segunda-feira, 3 de setembro de 2007

ENEM: a farsa do ano

No domingo, dia 25 de agosto, foi realizado o “Exame Nacional para o Ensino Médio”. O ENEM foi criado com o objetivo de quebrar alguns paradigmas educacionais e privilegiar competências e habilidades em detrimento da “decoreba” que as escolas impunham à sociedade. A “decoreba” que formou dr. Dráusio Varella, dr. Ivo Pitanguy, Oscar Niemeyer, Fernando Henrique Cardoso, entre outros notáveis. O Brasil, hoje, é um país carente de grandes jovens notáveis.

O Brasil não possui políticos verdadeiramente capazes (sem entrar no mérito de suas honestidades), os médicos sugerem sempre que o paciente tem virose, amputam pernas erradas, matam inescrupulosamente seus enfermos. Os advogados suam meses para passar raspando na prova da OAB, muitos engenheiros têm suas obras questionadas.

O ENEM é simplesmente a maior prova da farsa que se tornou a educação nos últimos 15 ou 20 anos. Nossos “pedabobos” de plantão vivem dizendo que temos que respeitar os limites, mas eles desrespeitam os indivíduos ao julgá-los limítrofes.

Sempre fui um efusivo crítico do ENEM e da nova pedagogia que busca consolidar-se no Brasil, seja ela construtivista, montessoriana, entre outras. Só que dessa vez eles exageraram. O ENEM menospreza os alunos, os professores e a inteligência de quem quer ver o Brasil crescer de fato.

O que eu me questiono é: qual a verdadeira intenção deste nível de prova do ENEM? Ela é incapaz de avaliar conhecimento, interpretação ou raciocínio. Os alunos que não acertaram 50% da prova e a resolveram de forma séria, devem realmente se preocupar, e, muito provavelmente, se preparar para cuidar de algum distúrbio.

A única resposta que eu encontro está no fato de o governo usar esse resultado como propaganda, para a grande massa desinformada da população. Mas aqui fica meu “grito de alerta” e parafraseando mais ainda Gonzaguinha, sobre a educação “esse caso é uma porta entreaberta”. Educação no Brasil: uma porta a se abrir ou a se fechar?

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Colaboração de Rodrigo Di Mônaco, professor de Química.

7 comentários:

Anônimo disse...

não podemos deixar de levar em consideração que a educação serve determinados interesses e que na verdade ela se cumpre, tal qual afrimarmos que as leis em nosso páis não existem, que nosso país não funciona, esquecendo da minoria que se beneficia à essas condutas, é acharmos que a educação está apenas indo de mal a pior. a pergunta é: para quem?

Raquel Sallum disse...

A Educação no Brasil me parece comprada, se nas escolas de ensino médio e Fundamental, o professor nunca pode reprovar o aluno merecedor de tal, pra manter as estatísticas usada pelo Governo comparando o nível da educação, ainda mais agora que a escola que tiver mais alunos com notas top, o salário dos professores aumentam.( por conta da questão de que, o professor se empenhe nas aulas) mas será que a nota final avalia de fato o aluno? E o mesmo acontece com o ENEM, facilita para manter a Educação no top. ( Mas ainda acredito que uma prova nunca vai avaliar totalmente a capacidade do aluno.)

Anônimo disse...

Olha Raquel, a nota pode não ser o melhor, mas é o único meio de avaliação. A avaliação continuada é irreal. Pense num país sem estrutura, com 40 alunos por sala... é o nosso...

Bruno disse...

Nossa educação como tudo hj visa formar consumidores...educação é consumo!!! as pessoas compram isso...ai fudeu!!
Quem pode comprar paga pelos títulos e um bom emprego... quem não pode comprar fica sem formação técnica e sem emprego!! Porém tanto a educação paga é pra inglês e a educação pública é ruim como abido por toos.. Vivemos uma farsa e o enem faz parte do circo tendo seu papel.

Anônimo disse...

1 - "Pedabobo"? Seria essa palavra preconceituosa?
2 - Teria sido o ensino público, em meados do século XX, a causa principal para o surgimento de "notáveis" como Ivo Pitanguy, Fernando Henrique, Niemeyer e Dráuzio Varella? Ou seriam eles de formação quase autodidata? Acho que vc subestima demais uma boa prova que é o ENEM e superestima a ensino público do passado...

Anônimo disse...

Caro Marcelo, em nenhum momento disse que a educação de meados do século XX era a principal causadora. Mas chamá-los de autodidatas é no mínimo inocência. E onde estão nossos autodidatas atuais? Médicos medíocres, responsáveis por grotescos erros médicos? Ou engenheiros, que constroem prédios e obras de papel? Alguns deles poderiam ser autodidatas, mas quem tem mais idade sabe, que estudou muito mais conteúdo quando pega o caderno do filho. Os exercícios que hoje são exercícios de prova que nossos adolescentes relapsos mal lêem (porque nem ler eles sabem - 75% de analfabetismo funcional não é fácil...), eram aqueles exercícios "babas" nos nossos livros.

E quanto aos "pedabobos", aos construtivistas BRASILEIROS por exemplo, para mim é ameno, mas é trocadilho que me satisfez naquele momento. Na verdade eles são uma CORJA de CAFAJESTES manipuladores... A nossa educação vem com a desculpa de não castigar. Mas hoje, até o nível dos mestrados é duvidoso, reduzindo cada dia mais o número de pessoal qualificado...

Anônimo disse...

VC É CATEGÓRICO QUANDO TRATA"PEDABOBOS" MEU AMIGO HOJE FALA-SE DA REFORMA DO ESTADO COM O INTUITO DE ENXUGAR O CONCEITO DE ESPAÇO PUBLICO CENTRADO EM IDEAIS NEOLIBERALISTAS E ISSO NÃO ACONTECE A OLHO NU A MAQUINA ESTADO E RESPONSAVEL POR ESSA MAQUIAGEM NO SISTEMA E O ENEM É SÓ MAIS INSTRUMENTO PARA ESSA ALIENAÇÃO
Paulo, PEDAGOGO COM ORGULHO