O filme "Mutum", dirigido por Sandra Kogut, estreou esta semana. A obra, premiada em diversas mostras como o Festival de Cinema do Rio e exibido na mostra de realizadores de Cannes, é baseado na obra "Campos Gerais" de Guimarães Rosa.
O protagonista, o garoto Tiago, é encantador. A personagem tem uma densidade que, entre silêncios, crenças e dores, transmite um olhar intenso sobre as grandes questões da vida.
Por muitos momentos a imagem do cerrado, com suas árvores retorcidas e com raízes que não se extirpam com facilidade, era suficiente para transportar a um mundo próximo/distante de todo interiorano que tem suas origens na zona do cerrado.
A infância, mesmo dolorida, tem uma força que dialoga com as mazelas da vida adulta.
Enfim, um filme tocante, com uma questão que me desperta indagações: se o sertão é o mundo, como escreveu Guimarães, por que ele nos empurra para fora dele?
Um comentário:
o texto que sempre fala de si, a letra, a palavra e o corpo, quem seria mais forte? o cerrado, a infância, o Mutum!
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