Num fim de semana bastante movimentado musicalmente na Paulicéia.
Teremos B.B.King no Via Funchal, Dream Theater no Credicard Hall, Mallu Magalhães no Auditório Ibirapuera, Maria Gadú no HSBC Brasil, Mariana Aydar no Sesc Santana, Casuarina no Studio SP, Jards Macalé e Jorge Mautner no teatro do Sesc Pompéia, Pedro Mariano no Café Paon, Rita Ribeiro no Sesc Santana, Paulinho da Viola no Credicard Hall, uma homenagem com diversos artistas a Mercedes Sosa no Sesc Pinheiros e até o Padre galã Fábio Melo no HSBC Brasil.
Só São Paulo mesmo, pra proporcionar tantas opções!
Apesar do Paulinho, ficarei com Casuarina no Studio SP.
E pra embalar esse fim de semana musical, Palavras Não Falam da doce Mariana Aydar!
Eu iria escrever sobre isso, mas pra variar o Marcelo Rubens Paiva tirou as palavras da minha boca e do meu teclado. Transcrevo abaixo o post publicado em seu blog no Estadão.
Em tempo: a Globo veiculou matéria sobre a Indy no Fantástico, depois da prova e bem superficial. No sábado havia uma chamada no Globo.com, negativa, onde um dos pilotos reclamava que era um absurdo a realização da prova nas condições em que a pista se encontrava. São as ignorâncias de uma emissora que acha que tudo que não pertence ao seu "mundo" não existe.
Prática Global - Marcelo Rubens Paiva
A São Paulo Indy 300 foi um dos eventos mais emocionantes que já organizaram na cidade.
Pista escorregadia, ondulada, poeira, sujeira, vários problemas… Mas lá estavam os carros a 330 km/h na Marginal do Tietê, o pesadelo da cidade, cruzando a pista de samba, sob uma tormenta de granizo, que chegou cedo demais.
Tudo montado em tempo recorde. Ninguém se feriu.
No entanto, a corrida foi ignorada pelo jornalismo da Rede Globo. Pois era um evento organizado por outra emissora, a Band, que por sinal é parceira da Globo na transmissão de jogos de futebol.
A guerra da concorrência falou mais alto, em detrimento da missão jornalística: informar. É uma antiga prática global que fere a ética e soa como mal-educação. No mais, o público da Indy poderia tomar gosto e migrar pra Fórmula 1, exclusividade da emissora, não?
Se um produtor tem um filme que não vem com o rótulo GLOBO FILMES, não consegue divulgá-lo nos programas de entrevista da emissora.
Muitos se queixam. A diretora Ana Muylaert reclamou publicamente. Gloria Pires, estrela do seu longa É PROIBIDO FUMAR, deu longas entrevistas para a emissora. As referências sobre o filme LULA, O FILHO DO BRASIL apareceram, já que é produção GLOBO FILMES. As sobre É PROIBIDO FUMAR foram cortadas.
Atores globais falam de seus filmes nas entrevistas. Tudo é cortado se não tem parceira global. Uma grosseria. No mais, ajudando a divulgar o cinema independente ou de outras distribuidoras, ajuda a levar público ao cinema, que pode se interessar pelos filmes da GLOBO, aquece o mercado, e todos saem ganhando. O ridículo não tem fronteiras.
Atores que têm contrato com a emissora não podem participar das séries da HBO produzidas na AL. No entanto, a NET, braço de TV paga da Globo, retransmite a HBO, fatura com ela.
Teve um tempo que até comerciais de produtos estrelados por atrações de outras emissoras, como HEBE, ADRIANA GALISTEU, ELIANA, eram vetados na Globo. O mercado reagiu, ameaçou retaliar, e voltaram atrás.
Se você é de outra emissora, e quer entrevistar um ator global, vetado. Insanidade, pois tais atores estarão divulgando produtos da empresa que os contrata.
Quem vê David Letterman, da CBS, se cansa de assistir a entrevistas com apresentadores de emissoras concorrentes ou até atores divulgando séries das outras redes. Isso é liberdade de imprensa. Este é o dever de uma concessão pública.
No passado, a Globo se queimou. Demorou para cobrir as Diretas Já, o movimento de impeachment contra Collor. Manipulou informações, como a eleição para governador de Brizola [Caso Proconsult], e a edição desvirtuada do debate entre Collor e Lula de 1989. Pagou um preço alto, a falta de credibilidade jornalística
Como será a cobertura dos Jogos Olímpicos de 2012, de Londres, cujos direitos pertencem à TV Record?
Uma empresa com a grandeza da Globo se comporta como a velhota ranzinza do bairro. Não é apenas teimosia. É burrice.