sábado, 8 de março de 2008

A injustiça das mulheres

As mulheres reclamam que os homens não ligam para elas, mas vejam só:

Qual o maior motivo para que todo homem queira ser financeiramente bem-sucedido?
Pra pegar mulher.

Por que os homens investem tanto em carrões importados e conversíveis?
Pra impressionar a mulher.

Qual a importância de o homem combinar cintos, sapatos, meias e modelos de camisa?
Pra agradar a mulher.

Qual a grande motivação para o homem freqüentar academias e suar com porcos nas esteiras assassinas?
Pra ver mulher.

Por que os homens passam perfume, gel, loção pós-barba e desodorante?
Pra se aproximar da mulher.

Por que os homens são sempre tão ciumentos?
Pra não perder a mulher.

Por que os homens são infiéis?
Pra colecionar mulher.

Por que os homens casam?
Pra manter a mulher.

Por que os homens descasam?
Pra ter grana pra sair com a mulher

Então, a única coisa que fazemos sem pensar em mulher é tomar cerveja e ver futebol.
E elas ainda implicam!!!

08 de março – Dia Internacional da Mulher.
Uma homenagem do Conta-Gotas Cotidiano a todas as mulheres do mundo.

E um beijo especial à minha, que é a única que não implica ; )

sexta-feira, 7 de março de 2008

Um poema às sextas!

Uma homenagem às mulheres

Ainda que mal
Carlos Drummond de Andrade, As impurezas do branco (1973).

Ainda que mal pergunte,
ainda que mal respondas;
ainda que mal te entenda,
ainda que mal repitas;
ainda que mal insista,
ainda que mal desculpes;
ainda que mal me exprima,
ainda que mal me julgues;
ainda que mal me mostre,
ainda que mal me vejas;
ainda que mal te encare,
ainda que mal te furtes;
ainda que mal te siga,
ainda que mal te voltes;
ainda que mal te ame,
ainda que mal o saibas;
ainda que mal te agarre,
ainda que mal te mates;
ainda assim te pergunto
e me queimando em teu seio,
me salvo e me dano: amor.

quarta-feira, 5 de março de 2008

De volta: a leitura do voto do relator

Após umas torradinhas, os trabalhos da sessão foram reabertos.

O relator, Ministro Carlos Ayres Britto, está lendo o seu voto (um tanto longo). Vamos ver o que ele diz.

Ele aceitou a denúncia do Procurador-Geral da República e, aparentemente, deve votar contra a inconstitucionalidade da Lei de Biossegurança.

Ele partilhou de uma distinção entre indivíduo com vida “biográfica” e com vida “biológica”. Para além da vida celular, segundo Britto, é preciso pensar no indivíduo “biograficamente qualificado”. Insistiu bastante na caracterização de “pessoa humana” na Magna Carta brasileira, alegando que não há menção a respeito dos embriões.

Preciso sair agora. Os estagiários estarão atentos à leitura do voto. Depois vejo no que deu o final da sessão e faço uma notinha aqui.

Cafezinho!

Hora do café! Intervalo no STF!

É legal ver o título do julgamento: “Procurador-Geral da República x Congresso Nacional/Presidente da República”. Ou seja: é o cara contra a rapa!

Algo de novo no front?

Por enquanto, nada muito diferente. Apenas Luis Roberto Barroso, respresentante do Instituto Bioética, Direitos Humanos e Gênero (ANIS), que tentou deslocar o centro do debate da questão sobre “onde começa a vida?”. Para ele, a questão é falsa e, portanto, não há resposta certa para uma questão erra.

Mesmo assim, Barroso, ao falar do plano jurídico, voltou a citar o Código Civil e a se referir ao “início da vida” e argumentou que o embrião congelado não é um nascituro, já que não tem condições de ser implantado em um útero materno. Portanto, não é pessoa humana e nem constitui vida em potencial.

Barroso lembrou ainda:

- que se não pesquisarmos no Brasil, vamos importar os resultados e exportar embriões.

- que as pesquisas com células-tronco não são aborto.

- que as células-tronco adultas não são capazes de formar células nervosas, neurônios, e, portanto, são incapazes de gerar terapia, ao contrário das células-tronco embrionárias.

Ué, não tem mais ninguém a favor da inconstitucionalidade do artigo 5º. da Lei de Biossegurança?

Esperemos.

Mais um a favor: Leonardo Mundim

Fala agora o representante do Congresso Nacional, Leonardo Murdim.

Pergunta básica: quando alguém pode ser considerado (a) pessoa humana, um brasileiro?

Mundim segue a mesma linha de raciocínio de Toffoli: argumentar que as células-tronco embrionárias, a despeito de carregarem traços genéticos, não constituem, juridicamente, uma pessoa humana. Além disso, lembra as vantagens do trabalho com as células-tronco embrionárias em detrimento das adultas, estas bastante citadas na argumentação de Ives Gandra.

Ele também pergunta, insinuando um argumento bastante contestável, se não é melhor liberar as pesquisas e colocá-las sobre o crivo da vigilância social do que proibi-las e jogá-las para a clandestinidade, onde acontecerão de qualquer modo. (Ora, ora: se for assim, vamos liberar tudo! Se for proibido, que se vigie para que não haja clandestinidade)

Mundim, concluindo, diz: aqui estão se digladiando aqueles que defendem células-tronco embrionárias e aqueles que defendem pessoas já formadas.

Humm...

Os que estão a favor!

Lá vamos nós aos argumentos a favor das pesquisas e contra a impugnação do dispositivo da Lei de Biossegurança.

José Antônio Dias Toffoli, Advogado-Geral da União, vai à tribuna e começa citando Kant. Que beleza!

Toffoli inicia lembrando que os dois lados que estão em disputa partem da mesma premissa: o direito à vida! É um argumento bastante propício, já que Ives Gandra insistiu por 15 minutos nessa questão. Com isso ele coloca a situação inicial no mesmo patamar.

Para mostrar que a Legislação Brasileira não trata os fetos como “pessoa humana”, Toffoli lembra que há uma grande diferença as penas para o homicídio e para o aborto. E então pergunta: o que falar então do embrião?

O Advogado-Geral da União parte da premissa que existe “expectativa de vida” (o embrião) e vida e de que o Estado – e o ordenamento jurídico – tratam da vida humana.

As perguntas são muitas sobre a função do Estado em relação à mulher, sua vontade de doar ou não o óvulo, levar adiante ou não o embrião e assim por diante.

Ele conclui: do ponto de vista do Estado, as pesquisas devem continuar e serem plenamente legais e incentivadas.

Sigamos.

Ives Gandra da Silva Martins

Após a explanação de Antonio Fernando de Souza, fala o famoso jurista Ives Gandra da Silva Martins, também argumentando contra as pesquisas com células-tronco embrionárias.

Sua linha de raciocínio parte da exclusão da hipótese de que o julgamento opõe Ciência x Igreja.

Ives Gandra lembra o número de prêmios Nobel ganhos pelo “Vaticano”: 29. Logo, a Igreja não está contra a Ciência. Além disso, o jurista bate pesado: “Fazer pesquisas com embriões de tartaruga é crime! Com seres humanos, não!”. Nessa hora a sua voz vai lá em cima e seu pescoço gira 180 graus, em direção à platéia.

Vamos esperar os argumentos pró!

É interessante ver como o jurista recupera os exemplos de países civilizados, não obscurantistas para legitimar seus argumentos. Dá-lhe civilização nos bárbaros abaixo do Equador!

Já começou!

O julgamento sobre a legalidade das pesquisas com células-tronco já começou.

O Ministro Carlos Ayres Britto leu um relatório inicial, expondo as principais teses a favor e contra o artigo 5º. da Lei de Biossegurança de 2005.

Agora, o Procurador-Geral da República, Antonio Fernando de Souza, está apresentando sua tese que é contrária às pesquisas com células-tronco embrionárias.

Até agora, ele argumentou:

- que quando se fala em células-tronco embrionárias, fala-se em vida, sim!, e que negar isso é “despersonalizar” as células-tronco.

- que a possível restrição às pesquisas não fere o caráter laico da República brasileira, posto que se trata de um assunto jurídico e não religioso.

- que o direito à vida, assegurado pela Constituição, é ferido pela Lei de Biossegurança.

- que reconhecer a inconstitucionalidade do tal artigo da Lei de Biossegurança não é um ato obscurantista, como parte da opinião pública tem afirmado.

- que o embrião não é um simples “amontoado de células”, mas que já possui vida, herança genética.

E por aí vai a argumentação.

Parece que o ministro Carlos Alberto Menezes Direito irá pedir “vista”, ou seja, um tempo maior para analisar o caso e, portanto, o julgamento não seria finalizado hoje.

É esperar para ver!

O tema das células-tronco no STF

Daqui a pouquinho, às 14hs de Brasília, começará no Supremo Tribunal Federal o julgamento que dirá se são legais ou não as pesquisas com células-tronco embrionárias.

Embora as pesquisas de opinião mostrem que a maioria das pessoas é a favor da continuidade das pesquisas, alguns setores da sociedade, sobretudo as instituições ligadas à Igreja, como a CNBB, se opõem ao artigo número 5 da Lei de Biossegurança (2005).

A sessão será transmitida pela TV Justiça.

Eu vou tentar acompanhar alguns trechos e reportar na medida do possível!

Coquetel Molotov

Como todos devem saber, nosso editor-chefe Anderson Reis já retornou de sua 'trip merricana'. Na bagagem, junto das dezenas de Cyber-shots, Notebooks, Tvs de plasma, iPhones, Jose Cuervos, e camisas falsificadas, ele trouxe dois honestos disquinhos para mim. Trata-se de ¿Dónde Jugarán las Niñas? e Eternamiente, ambos do Molotov.

O Molotov é uma banda mexicana muito peculiar. Peculiar porque eles formam uma verdadeira guacamole musical. Além de misturar letras políticas, sátiras, palavrões, punk rock, ritmos latinos e rap, os chicanos ainda se revezam nos vocais e trocam de instrumento o tempo todo entre eles. Os responsáveis pelo coquetel são: Tito Fuentes, Micky “Huidos” Huidobro, Paco Ayala e Randy “El Gringo Loco” Ebright.

Eternamiente, lançado em setembro de 2007, é o sexto trabalho dos rapazes, e sem dúvida o mais interessante. No inicio do mesmo ano a banda anunciou sua separação (opa!?). Uma separação criativa. Cada integrante foi para um canto e gravou, produziu e executou seu próprio EP, no qual seriam editados sob o nome de um único disco: Eternamiente.

Assim, Micky gravou Hasta la basura se separa; Paco, El Plan De Ayala; Tito, SinTitolo; e Randy, Miss Canciones. Totalizando 16 faixas, 4 por cabeça + 2 faixas bônus.

O bacana é que neste trabalho você consegue separar e perceber de onde vem cada ingrediente do coquetel. As quatro primeiras canções são de puro punk rock e gritaria. As quatro seguintes apresentam um rock mais lento, letras sérias e até uma balada a la moda da casa. Da 9 até a faixa 12 a irreverência, o vocal sarcástico e o contra-baixo dominam. O último quarteto de canções remete ao início da banda, ou seja, rock n’ rap! O resultado final disso tudo é muito bom, bem produzido e divertidíssimo. Nada mais do que o velho Molotov, dessa vez com cada mono no seu galho.

Infelizmente é muito difícil achar material do Molotov em terras brazucas (talvez nas Grandes Galerias). Por isso, aproveite e confira no clipe da semana Yo Fo, do EP SinTitolo, nona faixa de Eternamiente.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Para começar a semana, pérolas recentes!

Do presidente Lula, a respeito do Ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que ainda ocupa o posto de presidente do PDT:

“Lupi está mostrando o comportamento mais republicano que um ministro tem mostrado”

Do jornalista da Folha de São Paulo, Fernando de Barros e Silva, a figura "gastronômica" para pensar a política:

“PC do B, Partido Comedor de Bordinha”

Do ex-deputado estadual, Gilberto Gonçalves (PTN-AL), ao explanar sobre a política (Hannah Arendt ficaria no seu chinelo, de tão brilhante que é seu raciocínio):

“A política foi uma cachaça que tomei”

Do presidente do TSE, Marco Aurélio Mello, sobre o presidente da República, a respeito da sua, digamos, “capacidade de improviso”:

“Conhecemos o estilo do presidente. Às vezes, quando deixa o script e parte para o improviso, ele não nos surpreende, ele nos estarrece, como aconteceu agora por último”

Boa semana a todos!