sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Um poema às sextas!

A morte chegou de branco, de Alphonsus de Guimaraens Filho, A Cidade do Sul (1944-1948).

A morte chegou de branco
mas quem a viu não fui eu.
Foi a moça do barranco
que mal a viu se escondeu.

Chegou de branco trazendo
um sopro de terras santas
de rosas castas e rios
onde em claros arrepios
se deita o sonho gemendo...

Chegou de verdes colinas
de longínquos povoados
e tinha toda a pureza
da risada das meninas
das águas virgens das plantas
dos campos mal-assombrados.

Chegou de branco! De branco...
De branco como o silêncio
como as núpcias de branco
como o primeiro suspiro
da moça que no barranco
só por vê-la se escondeu.

A morte chegou de branco
mas quem a viu não fui eu.

Extraído da nossa fonte Poesia.Net.

Bom final de semana a todos.

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