sábado, 19 de janeiro de 2008

Etiqueta japonesa

Por Raquel Vito

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Você é do tipo que evita ir a um restaurante japonês por não saber manusear o hashi, o owan, o massu, o tchawan?

Os hábitos e costumes da terra do sol nascente ganham cada vez mais adeptos no Ocidente. A tradição milenar está presente em desenhos, filmes, músicas e principalmente na culinária que oferece uma diversidade de gostos, aromas e temperos.

A procura pela comida japonesa ocorre por diversos fatores, mas principalmente, por ser uma culinária saudável, que contêm cálcio, proteína, omega 3 e um baixo teor de açúcar.

Hashi
Especialista em etiqueta japonesa, Roseli Yumi Kawamura explica algumas regrinhas para não fazer feio no restaurante. "Comer de garfo sushi e sashimi, espetar o palitinho no arroz são as principais gafes", explica Roseli que foi responsável pelos preparativos da vinda do Imperador do Japão ao Brasil.

Os orientais seguem um rito todo especial. Pedir para substituir o hashi pelos talheres é visto como uma imposição da cultura dominante, ocidental. Muitos restaurantes oferecem o hashi (os pauzinhos) com o elástico, para que as pessoas adquiram o hábito de comer com o utensílio.

Utilizar as mãos para comer é permitido no caso do sushi (bolinho de arroz com peixe). São oferecidos aos clientes o oshibori (toalhinhas umedecidas a vapor), utilizadas para limpar as mãos.

"Enquanto você não tem habilidade com o hashi, nada é gafe". No processo de aprendizagem é comum alguns alimentos escorregarem, isso não é motivo de pânico. "Se cair no próprio prato você pode continuar comendo, a habilidade vem com o treinamento", afirma a consultora.

Perguntar o que vem na descrição de um prato não é falta de educação. Segundo Roseli, no Japão o bom sushiman é aquele que olha o cliente que está no balcão e faz o sushi do tamanho da boca do freguês para ser comido de uma vez só.

Na degustação dos pratos também é importante ficar atento para algumas dicas. O sushi não deve ser cortado nem mordido, tem que ser degustado por inteiro. O peixe deve sempre ficar virado para o lado da língua, pois permite um melhor paladar. O correto é molhar o peixe no shoyu e não o arroz. "Tem pessoas que deixam por muito tempo o bolinho no shoyu aí esfarela tudo. Isso é uma deselegância com o sushiman que teve o cuidado em trabalhar o arroz e cortar o peixe", comenta Roseli.

O saquê também obedece a um cerimonial. A mulher deve segurar com as duas mãos, sempre colocando uma mão abaixo do tchawan (copo) e a outra mão na lateral no utensílio. Os homens utilizam apenas a mão esquerda para pegar o copo.

Os pratos não seguem uma seqüência, entre frios e quentes, podem ser servidos juntos. As saladas com vegetais acompanhadas de polvo, lula ou camarão são ricas em proteínas. "No próprio sushi e sashimi tem nabo desfiado, leque de pepino, gengibre, muita verdura para dar equilibro na alimentação", revela Roseli.

O barulho emitido pelos japoneses enquanto saboreiam a comida, para muitos, pode parecer falta de educação, mas na cultura oriental é justamente o contrário. Quanto maior o barulho, maior a apreciação.

Mais detalhes você encontra no site www.vamoscomer.com.br.

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Esse texto é dedicado à equipe Kamikazes do Belém, recordista mundial de ingestão na Copa do Mundo de comida japonesa em Fukuoka. Foram: 58 temakis, 237 sashimis, 143 sushis e 25 litros de sopinha em menos de 2 horas. Parabéns Anderson, Rodrigo e William. No final do torneio foi encontrado um banheiro totalmente destruído pelo poder gástrico de um dos participantes. As investigações continuam...

4 comentários:

Fernanda disse...

Acho muito interessante a culinária japonesa, e o uso do Hashi...
Apesar de não ter o hábito de comer sei utilizar o hashi..vai entender...rs
Aproveitando o assunto tb pra lembrar dos 100 anos da colônia japonesa no Brasil.

Anônimo disse...

E o Edu Zanardi, não participou do concurso de congestão, ops!, ingestão de peixes cru? Ah, já sei: ele é hors concours!

Anônimo disse...

Indico o restaurante Uo Katsuo (Rua Manoel da Nóbrega 1180), o melhor sashimi de SP.

Anônimo disse...

Não sei se o chamo de FANFARRÃO ou de CARA DE PAU...

Fora que esqueceu da Dona Arlete...