Scorsese reflete a permanente vitalidade dos Stones em novo filme Esteban Linés
Em Barcelona
O novo filme de Martin Scorsese o leva de volta, de maneira descontraída, a uma de suas maiores paixões: a música popular, o rock. Desta vez são os Rolling Stones o ponto de mira do cineasta americano, uma das referências nos últimos 30 anos da história da cinematografia mundial, amparado por uma obra tão sólida quanto heterodoxa. [...] O longa-metragem-entrevista-concerto resultante, intitulado "Shine a Light" (Brilha uma Luz), será lançado em 21 de setembro.
Scorsese, 64 anos, está dando os últimos retoques no que será sem dúvida uma de suas produções mais assistidas, senão necessariamente uma das mais valorizadas. "Shine a Light" é o título de um retrato muito particular de Mick Jagger e seus três companheiros dos Rolling Stones. O retrato oral e visual rodado no presente, que inclui entrevistas e imagens de um show feito em setembro passado no tranqüilo Beacon Theater em Nova York.

A pergunta tópica "Por que os Stones e agora?" é respondida pelo diretor: "É difícil dizer. Também não vi qualquer razão para dizer não. A questão, o que me motivou, é que sua música me encantava sem que eu os conhecesse pessoalmente".
Em relação ao que considera que une Jagger e Richards, Scorsese afirma que "vendo-os trabalhar juntos se percebe que são opostos. Equilibram-se extraordinariamente bem. São o yin e o yang do grupo".
E os Stones do século 21 ainda representam a chama da rebelião contra o sistema que representaram nos 60? "Só quando a verdade de sua música procede do blues (...) É porque o blues reflete certos aspectos que temos como seres humanos. E uma pessoa reage a isso ou não".
Para muitos fãs, "A Última Valsa", filmado em 1978 com o grupo The Band, é o melhor filme sobre rock da história do cinema.