sexta-feira, 27 de março de 2009

A filha de FHC e a visão republicana

Leia a rápida entrevista na Folha de hoje.

Mônica Bergamo

LUCIANA CARDOSO
“O Senado é uma bagunça


Funcionária do Senado para cuidar “dos arquivos” do senador Heráclito Fortes (DEM-PI), Luciana Cardoso, filha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, diz que prefere trabalhar em casa já que o Senado “é uma bagunça”. A coluna telefonou por três dias para o gabinete, mas não a encontrou. Na última tentativa, anteontem, a ligação foi transferida para a casa de Luciana, que ocupa o cargo de secretária parlamentar. Abaixo, um resumo da conversa:

FOLHA - Quais são suas atribuições no Senado?
LUCIANA CARDOSO - Eu cuido de umas coisas pessoais do senador. Coisas de campanha, organizar tudo para ele.
FOLHA - Em 2006, você estava organizando os arquivos dele.
LUCIANA - É, então, faz parte dessas coisas. Esse projeto não termina nunca. Enquanto uma pessoa dessa é política, é política. O arquivo é inacabável. É um serviço que eternamente continuará, a não ser que eu saia de lá.
FOLHA - Recebeu horas extras em janeiro, durante o recesso?
LUCIANA - Não sei te dizer se eu recebi em janeiro, se não recebi em janeiro. Normalmente, quando o gabinete recebe, eu recebo. Acho que o gabinete recebeu. Se o senador mandar, devolvo [o dinheiro]. Quem manda pra mim é o senador.
FOLHA - E qual é o seu salário?
LUCIANA - Salário de secretária parlamentar, amor! Descobre aí. Sou uma pessoa como todo mundo. Por acaso, sou filha do meu pai, não é? Talvez só tenha o sobrenome errado.
FOLHA - Cumpre horário?
LUCIANA - Trabalho mais em casa, na casa do senador. Como faço coisas particulares e aquele Senado é uma bagunça e o gabinete é mínimo, eu vou lá de vez em quando. Você já entrou no gabinete do senador? Cabe não, meu filho! É um trem mínimo e a bagunça, eterna. Trabalham lá milhões de pessoas. Mas se o senador ligar agora e falar “vem aqui”, eu vou lá.
FOLHA - E o que ele te pediu nesta semana?
LUCIANA - “Cê” não acha que eu vou te contar o que eu tô fazendo pro senador! Pensa bem, que eu não nasci ontem! Preste bem atenção: se eu estou te dizendo que são coisas particulares, que eu nem faço lá porque não é pra ficar na boca de todo mundo, eu vou te contar?

terça-feira, 24 de março de 2009

Um texto imperdível!

Vai abaixo um daqueles textos imperdíveis! Saborosos!

Um relato sobre domingo passado, em São Paulo, com os amigos e com o Radiohead! Até parece ter sido escrito ali, no meio da lama, com um laptop virtual - talvez uma invencionice do Kraftwerk! – enquanto as coisas aconteciam.

Bom proveito!

Um domingo com os amigos!

Por Natália F. Monteiro

Há pouco mais de três meses, em um clássico domingo de futebol, churrasco (no meu caso, pão com vinagrete) e cerveja (para eles), eis que surge a pergunta:

- E aí Naty, vai ao show do Radiohead?

Respondi com todo o carinho que achava que não, já que as circunstâncias financeiras estavam difíceis. Mesmo assim a tentação pairava sob minha cabeça. No fim de semana seguinte, reencontrei um amigo e ele me fez a mesma pergunta, acrescentando uma informação: o Kraftwerk vai abrir.

Pensei com meus botões, "por que não?". Na segunda-feira já intimei meu colega de trabalho a comprar meu ingresso. Limite bancário serve para isso, oras.

Algum tempo se passou e a ficha caiu há menos de uma semana do espetáculo: pô, vou ver mesmo o Thom Yorke. A excitação realmente se tornou estrondosa à medida que o domingo, 22, se aproximava.

No dia da apresentação, lá vou eu me encontrar com os velhos e bons amigos boleiros que primeiro me questionaram sobre o show, Edu Zanardi e Anderson, vulgos Gordo e CD.

Então, ouvindo o clássico Corinthians x Santos (não por minha vontade) partimos rumo à Chácara do Jóquei.


Um pouco de trânsito, dois bulldogs lindos na Rebouças, mais um pouco de trânsito e estacionamos. E estacionamos bem longe. Barbieri que lembra Barbiroto e uma padaria que lembra café (ah, o café do Gordo).

Anda, anda anda...

Carrefour.

Anda mais um pouco.

"Capa de chuva cinco reais!"

Não, muito obrigada. Mas se tiver um par de pernas a gente compra!

Anda, anda, anda...

Habbib's.

Anda, anda, anda...

"Olha o Makro, CD! Chegamos na Zona Norte!"

Anda, anda, anda...

Depois de umas 30 placas, finalmente, Chácara do Jóquei. Ufa!

"Será que vai ter corrida de cavalo hoje?

"Olha um monte correndo aí pra ver Los Hermanos!"

Pois é, chegamos e o show dos cariocas barbudinhos já havia começado. Pessoalmente, não consigo escutá-los por muito tempo, ainda mais quando o Camelo canta. Sempre tive problemas com seu "carioquês" exacerbado e incisivo.

Parece que dói o ouvido sabe?


Enfim, devo admitir: a banda tem uma qualidade imensa. Entretanto, a sintonia entre seus principais integrantes (Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante) deixa a desejar. Fica um clima de competição e de egoísmo no ar (ou só eu que acho isso?). É muito intelectualismo para uma banda só.

O conjunto tocou grandes sucessos, exceto do primeiro álbum (curiosamente é o único que gosto), os quais embalaram os corações dos jovens alternativos apaixonados nos últimos anos. Frases bonitinhas como "eu sei é um doce te amar, o amargo é querer-te pra mim", "numa moldura clara e simples sou aquilo que se vê" e "eu a encontrei quando não quis mais procurar o meu amor" se alastraram por todo o lugar, deixando o clima de romantismo no ar.

Digo mais. Acredito que os hermanos voltarão daqui um tempo, assim que enjoarem do disco solo do Camelo, e quando os outros membros do Litlle Joy cansarem das frescurinhas do Amarante.

Mas vocês querem saber de uma coisa? O show valeu por ver a empolgação e a felicidade do CD.

Lá se foi a primeira banda, muita gente foi embora (gente besta!) e eu ansiosa para ver o Kraftwerk.

Só os meninos que acham que os "vovôs" do eletrônico são chatos. Tudo bem, estátuas se movimentam mais do que eles! Mas, caramba: são um quarteto alemão de respeito, que inovaram a música desde a década de 70, e merecem alguma atenção.

Admito, claro, que as primeiras músicas do set list eram mais como soníferos, mas as imagens estampadas nos telões e as cores das luzes ajudaram a temperar o espetáculo que parecia insosso.

O ápice, sim, foi a entrada dos robozinhos para "We Are The Robots". E não é que os bichinhos trabalharam bem? Até transpiraram mais do que os próprios integrantes da banda. Palmas para os robozinhos e um viva à tecnologia.

Mas os meninos que não reclamem! Eles até ficaram com alguns refrões na cabeça e apoiaram a minha dancinha estranha (ok, me recusei a dançar pancadão, não tinha bebido).

Acho bom, Anderson e Edu, vocês confessarem que o "boom boom tschak, boom boom tschak (peng!)" é contagiante. E o que posso fazer se não sou chegada a jogar videogame, mas adoro as musiquinhas?

Então, a tortura musical acaba para o Gordo e começa o empurra-empurra, gente passando de todos os lados e mi mi mi. Mas tudo será recompensado daqui uns 10 minutos. E olha, uma bela recompensa!

Às vezes penso que não merecia ver tanto. O Gordo usou o termo "massa sonora" para descrever o show. Eu digo mais: foi uma "massa de emoções".

Incrível como a sincronia do Radiohead no palco emocionou a todos. Emocionou a mim. O jogo de luzes nos maravilhava a cada música, a cada bater de palmas da platéia.

A turnê do disco "In Raibows" fez jus ao nome. Mostrou não só as cores do arco-íris, mas as cores da alma, dos sentimentos, e de toda a história de uma banda de moleques ingleses com a cabeça pensante de Thom Yorke como líder.


"Xiii, Naty, acho que essa era a última", disse o CD. "Não, eles não tocaram Creep, não pode ser".

Pois eles fizeram como no Rio. Encerraram com Creep. Encerraram com o primeiro hit de suas carreiras um dos melhores shows que presenciei na vida. A música clichê, mas uma das mais belas. Música que consegue descrever os anseios de toda a vida de alguém. É dessa massa que falamos. Nessa massa que vivemos.

Ao término do show, parece que tudo ficou mais bonito. Depois de tantas cores, tanta versatilidade, tanto empurra-empurra, tanta implicância do CD e do Gordo comigo, a gente vai andar tudo de novo cantando e cantando e cantando.

Somos "weirdos", com orgulho. E agradecemos a cada gordinho metido a valente que tirava sarro e roubava o lanche do Thom Yorke.

E o melhor ainda está por vir. O repelente do Gordo funcionou, então as pernas dele não vão parecer que têm trombose. E sempre que eu olhar alguém assoando o nariz, me lembrarei do CD.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Felipe Machado disse tudo...

... em sua coluna dominical na Revista do JT:

Mallu Magalhães: Não sei se ela faz tipo ou se é sem querer, mas fico com vergonha alheia quando vejo uma entrevista da cantora”.

Pra começar a semana!

Overdose Radiohead!

Paranoid Android ao vivo da Chácara do Jockey, ontem, por volta de 23h30!

A editoria do CGC estava por lá...