sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

O amigo poetinha

Parece que tudo já foi dito sobre Vinícius.
Agora só vale a pena dizer da saudade que ele deixou

(Carlos Drummond de Andrade)


Talvez seja redundante exaltar a genialidade de Vinícius de Moraes como poeta e compositor. Felizmente, seu reconhecimento chegou em vida, sua obra ainda é amplamente divulgada e facilmente encontrada.

Mas Vínícius, além de poeta, compositor, cantor e diplomata, foi também um grande amigo. E amizade para ele estava acima de tudo, era daquelas pessoas que todos queriam ter por perto, ligava somente pra saber como o amigo estava e colocava carinhosamente o diminutivo nos nomes de todos que o cercavam.

Sua casa estava sempre de portas abertas, tornando-se um importante ponto de encontro nos primeiros anos da bossa nova. Esses encontros também ficaram famosos pela quantidade do que era consumido.

Vinícius atravessou gerações, fazia amigos com muita facilidade e os tinha em todas as faixas etárias. Era a referência de diversos artistas em começo de carreira como Tom Jobim, Chico Buarque, Caetano Veloso, Toquinho e toda a turma da bossa nova. Era também muito admirado e respeitado por seus contemporâneos como Pixinguinha, Carlos Drummond de Andrade e Dorival Caymmi.

Foi muito criticado por alguns intelectuais e escritores que não consideravam a música popular um “local” adequado para um poeta como ele. Algumas dessas críticas tentavam diminuir sua obra e o deixavam magoado em algumas ocasiões, mas sem dúvida foi na música popular que ele encontrou a realização e maior reconhecimento.

Vinícius foi uma figura rara, de um coração enorme, não tinha apego a bens materiais e celebrava a vida como poucos. Suas canções e poesias continuam nos inspirando e nos fazendo acreditar que viver e buscar a felicidade ainda valem a pena.

Saravá, poetinha! Que a chama da sua poesia seja eterna.

Nunca vi boa amizade nascer em leiteria.
O uísque é o melhor amigo do homem. Uísque é o cachorro engarrafado

(Vinícius de Morais)

No Clipe da Semana, “Canto de Ossanha”, aí na barrinha do lado direito!

PêEsse: No caso da nossa editoria, substituímos o uísque pela boa, velha e gelada cerveja.

3 comentários:

Fernanda disse...

Vida e obra, simplesmente sensacionais.

VIOLÊNCIA VERBORRÁGICA ORG. disse...

Olá Fabio Almeida,

Vim retribuir sua visita ao nosso blog, e dizer que já acompanha o de vocês há algum tempo.

Quanto ao post, muito bom. Porque não consta a interpretação da Elis para o "Canto de ossanha"?

Abraço,
Thiago.

Fábio Almeida disse...

Olá Thiago,

A interpretação da Elis não entrou, pois a idéia era colocar apenas a do Vinícius, só que na postagem o youtube acaba puxando outros vídeos relacionados.

Valeu o comentário, e a pimentinha com certeza será homenageada em outro post.

Abraço,