sábado, 21 de junho de 2008

Os mais "vendidos"

Essa semana saiu um ranking com as 10 maiores vendagens de discos da história da música nacional. A lista, apurada pelos jornalistas Luiz André Alzer e Mariana Claudino, fará parte de um livro que reunirá mais de 250 rankings, de variados assuntos, entitulado “Os 10 mais”.

Todos integrantes da lista foram (alguns ainda são) por muito tempo produtos da mídia, o que explica tamanha vendagem.

É triste constatar que em mais de 100 anos de produção nacional, popularidade, quase sempre, não está alinhada com música de boa qualidade.

Confira:

Músicas para Louvar o Senhor – Padre Marcelo Rossi (1998): 3.328.468 cópias

Xou da Xuxa 3 – Xuxa (1988): 3.216.000

Leandro e Leonardo – Leandro e Leonardo (1990): 3.145.814

Só pra Contrariar – Só pra Contrariar (1997): 2.984.384

Quarto Xou da Xuxa – Xuxa (1989): 2.920.000

Xegundo Xou da Xuxa – Xuxa (1987): 2.732.735

Um Sonhador – Leandro e Leonardo (1998): 2.732.735

Xou da Xuxa – Xuxa (1986): 2.689.000

Mamonas Assassinas – Mamonas Assassinas (1995): 2.468.830

10º
Terra Samba Ao Vivo e a Cores – Terra Samba (1998): 2.450.411

Porque hoje é sábado!

Em homenagem ao nosso editor Zé Alves, que irá visitar o velho continente.

Ótima viagem... e não esqueça do Free Shop!

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Sentimentos

Certa vez, ouvi um psicólogo afirmar em um Congresso que muitas pessoas têm medo do silêncio. Segundo ele, a explicação: "... É através do silêncio que entramos em profundo contato com nós mesmos..."

Descobrir a essência humana, aceitar as limitações, os defeitos, os medos, muitas vezes, não é um processo fácil. Para cada situação utilizamos "PERSONAS" diferentes, e isso nos deixa distantes daquilo que somos.

Há momentos que precisamos parar e colocar as coisas em ordem. Refletir e descobrir o que realmente importa...

Tenho tanto sentimento
Fernando Pessoa


Tenho tanto sentimento
Que é freqüente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.

Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.

Qual porém é a verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar.

Boa, Caetano!

Um amigo meu tem ojeriza a três nomes do cenário nacional: FHC, Jô Soares e Caetano Veloso. Ele diz que dá até “urticária” quando vê esses “vendidos” na TV!

Embora admita que os três não sejam exemplos de simpatia, humildade e carisma, eu não tenho essa relação “amor-e-ódio” tão intensa com esses figurões.

Mas não é que o Caetano Veloso subiu um pouco mais no meu Ibope!?

Eu já lhe tinha em alta conta por causa de versos como: Uma tigresa de unhas negras e íris cor de mel/Uma beleza que me aconteceu/Esfregando a pele de ouro marrom/Do seu corpo contra o meu/Me falou que o mal é bom e o bem cruel.

Ou então: Não me venha falar/Na malícia de toda mulher/Cada um sabe a dor/E a delícia/De ser o que é...

Ontem ele se superou, e não foi escrevendo músicas.

Caetano Veloso respondeu a Fidel Castro – que tinha lhe ‘acusado’ de ‘curvar-se ao império’, alegando que o cantor tinha pedido desculpas aos Estados Unidos por conta de sua música Base de Guantánamo. E a resposta foi imponente, forte, encorpada: “Se não me submeto ao poderio norte-americano, tampouco aceito ordens de ditadores”. Boa, Caetano!

Vale a pena ler a íntegra da resposta (extraída do site do cantor):

“Não pedi perdão a ninguém. Procuro pensar por conta própria. Minha irreverência diante dos poderes estabelecidos é impenitente. Dois dias depois de dar a entrevista citada por Fidel, eu disse à televisão austríaca que a tendência sociológica de considerar o racismo no Brasil pior do que o apartheid na África do Sul é uma manobra da CIA. Sou um artista. Minhas palavras são: criação e liberdade. Se não me submeto ao poderio norte-americano, tampouco aceito ordens de ditadores. Fidel nos deve explicações a respeito de sua identificação com os estados policiais que o comunismo gerou. Hoje toda a esquerda silencia sobre a Coréia do Norte, como silenciava sobre a União Soviética na minha juventude. A canção “Base de Guantánamo” não seria composta se eu não tivesse a evidência de que nos Estados Unidos há respeito aos direitos dos cidadãos como não se vê em Cuba. A decisão da Suprema Corte americana, reconhecendo o direito a habeas corpus aos prisioneiros de Guantánamo é expressão disso. Tampouco seria possível a canção sem o valor simbólico que a revolução cubana tem em nossas mentes. Lembro de ter sentido, quando excursionava com Fina Estampa, que a tragédia de Cuba (com liberdades cerceadas na ilha e uma população inimiga do regime atuando em Miami) era mais vital do que a segurança dessangrada de Porto Rico. Tenho idéias e reações emocionais complexas. Não aceito pacotes fechados. O texto de Fidel é autocongratulatório, prolixo e injusto. Sobretudo com Yoani Sánchez, a cubana que mantém o blog “Generación Y” (http://www.desdecuba.com/generaciony/). Ela e seu marido Ricardo Escobar deram a resposta que eu gostaria de dar a Fidel. Ainda volto ao assunto.”

Boa, Caetano!

Além disso, o cantor brasileiro já estava na ‘lista negra’ de Fidel Castro após ter dito, em entrevista à Folha de São Paulo (26/05/08), que em “questões de direitos humanos e as questões de liberdade e respeito aos homens, sou 100% mais EUA do que Cuba”.

Caetano entrou para o time de Saramago, Almodóvar, Carlos Fuentes e Cia. Ltda: “adeus, Fidel”!

Brasil Vs. Suécia

Não, não, o título deste post não se refere a futebol!

O assunto é, digamos, costumes! Adiante.

Leio, com alguma freqüência, o blog do Ricardo Noblat - o qual recomendo, pelas análises publicadas, pelo clipping que ele faz o tempo todo, pelas charges, enfim, vale a pena.

Há naquele blog uma ‘seção’ chamada ‘Cartas de Estocolmo’. Na verdade, essa seção é um relato escrito por Sandra Paulsen, baiana de Itabuna, leitora do Noblat e que mora em Estocolmo há quase dez anos.

Sandra escreve, geralmente, sobre os costumes suecos, a língua, o clima, comportamentos etc., quase sempre cedendo à tentação de traçar comparações entre os dois países. Os seus textos são muito interessantes, pois revelam, ainda, um pouco da estranheza do imigrante, do forasteiro. O ‘corriqueiro sueco’ se torna ‘a novidade’ para aqueles que acompanham os textos de Sandra, salta aos olhos.

Hoje cedo estava aguardando para ser atendido num consultório médico e me lembrei de uma das ‘Cartas de Estocolmo’. Explico.

Num de seus relatos, escrito logo após uma temporada no Brasil, Sandra refletia sobre as relações inter-pessoais em ambientes profissionais. Ela falava, se não me engano, sobre como um sueco, funcionário de banco – por exemplo, atendia aos clientes: de modo impessoal, frio. Nada de sorrisinhos ou qualquer demonstração de afeto, porém de modo eficiente.

Ela, que acabava de voltar do Brasil, contrapunha a ‘frieza sueca’ ao calor dos brasileiros, que, raras exceções, tinham comportamentos opostos àqueles. Muitos sorrisos, cafezinho, oba-oba, tratamento pessoal, porém nem sempre com a eficiência que ela constatava do outro lado do oceano.

Hoje cedo, ainda embriagado de sono, me lembrei de Sandra. A situação era a seguinte: eu tinha hora marcada, cheguei com os tais ’30 minutos de antecedência’ (inacreditáveis; então por que não se 'marca a hora' para meia hora antes?) e já esperava por mais de 40 minutos além do previsto (logo: uma hora e dez minutos, bêbado de sono e divagando).

Pensei: como gostaria de estar na Suécia! Lá, segundo os relatos de Sandra, eu teria sido atendido na hora marcada. Eis que ouço meu nome, gritado por uma senhorinha de uns 50 anos. Com um sorriso aberto, um aperto de mão e um ‘bom dia’ verdadeiro, eu fui recepcionado numa nova sala de espera. Foram-me oferecidos: cafezinho, bolacha e... afeto! Pronto, já tinha me esquecido da Suécia!

Bastaram mais dez minutos na nova sala e lá vem a Suécia de novo à cabeça!

Ainda não concluí se prefiro ‘afeto e ineficiência’ ou ‘frieza e eficiência’. Quem sabe seria possível ‘afeto e eficiência’. Quem sabe...

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Protesto canarinho

A seleção brasileira dá sono.

Robinho tá enganando.

Júlio Baptista com a 10? Só pode ser bincadeira.

O Anderson é arrogante e antipático ou é impressão minha?

A torcida pediu Alexandre Pato e o Dunga “Fashion Week” colocou Luís Fabiano. Garanto que de pirraça.

Os hermanos só não ganharam o jogo porque essa geração tem trauma da amarelinha.

A torcida reclama, vaia, xinga. Jogadores e treinador reclamam de injustiça. Qual?

O Brasil pode ser um celeiro de talentos, mas há muito deixou de ser o país do futebol. Basta assistir aos jogos da Eurocopa.

E enquanto os brasileiros perdem tempo assistindo os jogos e reclamando do escrete canarinho. Ricardo Teixeira e sua turma tomam whiskie e dão risada sentados em suas cadeiras confortáveis em suas salas refrigeradas.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

O furacão Joss

Quando escrevi aqui no blog que uma das maiores vozes da música negra americana é (ou era, já que a coitada não consegue nem falar direito) de uma inglesa branquela de 23 anos, tomei pau! E que essa mesma inglesa branquela, magrela e tatuada parece uma punk de boutique, tomei pau outra vez!!

Bom, vamos ver se saio vivo ao comentar de outra 'diva' da atual música negra americana; inglesa, branquela, loira de 21 anos e metida à hippie chique!!!

Joscelyn Eve Stoker gravou seu primeiro álbum em 2003, com apenas 16 anos. Elogiado pela crítica, Soul Sessions apresentava uma garota de voz poderosa, com ótimos graves e agudos e uma seleção especial de regravações, na maioria antigas canções soul, muito bem executadas. Um ano depois, Joss Stone lançou o disco que a colocou de vez no hall das grandes cantoras ‘negras’ da atualidade. Mind, Body & Soul flerta com o reggae e com o funk, além é claro do soul. Tudo muito pop, tudo muito florido, mas tudo muito bom. Destaque para as swingadas Jet Lag e Snake And Ladders, Killing Time e Less Is More, disparada a melhor faixa do disco.

A turnê que a moça veio apresentar em terras tupiniquins está baseada em seu último trabalho, Introducing Joss Stone (2007). A ‘alma’ está lá, mas como o álbum tem bastante influência de R&B e rap, algumas faixas perderam o frescor e se tornaram repetitivas.

Depois de elogiados shows no Rio de Janeiro e em São Paulo, Joss encerra sua passagem pelo Brasil hoje (18) em Curitiba e amanhã (19) em Porto Alegre.

O DVD Body, Mind and Soul Sessions é uma boa pedida para conferir a bela presença de palco da cantora – em todos os sentidos. Por enquanto, aproveite o clipe da semana e confira Fell In Love With A Boy, versão do álbum Soul Sessions para Fell In Love With a Girl (White Stripes). E de leve, reparem na banda de apoio, nada mais nada menos do que o The Roots!

terça-feira, 17 de junho de 2008

Pesquisa eleitoral

Vocês conhecem alguém que já foi entrevistado em pesquisa eleitoral?

Acredito que a maioria não conheça. Até então eu também não conhecia e duvidava um pouco da legitimidade dessas pesquisas.

Pois hoje, fui abordado na porta de casa por uma entrevistadora da Vox Popoli, e para minha surpresa, a pesquisa tratava das eleições municipais.

Foram várias perguntas, onde atribuí notas para os programas e comportamento dos principais candidatos.

E além da resposta espontânea pela preferência do candidato, são apresentados alguns cenários para o segundo turno.

Respondida todas as questões, não perdi a oportunidade de perguntar à entrevistadora qual candidato estava sendo mais citado até o momento.

Nas imediações da Moóca: Kassab

Nos últimos dois dias ela disse ter entrevistado aproximadamente cem pessoas em vários bairros da cidade, e para o meu espanto o mais citado foi Maluf.

Qual é a sua ideologia?

Direita? Esquerda? Liberal? Faça o teste no Politicômetro, no site da Veja.
Segundo o medidor, eu sou de "Centro-Direita-Liberal"! Uau... Bem que você disse, hein Zé!?

"Reforço" para a turma...

Sinceramente não entendo por qual motivo o Didi sustenta por tanto tempo um programa tão chato e sem graça na Globo, talvez porque tenha um contrato vitalício ou coisa do tipo.

Agora, acho que pra corrigir uma injustiça, Dedé Santana assinou contrato com a emissora e deve “reforçar” a turma do embaixador da Unicef.

É engraçado, porque já vi diversas vezes matérias no Vídeo Show, falando dos Trapalhões, sem citar e exibir imagens do Dedé. Prática comum na emissora que acha que o artista só existe se faz parte do seu elenco.

Didi, Dedé, Mussum e Zacarias fizeram história e eram imperdíveis nas tardes e noites de domingo, o tempo passou, e apesar de diversas tentativas, Renato Aragão nunca conseguiu repetir o mesmo êxito. Me pergunto até quando ainda vai insistir.

Pra matar a saudade, deixo um vídeo do trapalhão, na minha opinião, mais “saudosis” e “engraçadis”!

"Polaco, bota um 1 metro de cachacis aí"