domingo, 9 de março de 2008

A vitória de Zapatero



Os significados da vitória eleitoral do PSOE de Zapatero têm repercussão bem mais ampla do que a simples continuidade eleitoral. Em primeiro lugar porque os conservadores do PP, que numa trapalhada histórica por causa dos atentados de Março de 2004 conduziram o candidato socialista ao poder, continuam sem discurso sólido ou mesmo uma proposta clara para o eleitorado espanhol.

Em segundo pois Zapatero se firma, mesmo sem um grande carisma, como uma liderança dentro da esquerda e com defesas políticas mais precisas do que as do antigo líder Felipe Gonzáles. Zapatero não titubeou diante da retirada de tropas espanholas do Iraque, nem na defesa de políticas como a união civil de homossexuais. Esta última medida, por exemplo, fez com que a cúpula da Igreja católica fosse uma das mais contundentes críticas do governo socialista. Num país em que mais de 90% da população se declara católica não é pouca coisa.

Porém, o governo de Zapatero terá pela frente a continuidade do enfrentamento com o ETA, a diminuição do crescimento econômico e aumento do desemprego, além dos riscos de uma crise econômica mundial que abalará os conglomerados espanhóis e, por extensão, a América Latina.

Para os brasileiros, que descobriram há pouco a questão dos imigrantes, a política não deve se alterar. Zapatero não irá relaxar num ponto sensível para os grupos conservadores.

PêEsse: Certa vez assisti a um filme que narrava as agruras de um anarquista espanhol. Para ele nada pior do que ser espanhol: já nascia católico, pois fora batizado, pertencia ao exército, porque era obrigado a cumprir o serviço militar na era do generalíssimo Franco e, ainda por cima, estava apaixonado por uma bela chica e queria casar-se com ela.

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