segunda-feira, 30 de julho de 2007

Morreu Bergman

Os demônios, que tanto atormetaram Bergman, agora o esperam chegar!
Da Reuters (30/07/2007)
ESTOCOLMO (Reuters) - O lendário cineasta sueco Ingmar Bergman, que influenciou gerações de cinéfilos com suas obras sombrias sobre temas como a morte e os tormentos sexuais, morreu nesta segunda-feira, aos 89 anos.

Sua filha Eva disse à agência sueca de notícias TT que o diretor e roteirista autodidata morreu em sua casa, na ilha de Faro, no mar Báltico.

Entre seus filmes mais conhecidos estão "Morangos Silvestres", "Cenas de um Casamento" e "Fanny e Alexander", vencedor de quatro Oscars. Esses filmes ajudaram a tornar a Suécia mundialmente associada à melancolia, mas fizeram de Bergman um mestre do cinema mundial.

Ao longo da carreira, ele realizou 54 filmes, 126 produções teatrais e 39 peças de rádio, além de programas para TV.

Suas obras-primas frequentemente lidavam com a confusão sexual, a solidão e a vã busca pelo sentido da vida - temas que muitos atribuíam a uma infância traumática, quando ele era agredido pelo pai.

A vida particular de Bergman também costumava colocá-lo sob os holofotes. Casou-se cinco vezes, com mulheres bonitas e talentosas, e teve relacionamento com suas principais atrizes.

Em 2001, disse à Reuters, numa rara entrevista, que seus demônios pessoais haviam atormentado e inspirado sua vida inteira.

"Os demônios são inumeráveis, aparecem nos momentos mais inconvenientes e criam pânico e terror", disse Bergman na época. "Mas aprendi que, se eu puder dominar essas forças negativas e colocar arreios nelas, elas podem funcionar em meu benefício."

Em 1956, Bergman obteve reconhecimento internacional com "O Sétimo Selo", no qual está a clássica cena em que o cavaleiro medieval, à procura de Deus e do sentido da vida, joga xadrez com a morte. No ano seguinte, o filme recebeu o prêmio do júri em Cannes.

Bergman se estabeleceu na ilha Faro ("das ovelhas"), na costa sudeste da Suécia, depois de rodar sete filmes ali. Todos os verões, a ilha celebra a vida e obra de Bergman.

2 comentários:

Raquel Sallum disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Raquel Sallum disse...

Realmente uma grande perda, mais uma geração se esvai com o tempo, dando lugar a moderna contemporaneidade.