quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Mais do mesmo

Há cerca 3 meses O Rappa lançou o seu sétimo álbum intitulado Sete Vezes (7X). Um evento até que modesto para uma banda que há dois anos, no lançamento do Acústico MTV, era apontada como o grande nome do pop rock nacional. Ouvi o primeiro single Monstro Invisível e perdi o tesão. Não que a música seja ruim, mas ela é igual, sem por nem tirar, as canções inéditas dos dois últimos álbuns. Para uma banda que tem como característica atualizar, reinventar o seu som trabalho a trabalho – quem já ouviu pelo menos 2 discos d’O Rappa sabe disso – o lançamento do single, pra mim, foi um tiro no pé porque o que eu espero desses caras é evolução, não o 'mais do mesmo'.

Os Beatles não seriam mais populares que Jesus Cristo se ficassem no mesmo yeah yeah yeah dos primeiros álbuns. David Bowie não é o “camaleão do rock” à toa. Certos artistas criam essa expectativa (proposital ou não). Quando vejo um lançamento da Nação Zumbi, do Pato Fu, da Marisa Monte, do Zeca Baleiro (gostando ou não) espero sempre algo novo. Isso não acontece com o Charlie Brown Jr, por exemplo, o que o público de Chorão pede é o 'mais do mesmo' – se mudar estraga (se isso ainda é possível).

Essa ‘teoria da evolução musical’ serve para uns e não para outros. Gosto de usar o exemplo Clash/Ramones. Duas bandas de punk rock, das maiores e melhores, agora imaginem os Ramones sob influência de Jah?? Não rola... Alguns artistas nasceram para fazer a mesma coisa até o final da vida, e ai deles se tentarem algo diferente!

É o caso do AC/DC. Após 8 anos de longa espera os australianos colocaram no mercado o seu trocentésimo álbum, Black Ice. Como fã incondicional dos velhinhos, parei pra ouvir e... as músicas são iguaiszinhas àquelas executadas há 10, 20, 30 anos. E ISSO É SENSACIONAL! Porque é exatamente o que você espera do AC/DC! Não há muito o que dizer sobre o disco que já não tenha sido dito em qualquer release da banda nessas mais de 3 décadas de carreira. A cozinha bate estaca de Phil Rudd (bateria) e Cliff Williams (baixo) continua conduzindo o ritmo da banda. As bases perfeitas de Malcolm dão a liberdade ao irmão Angus para esmerilhar sua Gibson SG em riffs e solos matadores. E nosso bravo caminhoneiro Brian Johnson está cantando melhor do que nunca. O destaque vai para o conjunto da obra, já que todas as canções tem a mesma pegada, e volto a dizer, em se tratando de AC/CD esse 'mais do mesmo' é maravilhoso! Se o inferno conspirar a nosso favor a banda deve aportar por aqui no segundo semestre de 2009.

No Clipe da Semana, o primeiro single de Black Ice: Rock n’ Roll Train. Esse sim me deixou com tesão!

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