baixo crescimento. A responsabilidade é da "borbulla inmobiliaria". O crescimento foi sustentado, em parte, pelo setor da construção. Agora, endividados não têm como pagar. Há poucos dias um caso semelhante ao da Encol aconteceu por aqui. No dia seguinte, a segunda maior companhia aérea, Spanair, anunciou a demissão de 1100 funcionários e suspensão de vôos.
2- Zapatero negou o tempo todo que o país estava em crise. Agora que os índices, em seus 100 dias de segundo mandato, atestam o óbvio, ele pede otimismo à população. Gastou todo capital político nesta operação.
3- O governo está mais interessado numa discussão bizantina: a questão das línguas regionais. O governo é favorável à pluralidade lingüística. Os opositores e nacionalistas vêem neste debate uma ameaça à unidade etc... Um bom despiste em meio à crise, mas altamente arriscado por aflorar ânimos e divisões.
4- Todos os dias há notas sobre separatismo, terrorismo etc.
5- Desproporções nos preços das passagens. Um trajeto de 450 km de ônibus, 32 euros; de trem de alta velocidade em um percurso de 600 km, 61 euros; um vôo de 1000 km, 80 euros (em uma "bajo custo", claro); de carro por 400 km, 50 euros.
6- Verão na Espanha: festas em todos os lugares. Muitos festivais, festas tradicionais e muito calor.
7- Nas grandes lojas de discos há sempre uma seção de música brasileira. Alguns nomes que são pouco conhecidos do grande público no Brasil (Rita Ribeiro, por exemplo) e os clássicos Caetano, Chico, Tom Jobim, Bethânia. Também compõem a lista: Vanessa da Mata, Ivete Sangalo, Carlinhos Brown (que toca muito em rádio aqui), Marisa Monte (que insistem em chamar de Montes...).
8- Nas letras ainda somos ignorados: exceções Clarice Lispector e Paulo Coelho.
9- No mais, muito futebol. Luis Fabiano agora com dupla cidadania.
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