quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Criança grande!

por Naty Monteiro

Todos os dias alguém vira para mim e diz: "Natalia, você é pior do que criança". Tudo isso por eu ter alguns bonequinhos espalhados pela mesa do trabalho e porque gosto de imitar algumas falas clássicas de desenhos animados das décadas de 80 e 90.

Talvez essas pessoas me “critiquem” por terem sido criadas em outras épocas, ou sob outras circunstâncias, ou quem sabe, pela sociedade atual muitas vezes se comportar de maneira tão estranha, que não existe espaço para certas brincadeiras no cotidiano dos indivíduos “adultos”.

Na verdade, até as crianças estão diferentes demais, pois a diversão delas mudou enormemente conforme fui crescendo. Músicas, brinquedos, brincadeiras, leituras, assuntos, programas de TV, dentre outros itens, são menos lúdicos e mais modernos. Claro que grande parte deles merece seus méritos, pois também não há como parar no tempo (felizmente ou infelizmente, não sei dizer).

A modernidade tecnológica domina também o universo infantil. Mas me questiono todo momento até que ponto a inserção de tanta evolução no meio das crianças pode ser benéfico; e, mais do que isso, o que vai restar quando elas envelhecerem, assim como eu.


A meu ver, não tem nada mais gostoso do que brincar de vez em quando. Mas brincar como eu brincava na minha época, não hoje em dia. Quando me perguntam se eu gostaria de voltar a ser criança, eu respondo: criança do meu tempo sim, de hoje não.

Do tempo da Nossa Turma, dos Muppets Babies, do Tom & Jerry, do Johnny Quest, do Pica-Pau, dos Smurfs, do Pogobol, do “Pense Bem”, da novela Carrossel, dos desenhos de “massinha” da cultura e de tantas outras coisas que me marcam até hoje, me permitindo este saudosismo sincero.

Às vezes me pergunto se eu gostava de tudo isso só porque eu era pequena e hoje não ligo muito para os brinquedos e programas modernos por ter crescido. Entretanto, na mesma hora me vem uma resposta negativa na cabeça, pois mesmo com 23 anos, meus olhos brilham de alegria com a risada do Pica-Pau, com a música dos Smurfs, com a babá que só existia da cintura pra baixo dos Muppets e com o par de tênis de cores diferente da Punk.

Sem desmerecer as poucas coisas que temos para as crianças de hoje, devo garantir que minha infância foi bem mais recheada de encantamento (quer mais do que o fato de ninguém morrer ou ao menos sangrar nos desenhos?).

O que me resta é garantir que sou e sempre serei criança grande, daquelas que brinca com os bonequinhos nos intervalos do expediente, pula nas poças de água quando chove e imita falas de desenho nem que seja para rir de mim mesma sozinha.

Não há vergonha alguma em admitir que dá saudade, e que não existe objeção em preservar uma parte criança no dia-a-dia adulto e responsável.

Para quem é tão saudoso dessa mesma época (e de muitas outras) quanto eu, visite o site Infantv.

Ouça, veja, leia e se sinta criança mais uma vez. Ou quantas vezes forem de seu agrado.

2 comentários:

Dani disse...

Quem escolheu a ácida epígrafe de Bernard Shaw?

Naty disse...

Eu só pioro a cada dia! Hahahaha