sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

De volta para a casa


Na semana que antecede à virada do ano, muitas famílias mexicanas têm ganhado presentes de Natal atrasados, mas ainda assim “supremos”: pais, filhos, sobrinhos, netos, amigos etc. estão voltando dos EUA para o México; voltam não para festejar “la buenanoche” ou para passar a virada em sua terra: regressam em definitivo!

E o mais curioso é “certa esquizofrenia” que há nas notícias que dão conta desse fenômeno: em alguns estados norte-americanos, a polícia local – em conjunto com iniciativas federais – está em vigília constante nas fronteiras para controlar também as saídas dos mexicanos, sobretudo aqueles que estão vivendo ilegalmente nos EUA. Em certos casos, a auto-deportação é abortada e o imigrante é obrigado a enfrentar a burocracia para conseguir voltar ao México.

Ou ainda: pais mexicanos que tiveram suas proles em território estadunidense (concretizando o American Dream) requerem, com muita freqüência, a cidadania mexicana para seus filhos, projetando um futuro regresso e, portanto, a legalização e integração das crianças no sistema educacional do México.

Os principais fatores que motivam a volta dos mexicanos para casa são: a perseguição que sofrem, sobretudo em estados como Arizona e Phoenix, e que se tornam insuportáveis no cotidiano; e a debilitação da economia norte-americana, cujos resultados são a diminuição da oferta de empregos nos EUA e a perda de força do dólar em relação às demais moedas.

Mesmo com essas dificuldades, muitos imigrantes ilegais optam por se mover dentro dos EUA em busca de trabalho e fugindo das perseguições. Os principais destinos são: Califórnia, Minnesota, Atlanta e Nebraska. Para esses valentes, o American Dream ainda compensa a distância e as demais dificuldades que marcam a dura rotina de fugas, longas jornadas de trabalho e fustigações.

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