Não, não, o título deste post não se refere a futebol!
O assunto é, digamos, costumes! Adiante.
Leio, com alguma freqüência, o blog do Ricardo Noblat - o qual recomendo, pelas análises publicadas, pelo clipping que ele faz o tempo todo, pelas charges, enfim, vale a pena.
Há naquele blog uma ‘seção’ chamada ‘Cartas de Estocolmo’. Na verdade, essa seção é um relato escrito por Sandra Paulsen, baiana de Itabuna, leitora do Noblat e que mora em Estocolmo há quase dez anos.
Sandra escreve, geralmente, sobre os costumes suecos, a língua, o clima, comportamentos etc., quase sempre cedendo à tentação de traçar comparações entre os dois países. Os seus textos são muito interessantes, pois revelam, ainda, um pouco da estranheza do imigrante, do forasteiro. O ‘corriqueiro sueco’ se torna ‘a novidade’ para aqueles que acompanham os textos de Sandra, salta aos olhos.
Hoje cedo estava aguardando para ser atendido num consultório médico e me lembrei de uma das ‘Cartas de Estocolmo’. Explico.
Num de seus relatos, escrito logo após uma temporada no Brasil, Sandra refletia sobre as relações inter-pessoais em ambientes profissionais. Ela falava, se não me engano, sobre como um sueco, funcionário de banco – por exemplo, atendia aos clientes: de modo impessoal, frio. Nada de sorrisinhos ou qualquer demonstração de afeto, porém de modo eficiente.
Ela, que acabava de voltar do Brasil, contrapunha a ‘frieza sueca’ ao calor dos brasileiros, que, raras exceções, tinham comportamentos opostos àqueles. Muitos sorrisos, cafezinho, oba-oba, tratamento pessoal, porém nem sempre com a eficiência que ela constatava do outro lado do oceano.
Hoje cedo, ainda embriagado de sono, me lembrei de Sandra. A situação era a seguinte: eu tinha hora marcada, cheguei com os tais ’30 minutos de antecedência’ (inacreditáveis; então por que não se 'marca a hora' para meia hora antes?) e já esperava por mais de 40 minutos além do previsto (logo: uma hora e dez minutos, bêbado de sono e divagando).
Pensei: como gostaria de estar na Suécia! Lá, segundo os relatos de Sandra, eu teria sido atendido na hora marcada. Eis que ouço meu nome, gritado por uma senhorinha de uns 50 anos. Com um sorriso aberto, um aperto de mão e um ‘bom dia’ verdadeiro, eu fui recepcionado numa nova sala de espera. Foram-me oferecidos: cafezinho, bolacha e... afeto! Pronto, já tinha me esquecido da Suécia!
Bastaram mais dez minutos na nova sala e lá vem a Suécia de novo à cabeça!
Ainda não concluí se prefiro ‘afeto e ineficiência’ ou ‘frieza e eficiência’. Quem sabe seria possível ‘afeto e eficiência’. Quem sabe...
O assunto é, digamos, costumes! Adiante.
Leio, com alguma freqüência, o blog do Ricardo Noblat - o qual recomendo, pelas análises publicadas, pelo clipping que ele faz o tempo todo, pelas charges, enfim, vale a pena.
Há naquele blog uma ‘seção’ chamada ‘Cartas de Estocolmo’. Na verdade, essa seção é um relato escrito por Sandra Paulsen, baiana de Itabuna, leitora do Noblat e que mora em Estocolmo há quase dez anos.
Sandra escreve, geralmente, sobre os costumes suecos, a língua, o clima, comportamentos etc., quase sempre cedendo à tentação de traçar comparações entre os dois países. Os seus textos são muito interessantes, pois revelam, ainda, um pouco da estranheza do imigrante, do forasteiro. O ‘corriqueiro sueco’ se torna ‘a novidade’ para aqueles que acompanham os textos de Sandra, salta aos olhos.
Hoje cedo estava aguardando para ser atendido num consultório médico e me lembrei de uma das ‘Cartas de Estocolmo’. Explico.
Num de seus relatos, escrito logo após uma temporada no Brasil, Sandra refletia sobre as relações inter-pessoais em ambientes profissionais. Ela falava, se não me engano, sobre como um sueco, funcionário de banco – por exemplo, atendia aos clientes: de modo impessoal, frio. Nada de sorrisinhos ou qualquer demonstração de afeto, porém de modo eficiente.
Ela, que acabava de voltar do Brasil, contrapunha a ‘frieza sueca’ ao calor dos brasileiros, que, raras exceções, tinham comportamentos opostos àqueles. Muitos sorrisos, cafezinho, oba-oba, tratamento pessoal, porém nem sempre com a eficiência que ela constatava do outro lado do oceano.
Hoje cedo, ainda embriagado de sono, me lembrei de Sandra. A situação era a seguinte: eu tinha hora marcada, cheguei com os tais ’30 minutos de antecedência’ (inacreditáveis; então por que não se 'marca a hora' para meia hora antes?) e já esperava por mais de 40 minutos além do previsto (logo: uma hora e dez minutos, bêbado de sono e divagando).
Pensei: como gostaria de estar na Suécia! Lá, segundo os relatos de Sandra, eu teria sido atendido na hora marcada. Eis que ouço meu nome, gritado por uma senhorinha de uns 50 anos. Com um sorriso aberto, um aperto de mão e um ‘bom dia’ verdadeiro, eu fui recepcionado numa nova sala de espera. Foram-me oferecidos: cafezinho, bolacha e... afeto! Pronto, já tinha me esquecido da Suécia!
Bastaram mais dez minutos na nova sala e lá vem a Suécia de novo à cabeça!
Ainda não concluí se prefiro ‘afeto e ineficiência’ ou ‘frieza e eficiência’. Quem sabe seria possível ‘afeto e eficiência’. Quem sabe...
2 comentários:
Concordo contigo, o ideal seria aliar afeto e eficiência, é o diferencial de qualquer empresa bem sucedida aqui no Brasil.
Você teve sorte de ter tido "afeto". Porque na maioria das vezes a frieza e a incompetência andam de mãos dadas.
Seria ótimo um pouco de eficiência e afeto.
Hoje, tive um caso de ineficiência e falta de afeto.
Estava no Fórum Central da Barra Funda, me perguntando porque determinado documento do dia 18/05 estava fazendo logo após aos de 11 de junho. Foi aí que perguntei a escrevente e então veio a resposta: "Está depois pq eu juntei depois! Só isso! Mais alguma pergunta?"e então lhe ofereci um sorrisinho nervoso.rs
Esse é o nosso Brasil, nossa eficiência e afeto dos órgãos públicos!!
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