quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Pega um, pega geral...

Depois de Lua de Cristal (1990) e Carandiru (2002) nunca se ouviu falar tanto de um filme nacional antes da sua estréia quanto o “inédito” Tropa de Elite. O filme, que tem previsão de lançamento para outubro (12), já anda circulando pelas mãos dos melhores camelôs do gênero, graças a uma cópia surrupiada de dentro da produtora onde o filme foi editado. Estima-se que 3 milhões de mídias pirateadas já foram vendidas.

Para quem ainda não se deparou com a caveira, essa aí ao lado, pelas baquinhas da cidade, o filme retrata o dia-a-dia do Bope (Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Rio de Janeiro). Segundo entrevista do diretor José Padilha ao site G1Ao ver filmes brasileiros sobre violência, constatei que todos eles eram narrados da perspectiva daquele que é marginalizado, ou seja, do criminoso ou do morador de favela. Mas, ao meu ver, você não consegue compreender a nossa situação de segurança pública sem antes entender o funcionamento da polícia. É preciso entender a polícia. Ninguém nunca tinha falado da polícia, o que é muito estranho, já que têm filmes americanos, franceses, italianos, do mundo todo que tomam esse lado. Achei que faltava um brasileiro”. Tropa de Elite também foi destaque do The Guardian. Na matéria, o jornal britânico publicou que “Baseado no cotidiano de forças táticas que operam na capital do Brasil (OPA!!), o filme já pode ser considerado um dos mais controversos da história do país”.

Tropa” foi exibido na abertura do Festival de Cinema do Rio na última quinta-feira (20). A versão cinematográfica traz cinco minutos a mais, nova narração e melhorias no som. A cópia bucaneira acabou rendendo uma enorme publicidade gratuita em torno do filme, e aguçou a curiosidade daqueles que, ainda, não tiveram acesso ou não fazem questão de ver o produto ilegal. Eu prefiro comentar só depois de conferir no escurinho do cinema.

No clipe da semana, lá no rodapé, nada mais apropriado do que uma versão ao vivo do clássico titânico Polícia, interpretada violentamente pelo Sepultura.

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