sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Um poema às sextas!

Um primor!

Mário de Sá-Carneiro, 7 (1914)

Eu não sou eu nem sou o outro,
Sou qualquer coisa de intermédio:
Pilar da ponte de tédio
Que vai de mim par o Outro.

Pra embalar o fim de semana!

Dave Matthews Band, com a sutil "Dreamgirl"! Os caras estão por aí...

Desculpa, não!!! Obrigado!

Após a sua inexplicável queda, Diego Hypólito pediu desculpas ao “povo brasileiro”! Um judoca fizera o mesmo alguns dias antes. Outros atletas foram na mesma onda.

Não sabia bem por que, mas esse pedido de desculpas havia me incomodado!

Pensei!

Matutei!

Pensei mais um pouquinho e nada!

Agora há pouco, após a vitória de Ricardo e Emanuel na disputa pelo bronze no vôlei de praia, eu compreendi por que o pedido de desculpas não caíra bem!

E só compreendi quando ouvi a entrevista do Emanuel ao final do jogo. Ele falava sobre a partida e tal, e dizia o quanto era importante aquela medalha. Ao arrematar, já com os olhos marejados, ele disse: obrigado a todos que torceram por nós!

É isso!! Saquei (se me permitem o trocadilho)!

Vocês, atletas brasileiros em Pequim, não nos devem (nós, o “povo brasileiro”) nenhuma desculpa. Afinal de contas, são vocês que acordam cedinho, treinam, almoçam, treinam, dormem, treinam, acordam, treinam, se machucam, treinam, remam contra a maré, treinam, vão para os EUA, para a Europa, treinam etc.

É um esforço puramente individual – no sentido de que cada um, mesmo no esporte coletivo, se dedica de corpo e alma à sua atividade, à sua função em quadra, em campo, na pista, na piscina. São vocês que abdicam de outras delícias da vida para buscar a perfeição de um mortal duplo, ou do nado peito com o deslize ideal, ou dos sonhados cinco metros no salto com vara!

Eu, não! Vocês não me devem nada! Eu vivo por aí, sedentário, bebendo meus chopes, dormindo tarde ou nem dormindo! Vivo a maior parte do tempo sentado diante de um computador ou de um livro. Eu nem pago o salário de vocês e, ao que me lembro, não recebi pessoalmente nenhuma promessa de medalhas e nem prometi louros aos medalhistas!

Quando fiquei até mais tarde, ou acordei mais cedo, para ver alguma competição, foi porque eu quis! Ninguém me obrigou e nem fez um contrato moral comigo que justificasse a culpa. Se vocês não corresponderam – ou acharam que não corresponderam – com uma medalha, paciência, pra vocês, é claro! O esforço foi todo seu! Quem sabe na próxima!

Nós, reles trabalhadores, vamos tocar nossa vida (com os chopes, evidente) e, no mais tardar daqui a dois meses, nem lembraremos mais quem perdeu o quê e por quê!

A desculpa não cabe! Vocês não me ofenderam, não ficaram me devendo nada, não erraram comigo! Deveram, no máximo, a vocês mesmos, aos seus técnicos, patrocinadores etc. O tribunal da consciência de vocês não deve se tornar um “tribunal público”: não nos cabe esse julgamento, pois não temos condições de fazê-lo, e nem devemos.

Fiquei muito mais contente com o “obrigado” do Emanuel, que, de tão bem encaixado, me emocionou! Sim, no lugar da culpa, senhores atletas, talvez a gratidão pela torcida, mas gratidão sincera (o que sequer passa pelas cabeças dos nossos jogadores de futebol: nem culpa, nem gratidão pela torcida), daquelas que a gente vê brilhar nos olhos do sujeito! Já estaria de bom tamanho.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Verbetes

Verbetes (bem à esquerda), segundo a manipulação midiática:

Ditador - é a denominação que a mídia dá a um presidente eleito democraticamente e que age de acordo com a constituição. Ex.: Hugo Chaves

Presidente - é a denominação que a mídia dá a quem aprova leis ditatoriais, invade nações para apossar-se de suas riquezas, assassina mais de um milhão de seres humanos; constrói muros segregacionistas; é contra o Tribunal Penal Internacional e os protocolos de Kioto. Ex.: George W. Bush.

Terrorista - assim a mídia denomina o revolucionário que luta contra o jugo colonialista. Ex.: iraquianos, afegãos e palestinos.

Suicida - denominação que a mídia dá ao prisioneiro assassinado pelos carrascos estadunidenses nas prisões de Abu-Ghraib e Guantánamo.

Georges Bourdoukan, escritor e jornalista

Tostines para Voltaire

“Têm disposição alegre pessoas às quais tudo de bom acontece ou tudo de bom acontece a pessoas de disposição alegre?”

Da coluna Enfermaria, de Mylton Severiano, Revista Caros Amigos - Ago/08

Fell Alright!!!

Primeiro o pianinho, tâdâdâdâdâdâdâdâdâdâdâdâdâdâ, e depois “We are young, we run green, keep our teeth nice and clean, see out friends, see the sights, fell alright!”. Reconheceram?

Isso é Alright, talvez o maior sucesso do power trio britânico Supergrass. Essa música maldita e pegajosa tocou como uma desgraçada em 1995. E eu não suportava... Aliás, eu não suporto! Por isso peguei birra da banda.

Bobagem minha. Certo tempo depois, trocando de canal, parei na MTV e reconheci a cara de macaco do vocalista e guitarrista Gaz Coombes. Sim, era o Supergrass, com o clipe da canção Grace. Boa música!

Do Supergrass?? Êita!

Fiquei intrigado e fui pesquisar sobre os caras. Fuçei tanto que acabei descobrindo uma ótima discografia; em especial o álbum Supergrass is 10 (2004), coletânea com 21 canções produzidas nos primeiros 10 anos da banda. Destaque para Late In The Day (tão Oasis que soa melhor que o próprio Oasis), Sun Hits The Sky, Mary e Time. Dê um jeito e ouça o disco inteiro, quase todas as faixas são legais. Quase todas, porque a porcaria da Alright também está lá!

Considerada uma banda de britpop, única e exclusivamente por fazer rock popular na Inglaterra, o Supergrass é de longe muito superior a esse bando de novas bandas britânicas que começam com ‘The’ e se consideram a salvação retro do rock. Os quatro rapazes de Oxford continuam em plena atividade e lançaram nesse ano Diamond Hoo Ha, 6° trabalho de inéditas. Mais detalhes no site da banda.

No clipe da semana: Richard III, original do álbum In It for The Money de 1997. Divirtam-se!

PêEsse: Seriam os Rolling Stones a maior banda de britpop de todos os tempos???

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

A polêmica das medalhas

Parece não haver mais dúvidas: a China ganhará dos EUA no quadro de medalhas.

Ou melhor: não há duvidas em Pequim; na “América” há! Os jornais americanos estão ordenando a lista a partir do critério de número de medalhas. Como, por enquanto, os norte-americanos têm mais pódios que os chineses, essa nova organização os coloca de volta no topo!

Pois bem! Os critérios são discutíveis. Seria mais justo se cada medalha tivesse um peso: ouro, 10; prata, 6; bronze, 3, por exemplo! Ou: 3, 2, 1. Sei lá! Como indagou um amigo: será que um país X que tem 12 pratas e 25 bronzes teve menos sucesso do que o Y que ganhou um único ouro?

Bom, é uma questão de critério! No critério aceito (e que foi proposto pelos próprios norte-americanos), a China levará fácil! E o Brasil ficará ali na região mediana!

Uma pergunta boa de se fazer é: a que custo a China conseguiu esse sucesso? As notícias que têm sido veiculadas não são muito animadoras!

Ora se fala do “rapto” de crianças com menos de dez anos de idade – na esmagadora maioria, filhas e filhos únicos que passam anos e anos sem ver a sua família para se dedicar a um esporte que foi escolhido pelo... Estado! Sim, de acordo com o tamanho, peso, envergadura, tamanho da mão, enfim, características físicas, as crianças são escolhidas e confinadas em centros de treinamento.

Ora se fala do caso do gigante Yao Ming, da seleção de basquete. Seu caso é emblemático: seus pais – os dois maiores, em estatura, jogadores de basquete de sua época – foram obrigados a se casar e dar à luz o nenê que hoje é um varapau que joga na... NBA! Mais um que nasceu de um casamento arranjado pelo Estado para dar bons frutos à Nação! Estado, Nação, Partido Comunista: uma confusão só na China!

Ora se fala dos atletas que querem mas não podem conceder entrevistas à emissoras de TV ocidentais. Ora se fala da pressão a que os atletas são submetidos – vide o caso emblemático do Liu Xiang, o campeão olímpico dos 110 metros com barreira!

Ontem li um artigo do João Pereira Coutinho que também tratava do assunto e trazia alguns dados perturbadores. O primeiro deles, e mais conhecido, é que essa “estrutura” montada pelo Estado extrapola o âmbito esportivo: as universidades chinesas formam cerca de 4 milhões de jovens por ano. Destes, cerca de 90 mil chegam ao doutorado! A pressão sobre a juventude é enorme, pois nem todos têm emprego garantido!

A revista Psychology Today, ainda de acordo com o artigo do Coutinho, apresentou dados que demonstram qual é o preço do “sucesso” chinês: o suicídio é a primeira causa de morte entre os chineses com idade entre 20 e 35 anos. Cerca de 25% dos universitários chineses têm pensamento suicida recorrente. Para se ter um parâmetro: nos EUA, a selva de pedra capitalista e local privilegiado de extermínio psicológico dos losers, esse número cai para 6%.

Olhando com calma esses números e a “política esportiva chinesa”, cheguei à seguinte conclusão: tá bom o quadragésimo lugar no quadro de medalhas!

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Charge de Liberati - "A selecinha"

Sim, ele está de volta! O nosso querido Liberati volta a freqüentar este espaço.

Hoje com uma homenagem singela ao mago Dunga!

Quem quiser ver mais charges, é só dar uma passada no Liberati News!

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Pra começar a semana!

Enfim um “mestre do piano” brasileiro. Pra começar esta semana, Nelson Freire tocando Jesus, Alegria dos Homens, o décimo movimento da Cantata 147, composta por Johann Sebastian Bach no começo do século XVIII.

Vale a pena. São apenas alguns minutinhos. Quem gostar da música e quiser ver esse movimento cantado, é só clicar AQUI. A interpretação é de arrepiar e você só gastará outros cinco minutos!

Boa diversão e uma ótima semana!

domingo, 17 de agosto de 2008

Troféu CGC da semana*

CÉSAR CIELO - Ouro

Sabe o tal do complexo de vira-lata? Com César Cielo não tem essa. Ele era apontado como favorito, e nadou como favorito. Largou na raia 4, a raia dos melhores. Bateu o recorde olímpico 3x. E no final não amarelou; dourou!! É de atletas assim que o Brasil precisa.


MADONNA - 50

Madonna Louise Veronica Ciccone Ritchie completou meio século de vida no sábado, 16/08. Com 200 milhões de álbuns vendidos, a cantora, atriz e escritora é a artista mais poderosa da história. E, com cinqüentão no lombo, ela está bem melhor do que há 25 anos.

* acho que esse vingou mesmo.