sábado, 5 de janeiro de 2008

Porque hoje é sábado!


Os mexicanos contra o telemarketing!

No México há algo que eu, particularmente, adoraria que existisse no Brasil: foi criado, há cerca de dois meses, um sistema de cadastro de consumidores que não desejam receber propagandas, promoções ou quaisquer tipos de ofertas via telefone.

É isso mesmo: o telemarketing, por aqui, passa a ser restrito e regulamentado.

Para se blindar contra os atendentes de telemarketing (um dos ramos que mais empregam no Brasil), é preciso fazer um cadastro no Registro Público de Consumidores (RPC) – uma espécie de Procon mexicano. Em um mês e meio, cerca de 60 mil usuários de telefonia fixa e móvel se inscreveram no RPC para se proteger dos anúncios indesejados.

Para que as empresas tomem ciência, foi publicada uma lista com os assinantes que não querem ser importunados pelos atendentes-gerúndio que lhes oferecem cartões de crédito, planos de saúde, aposentadoria privada, linha telefônica ou TV a cabo etc.

A multa para as empresas que descumprirem essa norma pode chegar a 300 mil Reais.

Tá aí uma boa dica para os órgãos brasileiros que regulamentam – ou que deveriam regulamentar – a propaganda, em especial o telemarketing.

Charge de Liberati - Os impostos

E o governo disse que não aumentaria os impostos! Duro foi ouvir o Sr. Guido Mantega afirmar que a promessa era: “não vamos aumentar os impostos neste ano”, isso em 2007. Como já estamos no ano novo, então...


Quem quiser conferir outras charges e trabalhos do Liberati, é só clicar aqui.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Um poema às sextas!

Casamento, de Adélia Prado (1981).

Há mulheres que dizem:
Meu marido, se quiser pescar, pesque,
mas que limpe os peixes.
Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,
ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.
É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,
de vez em quando os cotovelos se esbarram,
ele fala coisas como 'este foi difícil'
'prateou no ar dando rabanadas'
e faz o gesto com a mão.
O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
atravessa a cozinha como um rio profundo.
Por fim, os peixes na travessa,
vamos dormir.
Coisas prateadas espocam:
somos noivo e noiva.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Começaram as eleições nos EUA

Como foi bem lembrado nos comentários do postO que 2008 promete?”, teremos neste ano as eleições nos Estados Unidos. Aliás, teremos, não! Já temos, pois hoje se iniciam as primárias em Iowa, o primeiro Estado a definir quais serão os candidatos de cada um dos partidos a disputar as eleições diretas de novembro próximo.

O chavão, sempre redutor e senso comum, de que todo mundo deveria votar nas eleições presidenciais norte-americanas não deixa de ter um pouquinho de razão. Eu diria que, senão votar, seria bacana acompanhar com atenção o processo eleitoral na terra do Tio Sam.

Por dois motivos: primeiro pela sua complexidade e por sua ampla participação popular, resultados de uma organização política efetivamente federativa e democrática; segundo porque se definirá quem estará em evidência mundial (para o bem ou para o mal) nos próximos anos e que, de algum modo, terá importância decisiva nos rumos das relações internacionais.

Até agora, os analistas apontam o seguinte cenário:

Disputam pelos Democratas: a senadora por Nova Iorque, Hillary Clinton (indicada como favorita), o senador por Illinois, Barack Obama (o azarão que tem ganhado força) e o senador pela Carolina do Norte, John Edwards. Aparentemente todos estão no páreo, já que muitas pesquisas sugerem empates técnicos entre os concorrentes.

Eu chuto, uma bicuda apenas, que vai dar Hillary Clinton.

Disputam pelos Republicanos: Mike Huckabee, pastor evangélico e governador do Arkansas (em ascensão); Mitt Romney, ex-governador de Massachusetts (um dos favoritos nas pesquisas); Rudolph Giuliani, ex-prefeito de Nova Iorque (em queda livre) e considerado liberal demais para os Republicanos; e o senador pelo Arizona, John McCain (último nas pesquisas).

Meu chute aqui é Mike Huckabee.

Agora, exatamente às 19h35 de Brasília, Barack Obama e Mike Huckabee estão liderando a pesquisa de intenção de votos em Iowa.

Para quem quiser entender como funciona o sistema eleitoral norte-americano, recomendo clicar aqui e aqui.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Gato Morto 2008 - QUASE!

No nobre bairro de Higienópolis, São Paulo, um gato passou a virada do ano do lado de fora do apartamento, espremido entre a janela e a tela protetora do 15° andar de um edifício. Vizinhos informaram que o bichano não consegue se mexer e está há quase dois dias sem água e comida. Os donos, do imóvel e do gato, estão viajando.

Para piorar a situação, o imbecil do síndico se recusa a abrir o apartamento sem o consentimento dos proprietários.

Assim que li a notícia no Estadão.com, comuniquei imediatamente nosso bravo vingador felino que, em solidariedade ao co-irmão, tomou rápidas providências. DeadCat visitou o síndico e, após um rápido “diálogo”, convenceu-o a permitir a entrada de Dirceu, zelador do prédio vizinho que havia descoberto o bicho em tal situação. O gatinho foi resgatado e passa bem.

Obrigado, ó grande Paladino Felídeo da Vendeta!!

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

O que 2008 promete?

Bicentenário da chegada da Família Real portuguesa no Brasil, em 22 de janeiro.

Centenário do nascimento de Angenor de Oliveira, nosso saudoso Cartola, em 11 de outubro.

Centenário do nascimento de João Guimarães Rosa, em 27 de junho.

Centenário da morte de Machado de Assis, em 29 de setembro.

50 anos do nascimento da Bossa Nova.

40 anos do nascimento da Tropicália.

40 anos do AI-5, em 13 de dezembro.

40 anos de 1968: “o ano que não acabou” no mundo inteiro!

Olimpíadas em Pequim.

Esqueci de algum?

01 de janeiro de 2008

Uma homenagem ao Dia da Confraternização Universal.


De: http://www.malvados.com.br/

FELIZ 2008!!!


segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

E assim foi 2007...

Após 191 posts, hoje, 31/12/2007, é o dia ideal para uma retrospectiva das principais imagens do ano.

Como diz o sábio ditado, “uma imagem vale mais do que mil palavras”, não vou gastar mais o precioso tempo de vocês.

Confira na apresentação de slides – presente Conta-Gotas de fim de ano – no canto superior direito do seu monitor, os fatos que fizeram de 2007 um ano inesquecível, ou não!

Feliz Ano Novo.

Legenda: Janeiro: Posse para o segundo mandato de Lula; Crise aérea; A cratera do metrô. Fevereiro: 1° Oscar de Martin Scorsese; As crises de Britney Spears. Março: Visita de Bush ao Brasil; 4 anos de guerra no Iraque; Camila Pitanga em Paraíso Tropical. Abril: Alemão vence o BBB7; Morre Nair Belo. Maio: Escândalo Renan Calheiros; 1000 gols de Romário; Natália Guimarães 2° lugar no Miss Universo; Visita do Papa Bento XVI ao país; O caso Madeleine; Sarkozy é eleito presidente da França. Junho: A despedida de Tony Blair; A prisão de Paris Hilton; A volta das Spice Girls; Ricardinho vs. Seleção de Vôlei. Julho: Estréia o Conta-Gotas Cotidiano; Acidente da TAM; Morre ACM; Cristo Redentor é eleito uma das 7 novas maravilhas do mundo; O Pan Thiago Pereira, Diego Hipólito e da Seleção Feminina de Futebol. Agosto: O caso Richarlyson; Os Simpsons, o filme. Setembro: Morre Luciano Pavarotti; O 102° casamento de Fábio Jr; Outubro: Mônica Veloso na capa da Playboy; São Paulo pentacampeão brasileiro; Estréia Tropa de Elite; Prêmio Nobel da Paz para All Gore; Cristina Kirschner é eleita presidente da Argentina; Morre Paulo Autran; Brasil é eleito sede da Copa do Mundo de 2014; Bovespa abre IPO. Novembro: Petrobrás anuncia a descoberta da maior jazida de petróleo do país; A falência da BRA; Chega às livrarias o último livro da série Harry Potter; O caso Rebeca Gusmão; A tragédia da Fonte Nova. Dezembro: Hugo Chávez perde referendo na Venezuela; Corinthians rebaixado para a série B; Cai a CPMF; Terremoto em Caraíbas; The Police no Maracanã; Kaká é eleito o melhor jogador do mundo; 100 anos de Oscar Niemeyer.

PêEsse: E não deixe de votar na nova Enquete do blog, logo abaixo dos slides: Quais são as suas New Year's Resolution???

Os impasses da esquerda mexicana

Ao andar pela Cidade do México é possível ver – esquina sim, esquina não – cartazes, faixas ou pichações com a frase: “Estamos com você, AMLO”. Para os que não têm muita familiaridade com a política mexicana, a frase soa estranha. Depois de olhar as letras com calma, descobre-se que AMLO são as iniciais de Andrés Manuel López Obrador, candidato à presidência da República nas últimas eleições, em 2006.

Além do discurso messiânico e do apelo popular dos quais se revestem as falas de Obrador, há um outro fator que impulsiona sua imagem entre os mexicanos: o impopular e inábil governo de Felipe Calderón.

Em seu primeiro ano, a administração do presidente Calderón foi desastrosa, sobretudo no que se refere às altas dos produtos básicos, à brusca diminuição do crescimento econômico (se tomado em comparação aos demais países latino-americanos, como Argentina e Venezuela), às propostas de reformas judiciais e aos possíveis acordos com os EUA.

Ainda assim, López Obrador tem sido duramente criticado pela imprensa local, inclusive por veículos e articulistas que se auto-denominam “de esquerda”. Bastam duas semanas no México e algumas olhadas nos jornais locais para entender por quê.

O racha na esquerda e a ausência de negociação

AMLO optou, desde junho de 2006, por fazer uma ferrenha oposição ao governo de Felipe Calderón, inclusive imputando-lhe ilegitimidade – tendo em vista a pequena diferença de votos entre os dois candidatos (200 mil votos) no último pleito e a suspeita de fraude eleitoral.

A oposição a Calderón é legítima e esperada. Onde está, entretanto, o erro de AMLO? Obrador erra ao não negociar, princípio básico e necessário da política. A sua oposição é daquela burra e radical, onde não se admitem cessões ou diálogos. Embora desastroso, o atual governo – até onde se sabe – não tem sufocado a oposição, nem explicitamente nem com artimanhas políticas.

Os críticos mexicanos, partindo do pressuposto de que a esquerda latino-americana se divide em duas – aquela à Chávez e aquela outra à Bachelet e à Lula –, são enfáticos ao apontar as semelhanças entre AMLO e o presidente venezuelano. Isso, aqui, é sinônimo de perigo, já que com isso Obrador torna explícita a sua distância em relação a governos mais moderados e menos personalistas e autoritários.

As eleições no PRD

No interior do próprio PRD (Partido da Revolução Democrática), AMLO tem perdido espaço e sofrido críticas. O principal ataque a Andrés Manuel advém de sua "ligação" com propostas ideológicas e políticas vinculadas à antiga URSS, inclusive com “menções honrosas” a Stálin em seus discursos.

Com freqüência, López Obrador solta a plenos pulmões em debates ou em declarações públicas: “Yo soy partidario de lo que decía Melchor Ocampo: los moderados no son más que conservadores más despiertos”. Ou seja: a opção política de AMLO não pressupõe moderação que, no seu vocabulário, significa conservadorismo.

No próximo dia 16 de março, o PRD realizará eleições para definir a nova cúpula do partido. O candidato de AMLO, Alejandro Encinas, enfrentará Jesús Ortega, da ala “Nueva Izquierda”, cuja plataforma propõe um diálogo com o governo e com as reformas propostas por Calderón. Para se ter dimensão do debate interno, Ortega afirma cotidianamente que a atitude de AMLO, de apostar na queda de Calderón ao invés de debater e dialogar, é uma atitude totalitária.

A importância das eleições do PRD está na definição de qual rumo a esquerda mexicana seguirá (pelo menos em teoria), sobretudo visando às eleições de 2012. Caso Encinas ganhe, AMLO volta com tudo ao cenário e com fortes chances de se tornar presidente; caso Ortega vença, restará a Obrador se juntar a partidos menores de extrema esquerda e fazer uma dupla oposição: ao conservador PAN e ao esquerdista PRD.

O caos na esquerda mexicana

Ainda que as eleições no partido ocorram num ambiente tranqüilo e sem falcatruas, o cenário para a esquerda mexicana (para o PRD, principalmente) é um tanto caótico. Caso AMLO saia vitorioso, o principal partido de esquerda fará uma oposição ineficiente a Calderón, tornando a política local instável, diante de um cenário externo bastante propício e estável - de acordo com as otimistas previsões para 2008. Caso Obrador perca e se associe a partidos menores, ele promete fazer barulho e desestabilizar, também, o PRD, o que é bastante provável se considerarmos a força que AMLO tem junto a grande parcela da população.

Logo, faço minhas as palavras do articulista do jornal Excelsior, Martín Moreno: é uma desgraça que um país como o México, com 20 milhões de pessoas vivendo em pobreza extrema, não tenha um partido de esquerda forte, consolidado e confiável!

domingo, 30 de dezembro de 2007

Da Al-Qaeda para os EUA

A Al-Qaeda, em meio às suposições sobre a morte de Buttho, emitiu um “comunicado” (nem um pouco amistoso) aos EUA, reforçando que os ataques de 11 de setembro não devem ser esquecidos. Aliás, os líderes da organização afirmam com todas as letras: a batalha continuará.

Sem muitas firulas, o comunicado dispara: “Há milhares de jovens da nação islâmica ansiosos por morrer enquanto os norte-americanos estão ansiosos por viver”.

Que péssima mensagem de ano novo para os estadunidenses! Talvez seja boa para os Republicanos – sobretudo para o pastor Mike Huckabee – que, a partir do próximo dia 03, começam a eleger em Iowa, nas primárias, qual será o aspirante do partido à Casa Branca.