Tive que montar um banco de questões de vestibular para os que usam meu livro e de Célio Tasinafo (História Geral e do Brasil. Ed. HARBRA). As provas consultadas, dos últimos 3 anos, são das principais Universidades públicas do Brasil. Sabendo que os vestibulares direcionam, lamentavelmente, muitos planejamentos segue uma pequena lista de comentários sobre o que se cobra por este país afora.
A atividade serve para partilhar com estudantes e interessados algumas tendências dos últimos anos. De forma geral posso afirmar:
- O grande tema é o Brasil do século XIX, mais especificamente o Segundo Reinado. Em todas as regiões há uma demanda alta sobre temas clássicos: a escravidão, a guerra do Paraguai, a política imperial, a imigração, a industrialização, a economia do café etc.
- Outro tema frequente é a Era Vargas (1930-1945). As observações no entanto, variam muito de enfoque, quando se compara RS, SP ou RJ na elaboração das questões;
- as ditaduras do Brasil, Argentina e Chile são comuns em vestibulares por todo país. Depois do XIX o tema das ditaduras é o mais cobrado.
- Nas universidades nordestinas, com provas interessantíssimas, muitas questões relativas a rebeliões: desde a era colonial até Canudos;
- Na UFMG a história mineira do período colonial é tão certa quanto as tempestades de verão; as universidades do Sudeste também enfatizam muito a República Velha e os clássicos temas do modernismo, política de governadores, café-com-leite etc.
- Sobre História Geral duas coisas me deixaram intrigado: a quase ausência de questões sobre a II Guerra Mundial. As ênfases são no período anterior, com os regimes totalitários, e posterior, com a Guerra Fria; e um espaço menor para a Revolução Francesa. Os processos relacionados a ela foram menos solicitados do que os processos das revoluções inglesas;
- Temas clássicos como a Independência dos EUA e da América Latina ainda são pouco explorados. Mas há uma cobrança mais frequente sobre estes assuntos na UFRJ, UFF, UFG e na FUVEST;
- História Medieval é outro clássico. Muito frequentes as questões sobre feudalismo, relações entre Igreja e conhecimento, além da política medieval;
- Em História Antiga, Roma reina soberana em sua disputa com Grécia. Na UFPE, UPE, UFC, UFS há muito espaço para Egito: tema ignorado no Centro-Sul.
- Índia e movimentos de descolonização na África também são mais freqüentes do que o século XX na América Latina;
- Há uma demanda cada vez mais freqüente por análises de imagem. UFG, UnB e UFMG se destacam neste aspecto. Atualidades e efemérides, ao contrário do que insistem os jornalistas de plantão, são menos frequentes. É um mito.
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