No meio da campanha eleitoral do ano passado ouvi de uma conhecida uma frase muito interessante: "no passado as elites tinham medo de apenas dois grupos: dos intelectuais e dos operários". Os dois últimos presidentes, oriundos destes grupos, não representavam uma ameaça, mas garantias a grandes grupos, lucros astronômicos dos bancos, proteção e acordos com lideranças políticas que antes combatiam e uma certa estabilidade econômica.
Pois bem, qual o reflexo disso na sociedade?
Hoje, parece que as nossas soluções "consensuais" transitam na área da impunidade e da descrença plena em muitos valores ou mesmo na possibilidade de pensarmos alternativas.
Esta descrença chega a parcelas da população onde instaurou-se uma espécie de "vale-tudo": prostitutas, professores, garis, travestis, crianças, idosos são vítimas de violências corriqueiras e banalizadas.
Nesse conformismo há um outro sentimento que começa a ser demonstrado sem constrangimento: as tais "elites", que um dia tiveram algum tipo de temor (se é que a frase de minha conhecida tenha sentido), sorriem de forma nefasta. "Está vendo no que deu tudo isso?"
Manifestam-se em artigos de jornais como se não integrassem e não colaborassem para esta situação. Ou pior, nas declarações e conversas das altas rodas, reforçam a crença de que são superiores e que, por algum desatino do destino, vieram parar por estas bandas tropicais.
Se apresentam com uma pureza e um senso ético que nem sempre tiveram e atiram seus juízos de toda ordem, mesmo que se locupletando com tudo isso.
P.S. Receio as generalizações e procuro evitá-las. Peço desculpas pela simplificação mas é um quadro que nos desafia!
Pois bem, qual o reflexo disso na sociedade?
Hoje, parece que as nossas soluções "consensuais" transitam na área da impunidade e da descrença plena em muitos valores ou mesmo na possibilidade de pensarmos alternativas.
Esta descrença chega a parcelas da população onde instaurou-se uma espécie de "vale-tudo": prostitutas, professores, garis, travestis, crianças, idosos são vítimas de violências corriqueiras e banalizadas.
Nesse conformismo há um outro sentimento que começa a ser demonstrado sem constrangimento: as tais "elites", que um dia tiveram algum tipo de temor (se é que a frase de minha conhecida tenha sentido), sorriem de forma nefasta. "Está vendo no que deu tudo isso?"
Manifestam-se em artigos de jornais como se não integrassem e não colaborassem para esta situação. Ou pior, nas declarações e conversas das altas rodas, reforçam a crença de que são superiores e que, por algum desatino do destino, vieram parar por estas bandas tropicais.
Se apresentam com uma pureza e um senso ético que nem sempre tiveram e atiram seus juízos de toda ordem, mesmo que se locupletando com tudo isso.
P.S. Receio as generalizações e procuro evitá-las. Peço desculpas pela simplificação mas é um quadro que nos desafia!
2 comentários:
José Alves...
por esses dias eu fiz um breve retorno musical-sonoro aos anos EQUIVOCADAMENTE denominados de "perdidos", a Década de 1980...
impossível não recuperar Renato Russo e a música "Que País É Esse?"...dizia ele:
"nas favelas, no senado, sujeira pra todo lado;
ninguém respeita a constituição.."
Justamente na Década de 80, aquela denominada pelos "economistas de plantão" de Perdida, o País aprovava uma Carta Consitucional que pela primeira vez em nossa história incluiu-se artigos - 182 e 183 - que tratam das Políticas Urbanas; A mesma década que (re)tomamos a Democracia como condição política, e se não estou enganado, a mesma década de "crição-explosão do Partido dos Trabalhadores"....infelizmente um partido que ao saborear o encantamento da cidade e da arquitetura moderna perdeu-se no "auto(contra)reflexo" dos planos de vidros dos palácios do DF.
Década Perdida? Perdida sim para os que só conseguem compreender o desenvolvimento de país pela lógica do Capital Financeiro (totalmente improdutivo) e desconsideram o Capital Social, o mesmo que ajudou a produzir o Documento da CNBB de 1973 que exigia Reforma Agrária e Reforma Urbana e o Fim da Especulação sobre a Terra.
Acho que a pergunta não é "Que país é esse?...a pergunta hoje pode ser:
"De quem é esse país?"...."Que País É Esse" parece ser impossível responder.
abs
Rodrigo
Bom, me cabem aqui 2 comentários: chamo FHC de pseudo-intelectual e Lula de pseudo-operário. Mas me questiono, se a todos deles que chegam ali, deverei chamar de pseudo. E se a mim coubesse um dia lá chegar, seria eu um pseudo-professor???
Professor... meu Deus... qual nosso valor??? Todos que galgam, todos que chegam, se elevam por nosso intermédio... Qual seria nosso real tamanho???
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