sábado, 6 de setembro de 2008

Lição de Cidadania

cidadão
sm (cidade+ão2) 1 Habitante de uma cidade. 2 Indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um Estado. Fem: cidadã e cidadoa. Pl: cidadãos

Estamos em época de eleições municipais e pelo que tenho acompanhado, as eleições em São Paulo andam mornas, as promessas e os principais candidatos são os mesmos e o segundo turno parece estar desenhado.

Acabo de presenciar, aqui em Afogados, talvez a maior manifestação de cidadania que eu tenha visto.

No fim de semana se formam as carreatas e os comícios das candidaturas. O discurso e o perfil dos candidatos não foge muito daquele padrão “já” conhecido.

Há o que busca a renovação, aquele que quer permanecer e o que quer a retomada do poder. Tem o preferido dos ricos e o preferido dos pobres.

O que mais me toca é o envolvimento dos moradores com o pleito municipal. Eles discutem pra valer, com emoção, preocupação e muita vibração.

Moradores desfilam com adesivos colados nas camisetas, bonés, celulares e fazem questão de acompanhar o discurso do adversário (em parte como forma de intimidação).

Pude, em um dos comícios, assistir depoimentos de moradores humildes, sofridos, que talvez não saibam ler e nem escrever, mas que tem na essência da palavra a sabedoria suficiente para expressar suas necessidades e as carências do município.

Foram depoimentos espontâneos, sem nenhuma marmelada, que exprimem as feridas de quem mais sente na pele os desmandos e o jogo de interesses que a disputa política de uma cidade pequena pode causar nos mais necessitados.

Sempre tive como convicção que falar de política é necessário, a troca de idéias e as divergências são fundamentais para a evolução da sociedade.

Porém, em uma cidade grande, as necessidades individuais falam bem mais alto. Debater sobre eleições e política se torna secundário, você é tachado de chato, patriota, utópico e etc.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Um poema às sextas!

Meu Anjo, de Álvares de Azevedo (Lira dos Vinte Anos, 1853)

Meu anjo tem o encanto, a maravilha
Da espontânea canção dos passarinhos;
Tem os seios tão alvos, tão macios
Como o pêlo sedoso dos arminhos.

Triste de noite na janela a vejo
E de seus lábios o gemido escuto
É leve a criatura vaporosa
Como a frouxa fumaça de um charuto.

Parece até que sobre a fronte angélica
Um anjo lhe depôs coroa e nimbo...
Formosa a vejo assim entre meus sonhos
Mais bela no vapor do meu cachimbo.

Como o vinho espanhol, um beijo dela
Entorna ao sangue a luz do paraíso.
Dá morte num desdém, num beijo vida,
E celestes desmaios num sorriso!

Mas quis a minha sina que seu peito
Não batesse por mim nem um minuto,
E que ela fosse leviana e bela
Como a leve fumaça de um charuto!

Bom final de semana.

Quem quiser mais poesia, é só ir até o já conhecido Poesia Net.

Pra embalar o fim de semana!

A fusão do talento e charme de Nilze Carvalho, da doçura e delicadeza de Camila Costa, da competência de Fabiano Salek com a malandragem de Silvio Carvalho resultou no delicioso caldo do excelente grupo carioca Sururu na Roda.

Curtam a trupe interpretando históricos sambas de Chico Buarque no Programa Sr. Brasil da TV Cultura.


Cigarro

Cigarro fede, todo mundo sabe.

O fumante sabe que o cigarro fede.

Por isso quando ele acaba de fumar ele chupa o quê? Uma bala. Porque ele não quer o fedor do cigarro na boca dele. Agora, no meu cabelo e na minha roupa que se foda...

E o cara acabar de fumar e chupar uma bala seria a mesma coisa que acabar de peidar e sentar no sabonete!

O resto do mundo

Na linha do post “Estereótipos (3)”, uma cópia do mapa mundi utilizado nas escolas norte-americanas.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Notícias do semi-árido

Como meus companheiros de blog e alguns amigos já sabem, estou passando uma temporada a trabalho no interior de Pernambuco, mais precisamente na cidade de Afogados da Ingazeira.

Tudo aconteceu muito rápido e foi uma mudança brusca na minha rotina.

Cheguei na última segunda-feira e por enquanto tudo está sendo novidade. A cidade é pequena e não foge daquele padrão interiorano: igreja, praça (muito bonita), pequenos comércios, povo hospitaleiro, acrescentando as peculiaridades do nordeste.

Aqui se come muito bem. Esse negócio de pão com manteiga, pão de queijo, café expresso e comida self-service não existe. No café da manhã já tem carne, salsicha, ovo, batata doce, inhame e o cuscuz de milho acompanha todas as refeições. Só tenho que tomar cuidado pra não voltar uma bola pra São Paulo.

A cidade é bastante simples, no entanto é considerada rica nos arredores.

Política é muito discutida entre os moradores e a disputa pela prefeitura, pelo que pude perceber, está soltando faísca. As pessoas ditas mais esclarecidas não podem expressar sua intenção de voto na frente dos mais humildes para não influenciar.

O que mais me impressionou foi a estrutura que encontrei na empresa em que estou prestando serviços, muito bem equipada desde o chão da fábrica até o escritório. Sinceramente esperava encontrar o oposto.

Apesar de estar muito longe de casa, é muito bom acordar e saber que não vou ter que enfrentar trânsito, filas e metrô lotado. E melhor ainda, tenho 2 horas e meia de almoço (é, podem acreditar), e nem adianta eu querer voltar antes porque o escritório da fábrica fica fechado.

Para os amigos corintianos, o Mirandinha - aquele mesmo que jogava no Corinthians e só fazia gol no Palmeiras – é o técnico do time da cidade. Sou obrigado a vê-lo todos os dias, estamos hospedados na mesma pousada (por aqui não existe hotel).

Até agora, tudo corre bem e não tenho muito do que reclamar. Com exceção do acesso à internet, é muito lenta e tá difícil eu conseguir logar no Conta Gotas. (Estou há 3 dias tentando publicar esse texto)

No próximo post eu conto a curiosa história da origem do nome da cidade.

Abraços,

A caça aos bebuns

Atenção: está aberta a temporada de caça aos apreciadores de bebidas etílicas, vulgos bebuns!

Em meio à gritaria dos grampos, dos índios da reserva Raposa/Serra do Sol, das algemas de Dantas, da crise no São Paulo, o que tem me preocupado, de fato, é essa seqüência de medidas contra, digamos, a vida noturna!

E não que eu seja contra tudo! Não... necessariamente!

É bem verdade que houve uma diminuição brusca nos acidentes depois da tal Lei Seca! Tem amigo meu que, nas tardes de sábado, já começa a pensar em quais filmes vai assistir na madrugada de domingo, pois não quer se arriscar a sair e, tal como Adão, cair na tentação de experimentar do fruto proibido (para quem dirige, é claro!).

A lei começa a ganhar, junto à sociedade, justificações morais, econômicas e médicas!

Aí as “autoridades”, essa figura incorpórea, impalpável, resolveram continuar com a série “vamos acabar com tudo”. Em São Paulo, está correndo o projeto de lei para proibir o fumo em locais de uso coletivo, sejam eles públicos ou privados. Ou seja: bares, hotéis, restaurantes, áreas comuns em prédios, universidades etc.

O Sr. Serra proíbe, assim, que você, blogueiro fumante, se reúna num local com outros fumantes para dar umas baforadas e, quem sabe, conversar sobre alguma coisa, futebol, religião ou política. Veja: só fumantes, e mesmo assim está vedado!

Está aí uma atitude autoritária que ataca abertamente as tais liberdades individuais.

A última sanha reguladora entrou em pauta nessa semana: o STJ propõe que não se pague o seguro de vida à família (ou qualquer beneficiário) de alguém que morreu vítima de acidentes causados pela embriaguez!

Já há argumentos pró e contra tal medida. Estes alegam que só as seguradoras ganhariam e que se elas recebem mensalmente de um “bêbado”, que então paguem à família do sujeito, ou então que aumentem o seguro. Aqueles dizem que a medida tem um caráter educativo, pedagógico.

Sei não!

O debate está (ou deveria estar), outra vez, aberto!

Para encerrar, vai a resposta de Hannah Arendt aos amigos que lhe advertiam sobre os problemas do fumo, citada num artigo da Folha de São Paulo (03/09/2008, p. A3): “Recuso-me a viver para a minha saúde”.

Da série "Julgamentos Precipitados"

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Estereótipos (3)

Da coluna do José Simão, na Band News FM! Sensacional!

Segundo o Macaco Simão, a ONU fez uma pesquisa internacional a respeito da escassez de alimentos.

A solicitação que os países deveriam atender era:

Por favor, diga honestamente qual é a sua opinião sobre a escassez dos alimentos no resto do mundo.

Vejamos as respostas:

- A Europa mandou dizer que não sabe o que é "escassez".

- A África mandou dizer que não sabe o que são "alimentos".

- Cuba mandou dizer que não sabe o que é "opinião".

- Os Estados Unidos mandaram dizer que não sabem o que é "resto do mundo".

- Argentina mandou dizer que não sabe o que é “por favor”.

- Brasil mandou dizer que não sabe o que é “honestamente”.

Estereótipos...

terça-feira, 2 de setembro de 2008

A descoberta

De Eduardo, aos quase sete anos, pelado, diante da ama Floripes, a preta que lhe dava banho e lhe vestia o uniforme do Grupo:

- Floripes! Tem um osso no meu pipiu!


[Eduardo é um personagem do romance O Encontro Marcado, o primeiro de Fernando Sabino, publicado em 1956]

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Pra começar a semana!

Com um "ar anos 80", Plebe Rude cantando "Até quando esperar". Era o clima engajado daqueles anos...

domingo, 31 de agosto de 2008

Troféu CGC da semana

MICHAEL JACKSON – 50

Quase duas semanas depois de Madonna, não seriamos injustos com o Rei do Pop. Jacko, em entrevista ao programa Good Morning America, disse que aos 50 anos ainda se sente “muito jovem”. Em Neverland até Peter Pan está mais passadinho que Michael.


CHARLIZE THERON – a sedutora

The Burning Plan marca a estréia do escritor e roteirista mexicano Guillermo Arriaga (21 Gramas e Babel) na direção. Na première do longa em Veneza, depois da passagem de Charlize Theron pelo tapete vermelho... pergunte se alguém se lembrou da história filme?