sexta-feira, 10 de julho de 2009

Sarney piscou

A decisão de iniciar os trabalhos da CPI da Petrobrás na próxima semana foi uma grande piscada de Sarney. Se visse o STF ordenar o funcionamento da Comissão, teria seu poder ainda mais esvaziado e sua ínfima autoridade resistente, destruída.

Sarney usou o momento para agradar a oposição e tentar desviar o foco dos escândalos em torno de sua família, que pelo visto é bem maior do que a gente imaginava, e de todos os atos do Senado.

Porém, agora que sabemos que sua Fundação foi beneficiada pela petrolífera nacional, ele continuará no centro dos escândalos. O dosagem de Sarney pode tornar-se um veneno, já que a decisão de abrir a CPI não contou com o apoio do inamomível Renan Calheiros.

Isso não significa que estamos a ver os capítulos finais desta história. Pese em favor de Sarney que o PT não está na oposição; que os tucanos também estão comprometidos com Agaciel e farão muitos discursos, mas nada muito além do protocolar em vésperas de ano eleitoral. O DEM, ah, o ex-PFL foi fundado para sustentar Sarney e seus 5 anos na presidência da República. Eles não vão querer matar o pai agora. Édipo não explica a política.

P.S. Se falássemos que há uma opinião pública contrária que se expressa nos jornais e agora nos blogs poderíamos trazer uma idéia do velho Jorge Luis Borges, citada por uma amiga em uma mesa de bar: “não há opinião pública, há opinião de poucos que a expressam para o público”.

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