sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Eu não resisto aos botequins mais vagabundos

De uns anos pra cá, o número de bares sofisticados tem se multiplicado na nossa cidade. Garçons alinhados, decorações temáticas, mesas e cadeiras de madeira, cardápios variados, diversidade de bebidas, ambiente formal e o chopp quase sempre no ponto. Em muitos desses bares, não é preciso nem pedir, basta tomar três goles do seu chopp, para o solícito garçom trazer outro, e claro tacar um X na sua comanda. As contas geralmente são salgadas, mas dependendo da companhia, o gasto vale a pena.

Não posso dizer que não gosto de freqüentar esses bares, mas não há nada melhor do que o legítimo boteco. Copo americano, cerveja gelada, petiscos, amendoim, cotovelo no balcão e um bom papo (que pode ser sobre qualquer coisa) para acompanhar.

São nesses botecos que vislumbramos projetos, festas, viagens, coisas que geralmente não se realizam, ficam naquela chamada “conversa de bar”, mas que alimentam nossa alma e nossa imaginação.

Com esse post, quero homenagear aquele boteco perto de casa, do trabalho, da faculdade, aquele mesmo que muitos chamam de “sujinho”, mas que é sempre acolhedor. Ameniza nossos males, confraterniza nossas alegrias, cura nossas tristezas e clareia nossas idéias.

PêEsse 1: Esse texto foi devidamente pensado e escrito na mesa de um boteco, o da esquina de casa, na companhia de uma loira gelada e almôndegas deliciosas. Ao meu redor outras figuras falavam mal do Lula, apostavam no jogo do bicho, discutiam novela e futebol.

PêEsse 2: A frase “eu não resisto aos botequins mais vagabundos” foi tirada de um samba do Moacyr Luz, chamado Pra que pedir perdão.

PêEsse 3: Os amigos leitores estão convidados e a editoria convocada, para uma cervejada nesse boteco.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Definição

Quinta-essência

Datação
1619 cf. FLobCort

Acepções
■ substantivo feminino

1 Rubrica: filosofia.
em Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.), o elemento etéreo que compõe as esferas celestes, distinto em sua quase imaterialidade das quatro propriedades naturais (terra, água, fogo e ar) que constituem os corpos densos no mundo sublunar; éter
2 Derivação: por extensão de sentido. Rubrica: ocultismo.
na alquimia renascentista, esp. em Paracelso (1493-1541), elemento de caráter puro, dominante e essencial, extraível das substâncias que compõem os seres vivos ou minerais, e buscado em função de seus poderes curativos e miraculosos
3 Derivação: por extensão de sentido.
o essencial, o mais puro, o melhor ou o principal de alguma coisa Ex.: a santidade é a q. do espírito religioso
4 Derivação: por extensão de sentido.
o que há de mais refinado, de mais precioso
Ex.: este vinho é a q.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Por que eu me apaixonei pela Juno

Eu tive a oportunidade de assistir a Juno na pré-estréia, há dois finais de semana. Comentei, entusiasmado, com alguns amigos e recomendei vivamente o filme.

Durante a história, percebi que eu me apaixonava cada vez mais pela personagem da Juno, interpretada pela bela e competente Ellen Page.

Após a sessão, fiquei pensando por que tinha me apaixonado pela Juno (sim, me refiro à personagem, embora tenha gostado do filme como um todo). Cheguei às seguintes conclusões:

- Porque Juno é engraçada, inteligente, rápida no gatilho quando o negócio é falar.

- Porque ela tem idéias originais, que confrontam as verdades dos “adultos”.

- Porque Juno é bonita, sensível e um tanto fora do lugar-comum.

- Porque, acima de tudo, ela não faz tempestade em copo d’água, ou melhor, porque ela faz da tempestade um copo d’água. Ou seja, não há grandes dramas, mesmo quando outros querem dramatizar a situação.

Tudo isso não é muito comum em garotos e garotas de 15, 18 anos. Talvez seja esse o detalhe que mais me chamou a atenção.

Na sessão em que assisti ao filme havia muita gente casa dos 15 anos, que, acredito eu, haviam confundido um “filme sobre adolescentes” com um “filme para adolescentes”. Algumas garotas saíram durante a sessão; outros meninos brincavam com o celular e faziam piadinhas, talvez do casal de senhores que estava do meu lado, cada um deles com os seus 65, 70 anos.

O filme é muito bom mesmo. Aborda um tema complicado, a gravidez na adolescência, sem torná-lo maçante ao longo da trama. Além disso, o longa dirigido por Jason Reitman tem o mérito de evidenciar, como o crítico Luiz Zanin bem lembrou, a questão da tolerância em momentos difíceis, como no caso da gravidez na adolescência.

Da série "Logotipos Infelizes"

Enviados por meu amigo e leitor esporádico do Conta-Gotas, Iron Mantovanello.

1. Instituto Brasileiro de Estudos Orientais



2. Boutique para troca de brinquedos de crianças



3. Centro Pediátrico


A série “Logotipos Infelizes” continuará. Tem mais exemplos do que a mente humana é capaz. Quem tiver fotos ou imagem de “Logotipos” ou anúncios “infelizes”, é só mandar! O e-mail é contagotascotidiano@gmail.com.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Luis Inácio falou, Luis Inácio avisou...

Tá aí o depoimento escancarado do que é a mesquinharia na política brasileira. Futucando? Parece brincadeira, mas não é!


Relatório final do Oscar

Pela segunda vez consecutiva o Globo de Ouro não acerta o vencedor da Academia, “Onde os Fracos Não Têm Vez” roubou a estatueta dourada de “Desejo e Reparação”. Mesmo assim a prévia continua válida, dos 11 prêmios coincidentes, a Associação de Imprensa Estrangeira antecipou 6.

Talvez “Desejo...” seja a maior decepção desse Oscar. Favorito com 7 indicações, levou apenas uma, a de Melhor Trilha Sonora. “Onde os Fracos...” confirmou sua condição de cabeça de chave, das 8 indicações faturou 50% - todas nas categorias principais: filme, diretor, ator coadjuvante e roteiro original.

A única surpresa foi Tilda Swinton, de “Conduta de Risco”, que levou como Melhor Atriz Coadjuvante, desbancando a minha predileta Cate Blachett. No geral a cerimônia foi previsível. Imprevisível foram as ótimas sacadas do simpático apresentador Jon Stewart - um banho na péssima Ellen DeGeneres. Veja a lista completa dos ganhadores nos posts abaixo, direto de Los Angeles!

Minha visão do palco, direto da fileira 186 do Kodak Theatre.

Johnny Depp deve sofrer do mesmo mal que afligiu All Pacino e Sean Penn (pai e tio da famosa família 'Almost'). Depp vai levar mais uns 10 anos para se igualar aos parentes tardiamente premiados. Sorte a dele que Di Caprio é o mais moço da casa!

José Wilker é um caso a parte, um charlatão, canastrão de marca maior. Qualquer um comenta como o Zé. Não é uma análise, é apenas uma opinião, um bate papo na cafeteria do Espaço Unibanco. Seu comentário para Melhor Efeitos Sonoros foi genial: “Realmente é um filme barulhento...”. Assim até eu. Oscar de Melhor Par de Meias Escocesas para Wilker!

Um dia antes da Academia premiar os melhores, o Framboesa de Ouro elegeu os piores do cinema na última temporada. “Eu Sei Quem Me Matou” estrelado por Lindsay Lohan levou 8 das 9 indicações (recorde!). Eddie Murphy, por “Norbit”, também saiu com a mala carregada de frutinhas. Confira os 'perdedores' do Framboesa aqui.

PêEsse: Assistam Juno!

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Terminou o Oscar 2008

Apoteose da noite: Melhor Diretor e Melhor FilmeJoel e Ethan Coen com “Onde Os Fracos Não Têm Vez”, o grande vencedor da noite com 4 estatuetas.

Por coincidência assisti “Onde Os Fracos...” ontem à tarde. O filme é daqueles que você não indica de primeira; não é daqueles que você grita na mesa do bar “bom pá carai”. O roteiro é difícil, prende e solta ao mesmo tempo. Personagens aparecem e desaparecem sem qualquer explicação – e acreditem, não é necessário. Javier Bardem dá show. Em uma escala de 0 a 10 dou nota 8, com potencial para 8,5 talvez 9. Preciso assistir novamente para ter uma opinião mais consistente.

De qualquer forma fico feliz pela premiação, pois parece que a Academia fugiu dos formatos tradicionais dos musicais, dramalhões, heróis e exércitos que adora, para premiar filmes definitivamente mais originais, como foi com “Crash” em 2006, “Os Infiltrados” em 2007 e agora com a película dos Irmãos Coen.

Destaques da cerimônia: os endocrinologistas de John Travolta e Tom Hanks são muito bons, já o do Denzel Washington!! O vestido de Renée Zellweger estava um espetáculo. O prêmio de melhor apresentadora vai com toda certeza para Penélope Cruz, que sotaque!

Agora, mais ou menos 00h30 aqui em LA, acontece o jantar oficial do evento. Daqui a pouco todos partem para as concorridíssimas festas VIP. Elton John, Madonna e Prince disputam quem ‘dá’ a mais animada. Preciso arranjar uma boquinha... fui!!!

Ator

BARBAAAAADA II!! Daniel Day-Lewis é o Melhor Ator por sua interpretação/atuação II em “Sangue Negro” (segunda estatueta do filme).

Uhuuuu! “Juno” papou Melhor Roteiro Original. Simplesmente original!!

Melhor Fotografia, uma das minhas categorias favoritas, foi para “Sangue Negro”. “Desejo e Reparação” levou Melhor Trilha Original - até agora único prêmio desse que era considerado um dos favoritos.

Freeheld” e “Taxi to the Dark Side” são os vencedores na categoria Melhor Documentário Curta-Metragem e Melhor Documentário.

Atriz

Voltei a tempo de ver uma ótima piada sobre as grávidas da platéia e Angelina Jolie, e um diálogo bem besta entre dois gordinhos sem graça, enfim...

BARBAAAAADA! Marion Cotillard levou o prêmio de Melhor Atriz por sua primorosa transformação/atuação em “Piaf – Um Hino ao Amor”. Eu avisei.

Melhor Mixagem e Melhor Edição de Som foram para “O Ultimato Ballack”.

Vou parar de digitar agora para não atrapalhar a interpretação da canção Falling Slowly, que concorre no próximo bloco a Melhor Canção.

Um bloco chato

O prêmio honorário, mais conhecido como “desculpe por não te premiar antes e agora que você está velhinho vamos te dar um para não dizer que somos maus”, foi para o diretor de arte Robert Boyle, um senhor de 92 anos muito simpático e educado. Nada mais justo do que aplaudi-lo de pé.

Melhor Filme Estrangeiro ficou com “Os Falsários”, uma história sobre falsificação de dinheiro que se passa durante os anos de holocausto – talvez o tema favorito da Academia.

Dei sorte à canção Falling Slowly, do filme irlandês “Once”, Oscar de Melhor Canção.

O Ultimato Bourne” está liderando até agora o Oscar 2008, já venceu em três categorias, a última de Melhor Montagem.

Vou tentar pegar uns quitutes que sobraram do coquetel, já volto...

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Os Coadjuvantes

Voltamos, mais rápidos e pontuais que a Globo...

Javier Bardem, uma das barbadas da cerimônia, venceu na categoria Melhor Ator Coadjuvante pela atuação em “Onde Os Fracos Não Têm Vez” – assisti o filme hoje à tarde e o espanhol (que ofereceu o prêmio à mamãe Bardem e a Espanha) mereceu com todas as honras. Sua interpretação de um serial killer totalmente diferente dos padrões que conhecemos é sensacional.

Já no prêmio para Melhor Atriz Coadjuvante não deu Barbada. Cate Blanchett perdeu para Tilda Swinton pela atuação em “Conduta de Risco” – assisti e ela está muito bem, não sei se para um Oscar, mas sua atuação é firme, desesperada e sufocante.

Melhor Roteiro Adaptado foi para “Onde Os Fracos não Têm Vez” (segundo da noite) dos Irmãos Coen. Confesso que o roteiro é difícil, é daqueles filmes que você fica meio pé atrás para indicar, mas vale a pena.

Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet” venceu na categoria Melhor Direção de Arte. Assisti Sweeney ontem e a recriação de uma Londres suja e sombria do século XIX é muito bem realizada.

Le Mozart des pickpockets” e “Peter & the Wolf” – esse último apresentado por Barry de “Bee Movie” – venceram Melhor Curta-Metragem e Melhor Curta de Animação respectivamente.

Vou fazer um pípis e já volto...

Começou o Oscar 2008

Olá pessoal, estamos aqui, ou melhor, estou aqui, direto da 186ª fileira do Kodak Theatre para cobrir ao vivo a 80ª cerimônia de entrega do Oscar.

4 prêmios foram entregues até agora: Melhor Figurino para “Elizabeth: A Era de Ouro”; Melhor Maquiagem para “Piaf – Um Hino ao Amor”; Melhores Efeitos Visuais para “A Bússola de Ouro”; e o mais bacana até agora, Melhor Animação para “Ratatouille” (viva a Pixar!).

Volto logo...