sábado, 11 de agosto de 2007

As malas de dinheiro dos vizinhos


Um caso estranho envolvendo a presença de um empresário venezuelano com 790 mil dólares em uma mala num vôo fretado por funcionários do governo argentino agita a política do país meridional.

As relações entre Chávez e Kirchner são bastante próximas. O venezuelano acaba de comprar mais alguns milhões em títulos de dívida pública argentina. Interessante é que o tom é este mesmo: "Chávez compra", já que o Congresso é um aliado de primeira e de todas as horas do mandatário do país ao norte.

O que diriam Bolívar e San Martin, líderes da independência na América do Sul, sobre os dois?

A juíza do caso queria tratar a apreensão da mala com dinheiro apenas como um caso de alfândega. Mais tarde afastou-se do caso.
Há pouco tempo a ministra da Economia, Felisa Miceli, perdeu o posto depois que encontraram uma bolsa com US$60 mil em seu gabinete.

Em ano eleitoral argentino o caso ainda vai render...


Pê-Esse: Boas vindas ao grande Edu Zanardi. Texto claro, inteligente e provocador como poucos...

Fim do Milton Neves na Record?

O que não faz a Renata Fan na Band, hein? O fenômeno de publicidade, Milton Neves, parece não ter conseguido convencer os pastores da Universal que futebol dá dinheiro, mesmo sem os direitos de transmissão do Brasileirão. A cada semana, o programa do MN fica menor: o que chegou a durar uma hora e quinze minutos tem, agora, 25 minutos, entremeados por propagandas sem fim. Dá até pena dos comentaristas que tentam falar, mas, em geral, o tempo já estourou e eles têm de ir ao Lellis Trattoria.

Da Agência Estado – Milton F. da Rocha Filho


SÃO PAULO - O apresentador de programas esportivos da TV Record Milton Neves confirmou que seu programa diário "Debate Bola" e o semanal "Terceiro Tempo", que vai ao ar aos domingos, deixarão de ser exibidos no dia 1º de setembro. Outro programa, o "Golaço", exibido na Rede Mulher, também sai do ar no mês que vem. "Não estou saindo da Record, tenho um contrato que ainda tem algum tempo para terminar. O que existe é a necessidade da Record em mexer em sua grade para atrair mais gente. Quer atrair a família, não somente os homens, que geralmente gostam de futebol", disse o apresentador. Neves revelou ainda que terá espaço na grade da RecordNews, que vai substituir a Rede Mulher. Na nova emissora de notícias da Rede Record, o apresentador deverá ter um programa de três horas de duração aos finais de semana.

Neves não quis dar detalhes sobre seu contrato com a Record, mas o que se apurou é que se trata de um contrato especial: além de dar ao apresentador um salário mensal, ainda concede participação na área publicitária. O contrato de Milton Neves com a Record terminará em 2010, de acordo com fontes seguras. O apresentador, que também é contratado da Rádio Bandeirantes e da BandNews, aproveitou para negar que tenha recebido uma proposta da TV Bandeirantes para apresentar um programa esportivo. "Isso é um boato que está no mercado há mais de uma semana. Posso garantir que não há verdade nele. Sou amigo da direção da Bandeirantes e não recebi convite algum para apresentar um programa na rede", garantiu.

Ele revelou ainda que recebeu a informação sobre o fim dos programas esportivos da Record há mais de mês e que ficou muito aborrecido, pois as equipes de produção foram dispensadas, embora saiba que alguns serão aproveitados na RecordNews. Sobre a rotina profissional de apresentadores de TV, que vivem ao sabor das mudanças de horários, Neves disse que, na televisão brasileira, com exceção da grade da Globo e dos programas de Silvio Santos, "os apresentadores são como pregos em gelatina". "Posso ser chamado para apresentar outros programas. Basta ser programa em língua portuguesa que posso apresentar com tranqüilidade O meu contrato ainda tem algum tempo", afirmou. Ele entende também que, se a Record ganhar a concorrência para a transmissão do Campeonato Brasileiro a partir de 2009, a emissora poderá voltar a ter programas sobre o assunto em sua grade. Milton Neves disse ainda que seus programas são líderes de audiência e de faturamento nos seus horários.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Edu Zanardi "contando gotas"

Saudamos a entrada de Edu Zanardi para o “time” do Conta-Gotas. E para recebê-lo com honrarias, um trecho da entrevista de Paul MacCartney à Rolling Stone, onde Paul fala sobre a “perda de amigos”. Hoje, aqui no blog, ganhamos mais um amigo.

RS: Você, George e Ringo puderam desfrutar os ressurgimentos dos Beatles. John, é claro, morreu antes de boa parte disso acontecer, e agora George também se foi.
PM: Esta é a pior parte de ficar adulto. Você perde amigos, é inevitável. Não é exatamente uma surpresa, mas é terrível. É muito triste. Conhecia John intimamente há tanto tempo. Sempre me admiro com o fato de eu ter sido o caro que se sentava com John para escrever todas aquelas coisas. Éramos só ele e eu em uma sala e isso era bem especial. [...] George era simplesmente um sujeito ótimo. Ele era um garotinho que eu conheci em Speke, Liverpool, só um garotinho que entrou no meu ônibus. Eu subi no ponto anterior ao dele, e ele entrou e nós começamos a conversar sobre guitarras e rock’n’roll. [...] Ele era um sujeito lindo que não agüentava gente burra. Era uma alma muito linda. Nem me deixe começar, cara. É um horror ter perdido aqueles caras. Mas a verdade terrível é ser adulto.

Cubanos encontrados e informações desencontradas

Alguns dias depois de publicar aqui um post sobre “a liberdade à cubana”, dois dos três desertores cubanos “se entregaram” e, horas mais tarde, já embarcavam rumo à ilha.

As primeiras notas davam conta de que houvera algum engano e de que eles jamais quiseram abandonar seu país. Mais: a Folha de São Paulo publicou uma reportagem dizendo que eles “desejavam” voltar, que tinham sido aliciados e, vejam só, dopados por agentes alemães e guias turísticos brasileiros.

Aí pensei: nossa, que estranho! O Portal G1 foi um dos primeiro veículos a questionar o modo como a extradição foi feita e colocar em suspenso a primeira versão divulgada. Na seqüência, Reinaldo Azevedo, que tem um blog hospedado na Veja, também “se indignou” com o procedimento do governo brasileiro. Aí foi uma enxurrada de reportagens que trataram do tema.

O problema dos cubanos chegou ao Congresso Nacional. Senadores da base governista e da oposição também se posicionaram contrariamente à extradição da forma como foi feita.

Já em Cuba, os dois boxeadores, Rigondeaux e Lara, deram versões contraditórias em uma entrevista à Reuters. Falaram de excesso de peso, de turismo, de brasileiros e alemães. O dono do hotel onde eles estavam hospedados no Rio de Janeiro disse que eles pareciam bastante tranqüilos e não opuseram resistência aos policiais brasileiros.

Fidel Castro já disse que os atletas não representarão mais Cuba em torneios oficiais.

Correm especulações de que os boxeadores se entregaram porque o governo cubano teria pressionado seus familiares.

Disso tudo, duas conclusões: a extradição (se é que pode ser chamado assim) está muito mal explicada e a pressa do governo brasileiro não é comum nesses casos. Uma pergunta: por que nenhum responsável pelos procedimentos apareceu para esclarecer as dúvidas? Evitaria uma porção de especulações!

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Não existem homossexuais

Na esteira da discussão a respeito dos “lamentáveis juízos” sobre a homossexualidade no futebol, segue o artigo publicado pelo João Pereira Coutinho, na Folha de São Paulo de hoje, com o título “Não existem homossexuais”.

NÃO CONHEÇO homossexuais. Nem um para mostrar. Amigos meus dizem que existem. Outros dizem que são. Eu coço a cabeça e investigo: dois olhos, duas mãos, duas pernas. Um ser humano como outro qualquer. Mas eles recusam pertencer ao único gênero que interessa, o humano. E falam do "homossexual" como algumas crianças falam de fadas ou duendes. Mas os homossexuais existem?

A desconfiança deve ser atribuída a um insuspeito na matéria. Falo de Gore Vidal, que roubou o conceito a outro, Tennessee Williams: "homossexual" é adjetivo, não substantivo. Concordo, subscrevo. Não existe o "homossexual". Existem atos homossexuais. E atos heterossexuais. Eu próprio, confesso, sou culpado de praticar os segundos (menos do que gostaria, é certo). E parte da humanidade pratica os primeiros. Mas acreditar que um adjetivo se converte em substantivo é uma forma de moralismo pela via errada. É elevar o sexo a condição identitária. Sou como ser humano o que faço na minha cama. Aberrante, não?

Uns anos atrás, aliás, comprei brigas feias na imprensa portuguesa por afirmar o óbvio: ter orgulho da sexualidade é como ter orgulho da cor da pele. Ilógico. Se a orientação sexual é um fato tão natural como a pigmentação dermatológica, não há nada de que ter orgulho. Podemos sentir orgulho da carreira que fomos construindo: do livro que escrevemos, da música que compusemos. O orgulho pressupõe mérito. E o mérito pressupõe escolha. Na sexualidade, não há escolha.

Infelizmente, o mundo não concorda. Os homossexuais existem e, mais, existe uma forma de vida gay com sua literatura, sua arte. Seu cinema. O Festival de Veneza, por exemplo, pretende instituir um Leão Queer para o melhor filme gay em concurso. Não é caso único. Berlim já tem um prêmio semelhante há duas décadas. É o Teddy Award.Estranho. Olhando para a história da arte ocidental, é possível divisar obras que versaram sobre o amor entre pessoas do mesmo sexo. A arte greco-latina surge dominada por essa pulsão homoerótica. Mas só um analfabeto fala em "arte grega gay" ou "arte romana gay". E desconfio que o imperador Adriano se sentiria abismado se as estátuas de Antínoo, que mandou espalhar por Roma, fossem classificadas como exemplares de "estatuária gay". A arte não tem gênero. Tem talento ou falta de.

E, já agora, tem bom senso ou falta de. Definir uma obra de arte pela orientação sexual dos personagens retratados não é apenas um caso de filistinismo cultural. É encerrar um quadro, um livro ou um filme no gueto ideológico das patrulhas. Exatamente como acontece com as próprias patrulhas, que transformam um fato natural em programa de exclusão. De auto-exclusão.
Eu, se fosse "homossexual", sentiria certa ofensa se reduzissem a minha personalidade à inclinação (simbólica) do meu pênis. Mas eu prometo perguntar a um "homossexual" verdadeiro o que ele pensa sobre o assunto, caso eu consiga encontrar um no planeta Terra.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Um desafio para cinéfilos

Para quem gosta de desafios relacionados ao cinema, vale a pena dar uma conferida no link abaixo.

São 64 trechos, com pouco mais de cinco segundos cada, de trilhas sonoras de tudo quanto é filme, desde os clássicos até as tramas infanto-juvenis da Xuxa. A idéia é adivinhar de qual filme é a música.

Eduardo Zanardi, nosso colaborador, foi quem sugeriu o desafio e quer ver se alguém supera sua marca: 52 acertos!

É só clicar AQUI.

PêEsse: Zanardi fez uma ressalva: “Cuidado, essa p**** vicia”!

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Amy Winehouse

por Eduardo Zanardi
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Você acreditaria se eu dissesse que uma das maiores vozes da música negra americana é de uma inglesa branquela de 23 anos?!?

Amy Winehouse apareceu em 2003 com Frank, seu álbum de estréia, mas foi Back to Black (2006) que projetou a moça. O disco é muito bem produzido, com arranjos incríveis, clima old school, letras muito bem sacadas e tudo temperado com uma voz impar.

Amy lembra muito mais uma punk de boutique do que uma diva do r&b. Mas é com esse visual esquisito, e muita classe, que a magricela tatuada de Brixton (bairro jamaicano de Londres) ilustra a capa da Rolling Stone UK. A mesma matéria está na versão brasileira da revista, vale a pena conferir.

O clipe da semana, lá no rodapé, é da musica Rehab, primeiro single de Back to Black.