sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Primeiro Amor - Adília Lopes

PRIMEIRO AMOR

gostava muito dele
mas nunca lhe disse isso
porque a minha criada tinha-me avisados
e gostar de um rapaz
nunca lhe diga que gosta dele
se diz
ele faz pouco de si para sempre
os rapazes são maus
eu não era bela
nem sabia quem tinha pintado os Pestíferos de Java
resolvi assim escrever-lhe cartas anónimas
escrevia o rascunho num caderno pautado
não sei hoje o que escrevia
mas sei que nunca escrevi
gosto muito de ti
e depois pedia a uma rapariga muito bonita
que passasse as cartas a limpo
eu acreditava que quem tinha uns cabelos
assim loiros e a pele fina
devia ter uma letra muito melhor que a minha
agora que conto isto
vejo que deixo muitas coisas de fora
por exemplo que o meu primeiro amor
não foi este mas o Paulo
o irmão da rapariga bonita

De volta com poesia

De volta ao Conta-Gotas, depois de uma viagem pela divisa de SP e MS e uns mergulhos no Rio Paraná! Claro, tivemos também longuíssimas reuniões sobre os rumos dos blogs no Brasil.

Para a volta, selecionei um poema de Adília Lopes, cronista, poeta e tradutora de Lisboa. A recomendação de seus textos veio via internet, direto do site algumapoesia.com.br, editado por Carlos Machado.

Espero que gostem!

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Ensaio sobre o capitalismo

CAPITALISMO IDEAL: Você tem duas vacas. Vende uma e compra um touro. Eles se multiplicam, e a economia cresce. Você vende o rebanho e aposenta-se, rico!

CAPITALISMO AMERICANO: Você tem duas vacas. Vende uma e força a outra a produzir leite de quatro vacas. Fica surpreso quando ela morre.

CAPITALISMO FRANCÊS: Você tem duas vacas. Entra em greve porque quer três.

CAPITALISMO CANADENSE: Você tem duas vacas. Usa o modelo do capitalismo americano. As vacas morrem. Você acusa o protecionismo brasileiro e adota medidas protecionistas para ter as três vacas do capitalismo francês.

CAPITALISMO JAPONÊS: Você tem duas vacas. Redesenha-as para que tenham um décimo do tamanho de uma vaca normal e produzam 20 vezes mais leite. Depois cria desenhinhos de vacas chamados Vaquimon e os vende para o mundo inteiro.

CAPITALISMO ITALIANO: Você tem duas vacas. Uma delas é sua mãe, a outra é sua sogra, maledetto!!!

CAPITALISMO BRITÂNICO: Você tem duas vacas. As duas são loucas.

CAPITALISMO HOLANDÊS: Você tem duas vacas. Elas vivem juntas, não gostam de touros e tudo bem.

CAPITALISMO ALEMÃO: Você tem duas vacas. Elas produzem leite regularmente, segundo padrões de quantidade e horário previamente estabelecido, de forma precisa e lucrativa. Mas o que você queria mesmo era criar porcos.
CAPITALISMO RUSSO: Você tem duas vacas. Conta-as e vê que tem cinco. Conta de novo e vê que tem 42. Conta de novo e vê que tem 12 vacas. Você para de contar e abre outra garrafa de vodca.

CAPITALISMO SUIÇO: Você tem 500 vacas, mas nenhuma é sua. Você cobra para guardar a vaca dos outros.

CAPITALISMO ESPANHOL: Você tem muito orgulho de ter duas vacas.

CAPITALISMO PORTUGUÊS: Você tem duas vacas. E reclama porque seu rebanho não cresce!

CAPITALISMO CHINÊS: Você tem duas vacas e 300 pessoas tirando leite delas. Você se gaba de ter pleno emprego e alta produtividade. E prende o ativista que divulgou os números.

CAPITALISMO HINDU: Você tem duas vacas. E ai de quem tocar nelas.

CAPITALISMO ARGENTINO: Você tem duas vacas. Você se esforça para ensinar as vacas mugirem em inglês. As vacas morrem. Você entrega a carne delas para o churrasco de fim de ano do FMI.

CAPITALISMO BRASILEIRO: Você tem duas vacas. Uma delas é roubada. O governo cria a CCPV- Contribuição Compulsória pela Posse de Vaca. Um fiscal vem e te autua, porque embora você tenha recolhido corretamente a CCPV, o valor era pelo número de vacas presumidas e não pelo de vacas reais. A Receita Federal, por meio de dados também presumidos do seu consumo de leite, queijo, sapatos de couro, botões, presumia que você tivesse 200 vacas e para se livrar da encrenca, você dá a vaca restante para o fiscal deixar por isso mesmo.

Acima o The Wall Street Bull, uma outra visão do capitalismo.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Cansei Peidei Copiei

Aproveitando que os meus companheiros de blog estão nos tais rincões do Brasil, enchendo o latão de Xingu, eu continuo aqui, firme, com a nossa cruzada contra as injustiças sociais, econômicas, políticas, literárias, esportivas e afins. Através de textos, links, fotos e vídeos da internet, inauguramos o nosso movimento, o Copiei.

Direto do site da Faculdade Cantareira, copiamos um dos vídeos que faz parte da campanha publicitária Vestibular 2008 da instituição. O filminho que apresenta o curso de Direito foi escrito e interpretado pela Cia. Barbixas do Humor. Vale o seu click.



Não se esqueça de copiar o Conta-Gotas e divulgar para os seus amigos!

PêEsse: O importante é discutir e propagar informação.

domingo, 30 de setembro de 2007

Por trás do VMB

O VMB 2007, que aconteceu na última quinta-feira (27), é sem dúvida a festa mais bacana da música brasileira. Estou me referindo ao evento fechado que rola depois da premiação. Imaginem um bando de artistas, bonitões e gostosas, todos bêbados e chapados pra lá e pra cá. O Vale de Sidim ficaria com inveja. Infelizmente só temos acesso a monótona pré-pseudo-festa que a tv mostra.

A coisa que mais me irritou (não só nesse VMB, mas em toda a MTV ultimamente) é a distribuição gratuita de palavrões. Eu não sou nenhum puritano, pelo contrário, adoro falar palavrão. Mas tudo tem sua hora e seu momento. Ali, na frente dos flashes, a impressão que me deu é de que soltar um 'porra', um 'caralho' ou mostrar o dedo para a câmera faz do autor o maior punk revolucionário do mundo. Os discursos eram básicos: “Poooooorra, vamô fazê barulho caralhoooo, viva o rrrock n’ rrroll, vocês são foda, valeeeeeeeeu”. O que basicamente reflete a proposta da emissora e de sua audiência, em sua maioria, nos dias de hoje.

Tirando isso, mais a participação anual de respeitáveis senhores tentando dialogar com a jovem platéia (esse ano os micos foram do senador Suplicy e Paulo C. Pereio), os clássicos speeches sem graça e o NX Zero, o evento de 2007 conseguiu se salvar. Destaque para os shows de Juliette and the Licks, Sandy e Junior (é sério), o karaokê comandado pelos Forgotten Boys e claro, Daniela Cicarelli.

Na festa de verdade, pós-premiação, teve desde a ex-BBB Siri sendo ‘disputada’ pelo repórter Vesgo e o guitarrista dos Licks, até Bárbara Paz largadona em um sofá no final do pagode – e laiá!