quinta-feira, 3 de abril de 2008

A crise argentina

Breves notas sobre os problemas recentes na Agentina:


1- Cristina Kirchner, o tema de meu primeiro texto neste blog, colocou seu bloco na rua. A crise das "retenciones" tem muito mais elementos do que se acompanha na mídia brasileira. Depois de 3 semanas de locaute os "camperos", como passaram a ser chamados os agricultores nesta crise, suspenderam o protesto com a promessa de negociar com o governo da presidenta.

2 - Antes disso a presidenta, no melhor estilo do velho peronismo, lotou a Plaza de Mayo e discursou com vontade. "Nunca um governo democrático foi atacado em tao pouco tempo".
A palavras nao sao textuais mas ela afirmou: "os mesmos abastados que se armaram contra Isabelita Perón, se juntam contra mim. Com a diferença que os generais agora são os generais midiáticos".

3- Nao precisava de mais querosene. Hoje, no La Nación, até notas sobre pessoas que teriam bebido um pouco mais no palanque da presidenta foram apontadas.

4- O discurso também insistiu na tecla de que se opõem a ela por ser uma mulher a comandar o país. Aposto mais na idéia de que é a crise que se tornou mais forte e a oposição se reergueu. Contra Kirchner e a crise de 2001, era melhor ficar calado. Com a estabilidade política reafirmada as insatisfacões começam a aparecer de forma mais veemente.

5- Mais do que as retenções, existe um discurso contra a "sojización" da Argentina. Algo como as críticas no Brasil à cana-de-açúcar. Na esteira, movimentos ambientalistas e de pequenos agricultores contra o "agronegócio". A pitada ideológica que faltava.

6- Quando cheguei aqui, na 4a. feira, os mercados estampavam: "HAY POLLO". Com o fim do bloqueio: "BAJO LA CARNE".
Hoje já provei o corte argentino, mas não estava tão saboroso como das outras vezes. Continuarei provando para chegar a alguma conclusão.

7- Sintomas da inflação: pagando com cartão, 10% de "recargo". Nós lembramos e sabemos o que isso significa.

8- As ruas, bares e lojas continuam cheias. Livros se vendem como pao quente. Há mais mistérios neste país do que supõem os dados escondidos da economia de CK.

PêEsse: Peço aos estagiários de plantão que formatem o texto. Tomarei algumas Quilmes em homenagem ao trabalho da Redação.

Um comentário:

Fábio Almeida disse...

Zé, os jornais da Argentina realmente perseguem a CK? Como é o clima entre a população em relação ao "panelaço"?