terça-feira, 12 de agosto de 2008

Como escolher um livro para ler

Outro dia me peguei pensando por que escolhia tal ou qual livro para começar a ler! As hipóteses (sem ordem de valor):

1. Porque alguém, com gosto não duvidoso, recomendou. Até porque se as senhorinhas que lêem Zibia Gasparetto no supermercado me indicarem alguma leitura, apenas agradecerei com um sorriso amarelo.

2. Porque li uma resenha bem feita no jornal – claro, desde que não haja grau de “parentesco” entre o autor da obra e o responsável pela crítica.

3. Porque uma capa ou uma lombada, de tão bonitas, se destacam na estante da livraria ou da biblioteca. Sim, é impressionante o poder de uma capa bem feita e de um projeto gráfico que não seja R$0,99!

4. Porque o título é muito curioso e as orelhas são bem escritas.

5. Porque tenho obrigação profissional.

6. Porque o livro é um clássico ou de um autor clássico.

7. Porque o livro é um best-seller – claro, desde que o autor seja alfabetizado.

Pensei, pensei e concluí que eram esses os motivos. Aí fui fazer o teste: por que comecei a ler o livro que agora está na minha cabeceira? O livro: “As travessuras da menina má”, do Mario Vargas Llosa.

O motivo?

Não era propriamente nenhum dos acima listados!

Puxei pela memória e me lembrei o motivo. Eu estava no metrô da Cidade do México e ao meu lado um jovem senhor devorava as últimas páginas de um livro. Ele estava entusiasmado, ansioso, rindo a cada parágrafo – embora o vagão estivesse lotado e o relógio ainda não tivesse marcado oito da manhã.

Eu, curioso, espichava o pescoço para descobrir o livro. Mas nada! Na última página, o senhor ria mais ainda, apoiando o queixo sobre a mão esquerda que estava encostada no vidro e olhando para o reflexo da multidão em pé, agarrada nos ferros. Ele sorria e pensava sobre o que acabara de ler. E eu, quase morto de curiosidade, continuava louco para descobrir o autor ou o nome do livro.

De repente, quando estávamos chegando à estação final, ele se levantou e, de relance, vi o título: “Las travesuras de la niña mala”.

Ufa, que alívio! Enfim descobrira o que levava aquele senhor a se divertir tanto, tão cedo! Além disso, acabara de ganhar, por meio de um sorriso despretensioso, uma boa recomendação de livro – que, por sorte, eu já tinha comprado.

Obrigado, jovem senhor anônimo mexicano! A sua satisfação valeu mais do que recomendações pessoais, resenhas, críticas, capas ou orelhas! O livro é realmente bom e vale muitas risadas!

5 comentários:

Unknown disse...

Sério. Agora fiquei com vontade de ler essa joça. Pô, Andinho!

Abraço!
http://ladobdocassete.blogspot.com

Fernanda disse...

De fato, são muitos os critérios de escolha de um livro.
Por exemplo, o que estou lendo agora me chamou atenção pelo subtítulo: "Porque um namorado bonito, é como um sofá branco: Um convite ao desastre!".
Achei engraçado e li a contra-capa. O livro é uma delícia!

Anderson disse...

E qual é a história desse livro, Fernanda?

victor callari disse...

Mestre....meu irmão por coincidencia veio me falar desse livro esse fds....
disse que devorou o livro em questão de 3 dias...e fez otimas recomendações...

agora estou mais curioso

Fernanda disse...

Resposta atrasada:
A história é: Uma jornalista na faixa dos trinta anos, criação evangélica. Com problemas com o sexo oposto, e então ela começa descobrir como a vida pode ser diferente em relação aos homens.
Um livro "água-com-açúcar", mas muito gostoso de ler...