quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Kosovo

Dois acontecimentos concentraram a atenção dos analistas internacionais esta semana: a independência do Kosovo, dia 17/02, e a renúncia de Fidel Castro ao governo de Cuba, dia 19/02.

Os dois eventos ainda são uma incógnita para o mundo, mas neste post comentarei apenas sobre o novo país independente.

No caso de Kosovo, o país de maioria muçulmana, vítima da limpeza étnica do sérvio Slobodán Milosevic em 1999, a Sérvia e a Rússia se posicionaram contra sua independência. A Sérvia tem o domínio sobre a região desde 1913, incluindo o período em que tudo era a Iugoslávia.


A minoria sérvia que habita o novo país teme a ação de revide dos kosovares, que evidentemente negam qualquer tentativa revanchista. Mas a região é uma das mais pobres do continente europeu e não recebe investimentos externos devido à instabilidade política.


A alegação para a independência é "a autodeterminação dos povos". Este mesmo príncípio, no entanto, não é válido para todos os povos da Terra.


Não deixa de ser estranho o posicionamento dos EUA e das potências européias que apoiaram a independência. A Espanha, com os bascos em seu calcanhar, não reconheceu o novo país. O mesmo ocorreu com outros países que têm grupos com reivindicações separatistas.


Um dado chama muita atenção: os 90% de muçulmanos do Kosovo têm uma posição pró-Ocidente. O pronto reconhecimento das potências mundiais pode ser mais uma movida de peça neste complexo tabuleiro das relações entre Ocidente e o mundo islâmico. É uma forma de atenuar as tensões.

Um comentário:

Fernanda disse...

De fato, dois acontecimentos pra marcar logo nesse começo de ano.
Pelo pouco que tenho acompanhado a independência de Kosovo tem causado várias opiniões divergentes.
Ainda acho a questão Fidel, mais delicada.
Veremos o desenrolar destas duas questões.