domingo, 4 de janeiro de 2009

A cólera de 2009

Bombas caem em meio a explosão causada por ataque israelense contra o norte da faixa de Gaza
O ano mal começou e as expectativas sobre ele são sombrias. Não bastasse a crise econômica, as ações do exército de Israel sobre a faixa de Gaza turbinam os ressentimentos e ódios por um tempo indefinido.
Enquanto os desdobramentos da ofensiva militar não são conhecidos recupero a opinião do cientista político Bashir Bashir, palestino de Jerusalém e co-autor do documento "Retomando a Iniciativa", publicado em agosto pelo Grupo Palestino de Estudos Estratégicos. Eis o trecho publicado na Folha de 26/12/2008:


"É um momento catastrófico para os palestinos. Há divisão, estamos sem voz". Bashir deplora as tensões entre o Fatah e o Hamas, e acusa o grupo islâmico de tentar "seqüestrar o mapa político palestino". Ele condena a "estupidez moral e política" dos atentados da Segunda Intifada, no final de 2000. Mas considera falsa a alegação, feita com freqüência por dirigentes israelenses, de que não há parceiros para a paz:
"Desde 1988 [quando a Organização para a Libertação da Palestina reconheceu a existência de Israel] eles tiveram os parceiros mais moderados que podiam ter, e nunca perderam a oportunidade de miná-los", disse o cientista político em seminário sobre as relações entre Israel e seus vizinhos realizado no fim de novembro na Universidade Hebraica de Jerusalém.
Para Bashir, Israel optou por negociações "perpétuas", sem atender de fato às aspirações palestinas. Por isso, afirma, é preciso desmistificar tanto o discurso do "processo de paz" quanto o da "construção de nação", que pretende que a Autoridade Nacional Palestina mantenha instituições estáveis sem um Estado soberano.
"Fala-se em processo de paz como se fossem duas partes com poder simétrico, quando os palestinos estão sob ocupação. Fala-se em construir o Estado palestino quando não há autodeterminação."

Não haverá vitoriosos ao final deste conflito. Chegamos a 2009.

P.S1. E o silêncio de Obama?
P.S2. A ação será um prato-feito deixado pela gestão Bush amarrando o novo presidente e minando as simpatias que ele despertou?
P.S3. Se nada pode ser feito por Obama ali, algo será sinalizado em relação à Cuba?

2 comentários:

Edu Zanardi disse...

Duas coisas boas sobre a guerra em Gaza:

1 - a volta de Zé ao blog - 2009 on line;

2 - o jornal vem mais recheadinho...

Zé Alves disse...

Quanta maledicência!