Por Fábio Almeida
***
“Eu faço verso de sobra
Só quando estou de pinimba
Tomo cachaça de cobra
Cuspo veneno pra cima
A minha língua se dobra
da minha boca sai rima
Quem aprender minha obra
Só vai cantar obra prima”
O verso acima é de autoria de Paulo César Pinheiro, carioca de 58 anos, que se auto define como um “homem comum das esquinas e dos bares”, e apesar das mais de 900 composições gravadas (um levantamento deve apontá-lo como o maior letrista com músicas registradas no mundo, sem contar as mais de 600 que ainda estão na gaveta), não é tão conhecido em nosso país, sempre avesso a aparições na mídia. Mas talvez seja esse isolamento e anonimato que lhe dá a inspiração e o combustível para continuar compondo com fervor belas letras e melodias.
Paulo César Pinheiro ensaiou seus primeiros versos aos 12 anos e seu primeiro parceiro de maior expressão foi Baden Powel. De Baden pra cá, o poeta foi acumulando parceiros na vida e nas canções. Dá pra citar, entre os que já se foram e os que ficaram, João Nogueira, Mauro Duarte, Eduardo Gudim, Francis Hime, Rafael Rabello, Edu Lobo, Tom Jobim, Dori Caymmi, Maurício Tapajós, Wilson das Neves, Ederaldo Gentil, Edil Pacheco, Pedro Amorim, Moacyr Luz, Ivan Lins, Aldir Blanc e mais outros tantos.
Intérpretes de suas canções? Além do próprio e de seus parceiros podemos lembrar de Elza Soares, Cristina Buarque, Clara Nunes (com quem foi casado e com certeza sua maior e melhor intérprete), Elis Regina, Beth Carvalho, Alcione, Simone, Quarteto em Cy, Nana Caymmi, Alcione, Dorina e por aí vai...
Muita gente provavelmente cantarola canções de Paulo César Pinheiro pelas ruas sem saber que ele é o autor. Isso porque boa parte de suas composições está gravada no nosso imaginário musical. Bastaria citar O canto das Três Raças, dele com Mauro Duarte, que se imortalizou na voz de Clara Nunes. Há também outros clássicos como Quaquaraquaquá, Lapinha e Refém da Solidão, com Baden; Matita-Perê, com Tom Jobim; Poder da Criação, Espelho, As Forças da Natureza, com João Nogueira (e mais uma pancada, que não dá pra citar agora).
Paulo César Pinheiro lançou em 2004, o CD chamado O Lamento do Samba, todo de músicas próprias e inéditas (sem parcerias), uma obra-prima que ele abre cantando o verso "Eu tenho saudade dos sambas de antigamente, quando o samba deixava uma vaga tristeza no peito da gente..." e termina com "Não chores por mim quando eu me for, que eu gozei por demais a mocidade..." o disco tem 14 faixas que se complementam e criam uma crônica que refletem claramente o sentimento e a ideologia desse poeta. Com certeza vale a pena ouvir.
O poeta também tem quatro livros lançados: Viola Morena, Canto Brasileiro e Atabaques, Viola e Bambus e o mais recente Clave de Sal.
Paulo César Pinheiro ensaiou seus primeiros versos aos 12 anos e seu primeiro parceiro de maior expressão foi Baden Powel. De Baden pra cá, o poeta foi acumulando parceiros na vida e nas canções. Dá pra citar, entre os que já se foram e os que ficaram, João Nogueira, Mauro Duarte, Eduardo Gudim, Francis Hime, Rafael Rabello, Edu Lobo, Tom Jobim, Dori Caymmi, Maurício Tapajós, Wilson das Neves, Ederaldo Gentil, Edil Pacheco, Pedro Amorim, Moacyr Luz, Ivan Lins, Aldir Blanc e mais outros tantos.
Intérpretes de suas canções? Além do próprio e de seus parceiros podemos lembrar de Elza Soares, Cristina Buarque, Clara Nunes (com quem foi casado e com certeza sua maior e melhor intérprete), Elis Regina, Beth Carvalho, Alcione, Simone, Quarteto em Cy, Nana Caymmi, Alcione, Dorina e por aí vai...
Muita gente provavelmente cantarola canções de Paulo César Pinheiro pelas ruas sem saber que ele é o autor. Isso porque boa parte de suas composições está gravada no nosso imaginário musical. Bastaria citar O canto das Três Raças, dele com Mauro Duarte, que se imortalizou na voz de Clara Nunes. Há também outros clássicos como Quaquaraquaquá, Lapinha e Refém da Solidão, com Baden; Matita-Perê, com Tom Jobim; Poder da Criação, Espelho, As Forças da Natureza, com João Nogueira (e mais uma pancada, que não dá pra citar agora).
Paulo César Pinheiro lançou em 2004, o CD chamado O Lamento do Samba, todo de músicas próprias e inéditas (sem parcerias), uma obra-prima que ele abre cantando o verso "Eu tenho saudade dos sambas de antigamente, quando o samba deixava uma vaga tristeza no peito da gente..." e termina com "Não chores por mim quando eu me for, que eu gozei por demais a mocidade..." o disco tem 14 faixas que se complementam e criam uma crônica que refletem claramente o sentimento e a ideologia desse poeta. Com certeza vale a pena ouvir.
O poeta também tem quatro livros lançados: Viola Morena, Canto Brasileiro e Atabaques, Viola e Bambus e o mais recente Clave de Sal.
Para terminar deixo uma frase do mestre, pincelada de uma entrevista de 2004 que acho fantástica e mostra a personalidade desse homem das esquinas e dos bares, que não se rendeu aos encantos da mídia, atravessou gerações e continua na ativa nos brindando com sua obra: “Gravadora é para Zezé di Camargo e Luciano, ou seja, produto para vender e no ano seguinte ninguém sabe o que aconteceu; é descartável, não é história, não é arte. Não é música, é entretenimento. Arte é atemporal e entretenimento é temporal. Por isso, os que formaram a nossa identidade estão aí, até hoje”.
No clipe da semana, o poeta numa de suas raras aparições cantando “O canto das Três Raças” no Programa Sr. Brasil.
4 comentários:
Nunca ouvi falar ...
Eu também nunca tinha ouvido falar. Indaguei à “gênia” musical da minha mãe e ela emendou de primeira: “Sei, um dos maiores compositores... Tá véio, vi ele outro dia no Ensaio”.
Fábio, você também acompanhou o programa?
Abs e obrigado pela sensacional colaboração - te devo uma cerveja!
Não vi ... sempre perco esses ensaios ... tô esperando alguém postar no youtube (rs)!
Abraço Edu, eu é que agradeço o espaço!
Também nunca tinha ouvido falar. Acredito que a música espelho do João Nogueira seja pura poesia, se ele é um dos compositores dessa obra, já ganha o meu respeito imediato.
Abração e belo texto.
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