sábado, 21 de julho de 2007

ACM

A morte de um político é sempre um processo de avaliação de sua carreira.

O lamento pela morte de uma pessoa (dirigidas à família) não deveriam interferir nas leituras da ação do político.

Diversos líderes disseram que ACM contribuiu com a democracia. É hilário.

Um líder autoritário, chantagista e que moldou um Estado aos anseios particulares de seu grupo político. Esteve com a ditadura até o seu ocaso. Ficou os 5 anos de Sarney distribuindo concessões de rádio e TV. Terminado aquele governo embarcou na canoa collorida. Depois na de FHC e flertou com o governo Lula quando lhe foi conveniente e a equipe de Dirceu o protegeu no escândalo do painel do Senado.

Curiosamente veio do matuto Itamar Franco a maior vergonha pública de ACM. Dizendo que o governo de Itamar, a quem fazia oposição, era um antro e que tinha um dossiê comprovando escândalos, o presidente o chamou ao Planalto. Quando chegou com o tal dossiê, Itamar convidou a imprensa para a audiência. ACM não tinha nada. Era mais uma de suas chantagens.

Muitas lideranças políticas morreram nos últimos anos: Covas, Brizola, Arraes e agora ACM.

Dos outros algo ainda pode ser dito como legado. De ACM as recordações são mais duras.

3 comentários:

Anônimo disse...

O pior é que ainda existem alguns "toninhos malvadezas" na política brasileira: Paulo Maluf, Orestes Quércia, Jader Barbalho, José Sarney, Renan Calhiros, Fernando Collor....nossa...daria para formar uma Câmara de Deputados inteira..melhor não lembrar de todos os nomes...e no caso inlcuir uns: Antônio Palocci, José Dirceu, Ricardo Berzoini....os tais que "nunca viram nada".
ainda sobre ACM, eis um objeto interessante para pesquisa em História: como os livros didáticos na Bahia irão escrever sobre seu "paim-coroné".

Anônimo disse...

Interessante foi ver a biografia resumida de ACM que a Globonews fez. Nada sobre as concessões de canais de televisão (nem informaram que ele foi ministro das comunicações), quase nada sobre sua renúncia (mostraram ele sendo carregado nos ombros em Salvador após deixar Brasília) e a "informação" de que ele foi derrotado na eleição para a presidência do senado devido as brigas que comprou com sua insistência em ajudar os mais necessitados através da criação do fundo contra a pobreza.
Legal achar um lugar que fala de política e logo depois coloca um texto sobre o Iggy Pop.
Luis

Anderson disse...

Luis: sem falar na construção de uma "memória do futuro" em relação ao filho do ACM, cantado em verso e prosa como um "grande político", com um futuro imaginário-projetado brilhante.
Você gostou da seqüência ACM-Iggy Pop?