quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Moral

por Raquel Vito
Esses dias, ouvi a seguinte conversa (dois caras num bar):
- Ontem peguei 3.
- Ah, eu catei 5...

Cada um contando vantagens daquilo que seria um "ficar" (expressão/gíria, muito usada pelos jovens). Em contrapartida, as garotas que “ficam” com mais de 1 cara são taxadas de fácil.

Nossa sociedade se diz liberal, mas é altamente conservadora, repressora e preconceituosa, principalmente no quesito sexualidade. Como pré-jornalista, coletando informações para as matérias, fica explícito como as pessoas usam 2 pesos e 2 medidas. Quando uma garota de 13 anos fica grávida, os vizinhos e amigos consideram o fato um processo natural, normal. As pesquisas mostram o aumento de adolescentes grávidas nessa faixa etária. Não vou me basear em números, basta ir a qualquer posto de saúde e constatar essa realidade.

Porém o discurso muda quando converso com os pais: entre “os mesmos vizinhos e amigos” que vêem com naturalidade a gravidez, muitos não aceitam a gestação da própria filha.

A contradição está dentro de casa. De que adianta a pregação da liberdade, se na verdade o que prevalece é a moral?

Um comentário:

Fernanda disse...

a mesma coisa quando o caso é a homossexualidade. A maioria diz "Não tenho preconceito!" mas é só o "problema" entrar em suas casas para isso tudo mudar de figura.

No Brasil, nos deparamos com um falso-moralismo, ou melhor, um falso-liberalismo. Em todos os casos as pessoas se dizem a favor, mas isso até se aproximarem de suas vidas.