sexta-feira, 13 de julho de 2007

Medida “atropelatória”? Ai meus cabelos!

Foi no mínimo engraçado, para não dizer patético, assistir ao embate retórico travado entre os senadores Almeida Lima (PMDB-SE) e Demóstenes Torres (DEM-GO). Enquanto este se descabelava (bem no sentido figurado) para demonstrar a inviabilidade jurídica e ética da atitude de Renan Calheiros, aquele respondia citando, infinitamente, artigos, parágrafos e incisos.

A indignação do senador peemedebista se referia à pressa com a qual alguns líderes da oposição, principalmente Demóstenes Torres, estavam agindo: “é preciso que os senhores tenham cautela. Vocês falam em medida protelatória, mas o que estão fazendo são atos ‘atropelatórios’ (sic)”.

Renan Calheiros conseguiu adiar o processo de investigação ao remarcar para terça-feira próxima a reunião da Mesa Diretora, pré-agendada para ontem, que deve decidir se encaminha ou não à Polícia Federal o pedido de retomada das perícias junto aos documentos apresentados por Calheiros.

O fato é que o regulamento da Casa é falho e dá margem a muitas confusões. O absurdo da situação é ver o investigado presidindo as sessões no Senado e as reuniões da Mesa Diretora. Se Renan Calheiros está nadando contra a maré, como sugeriu uma articulista hoje, eu não sei. Mas está quase certo que ele deverá conseguir protelar a investigação para depois do recesso parlamentar.

Salve a nossa memória.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Novo Mundo e as Novas Maravilhas



O assunto já é velho e, como nas jogadas de marketing, uma semana parece uma eternidade. Mas o fato é que entre as novas 7 maravilhas do mundo moderno três estão localizadas no Novo Mundo.

Chichen-Itzá, Machu Pichu e o Cristo Redentor foram eleitos numa votação polêmica e contestada. Não quero entrar no mérito dos resultados. Mas monumentos do continente americano, mais especificamente das culturas e sociedades indo-americanas, estão presentes nesta lista com algumas de suas grandes construções localizadas nos atuais Peru e México.


Há um encanto/curiosidade por estas sociedades e suas habilidades técnicas e culturais. Mas o nosso olhar deve ultrapassar a construção e pensar as sociedades que por lá viveram e os legados que permanecem vivos ainda hoje.

Uma pergunta feita por Pablo Neruda: "Pedra na pedra, mas onde estava o homem?" nos remete à necessidade de pensar a diversidade deste continente e as relações entre os homens e sua produção cultural.

Pensar sobre isso é uma forma de não cairmos na simplificação nostálgica de um passado grandioso que pesa sobre nós sem que façamos peguntas sobre o nosso tempo e nossas ações.



P.S. O Cristo Redentor, brasileirices à parte, é uma outra questão.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Medo de quê?

No meio da campanha eleitoral do ano passado ouvi de uma conhecida uma frase muito interessante: "no passado as elites tinham medo de apenas dois grupos: dos intelectuais e dos operários". Os dois últimos presidentes, oriundos destes grupos, não representavam uma ameaça, mas garantias a grandes grupos, lucros astronômicos dos bancos, proteção e acordos com lideranças políticas que antes combatiam e uma certa estabilidade econômica.

Pois bem, qual o reflexo disso na sociedade?

Hoje, parece que as nossas soluções "consensuais" transitam na área da impunidade e da descrença plena em muitos valores ou mesmo na possibilidade de pensarmos alternativas.

Esta descrença chega a parcelas da população onde instaurou-se uma espécie de "vale-tudo": prostitutas, professores, garis, travestis, crianças, idosos são vítimas de violências corriqueiras e banalizadas.

Nesse conformismo há um outro sentimento que começa a ser demonstrado sem constrangimento: as tais "elites", que um dia tiveram algum tipo de temor (se é que a frase de minha conhecida tenha sentido), sorriem de forma nefasta. "Está vendo no que deu tudo isso?"

Manifestam-se em artigos de jornais como se não integrassem e não colaborassem para esta situação. Ou pior, nas declarações e conversas das altas rodas, reforçam a crença de que são superiores e que, por algum desatino do destino, vieram parar por estas bandas tropicais.

Se apresentam com uma pureza e um senso ético que nem sempre tiveram e atiram seus juízos de toda ordem, mesmo que se locupletando com tudo isso.



P.S. Receio as generalizações e procuro evitá-las. Peço desculpas pela simplificação mas é um quadro que nos desafia!

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Uma fêmea indomável

Em reportagem publicada pela revista Veja desta semana, Olga Wornat, jornalista argentina que escreveu uma biografia da presidenciável Cristina Kirchner, caracterizou sua biografada da seguinte forma:

“Uma fêmea indomável, inteligente, polêmica, transgressora e ambiciosa como nenhuma outra desde Eva Perón”.

Agora fiquei em dúvida se Cristina está mais para “Mulher Maravilha” ou para o estilo “Femme Fatale”.

*Foto extraída do site La historia paralela (http://www.lahistoriaparalela.com.ar/)

Curtas gotas do esporte

Estupidez
Dizem que toda morte é estúpida, mas a do Alemão, ex-Palmeiras, tem lugar garantido no pódio. Pelo estado do carro, não há nem como alegar más condições da estrada. Alemão, 23 anos, morreu no dia do aniversário do seu pai.

Massa
Lamentável o “problema técnico” no carro de Massa na hora da largada. Está faltando um pouquinho de sorte ao brasileiro, que já não é mais o melhor ferrarista. Agora ele é apenas o quarto colocado no mundial, 19 pontos atrás do “estranho” Lewis Hamilton.

Presunção
As tevês Bandeirantes e Globo estão rebolando para ajustar suas programações aos jogos da seleção. Isso porque elas acreditaram demais na “volanteleção” (como escreveu o Daniel Piza em seu blog) e imaginaram a classificação do Brasil em primeiro lugar do grupo. Como isso não aconteceu, os dias nobres do futebol, domingo à tarde e quarta-feira à noite, estão vagos. Quer dizer: vagos, não! Têm a Argentina e o México jogando uma bola redonda, redonda.

O "Monstro Sagrado"
O suíço Roger Federer ganhou de Rafael Nadal e se tornou pentacampeão do torneio de Wimbledon. Com o feito, Federer igualou a marca do sueco Bjorn Borg e somou 11 títulos de Grand Slam, três a menos que Pete Sampras, outra lenda do tênis.

Welcome
Nem começou o Pan e ontem já foi registrada a primeira tentativa de furto seguida de prisão na Vila do Pan. Um faxineiro tentou “se apropriar” de um computador do Comitê Organizador, mas foi pego com a mão na massa e preso em flagrante. O rapaz tentava escapar com o PC completo, com direito a mouse e teclado, tudo bem acomodado num saco preto.

domingo, 8 de julho de 2007

Madonna no Conta-Gotas

Já está atualizada a seção "Vídeo da Semana", no rodapé desta página.

Na semana em que teremos outra "sexta-feira 13", vamos de Madonna, com o clipe da música "Justify my love", cuja letra foi feita por Lenny Kravitz, com acréscimos da própria Madonna.

Quer dizer, ninguém sabe ao certo de quem é a letra e a música, já que, na ocasião do lançamento do single (em 1990), uma tal de Ingrid Chavez processou Kravitz, alegando ser co-autora da letra, e o Public Enemy afirmou que "Justify my love" tinha samples de uma música deles. (Leia mais sobre a polêmica aqui)

Enfim, um bafafá tremendo. O fato é que o clipe, em P/B e censurado pela MTV americana na época, é de uma sensualidade fascinante que contrasta o ritmo lento da melodia com o calor das cenas. Vale a pena dar uma conferida!

É só descer até o rodapé do Conta-Gotas e clicar em um dos vídeos, todos disponibilizados pelo Youtube.